terça-feira, 13 de março de 2012

DV - Cena I ( Primeiro Ato)


Cena 1 – Primeiro Ato

Aprendi que fogo se combate com mais fogo. Ela é uma caçadora.
Depois...

“Crisse”, o palavrão usado em sua língua natal escapou pelos lábios trêmulos de Swan. Uma torrente de prazer anuviando todos os sentidos da moça.
Lá estava ela... Totalmente aberta, exposta e a mercê do predador. Swan tinha a plena consciência que esse era o modus operandi¹do perigoso serial killer, depois de supridas suas necessidades mais viris. Nada restaria a ela. Seu destino era a morte, sempre foi, desde que os olhos absurdamente verdes cruzaram com os seus.
[...]

Antes...

– Está brincando com o fogo, Swan! – Caius gesticulava as mãos em sua direção.
Swan tinha a impressão de a única maneira de fazer seu editor-chefe calar a boca, seria restringir seus braços. Havia um vínculo cômico entre sua língua ferina e os membros superiores, quando as mãos agitavam-se no ar – um belo discurso estava em percurso.
– Está me ouvindo Isabella? – Swan franziu o cenho, poucas pessoas a chamavam de Isabella. A maioria estavam na França, e tinham a terrível denominação de "família". Swan murmurou um sim carregado de cinismo.
– Senhor Volturi, ligação na linha sete na sua sala. – Jane a eficiente secretária de Caius adentrou a sala, vestida com uma minissaia que obrigava todos a verem partes de seu colo uterino.
Swan imagina os tipos de serviços prestados por ela. Provavelmente deveria exercer a função de lavadeira, passadeira e cozinheira enquanto alegremente dava o cú a Caius. Afinal, qual seria sua outra qualificação?
– Porra, Jane! Ninguém me respeita nessa merda? – novamente as mãos provocando tornados de ar. – Quando eu digo e assinalo “Não quero ser incomodado por ninguém”, pensa que está imune a isso? Não, minha cara. Não é porque me dá essa linda bocetinha que é especial.
Os olhos de Jane saltaram pelas órbitas.
– O que está esperando? Cai fora! – o som que se sobressaiu foi o crepitar das estruturas da sala, devido à fúria com que Jane fechou a porta. As janelas de vidros estremeceram com o vácuo que se formou na sala. – Ótimo, sem foda hoje. Satisfeita, Swan?
– Muito. Meu dia nunca é suficientemente bom, enquanto não provoco uma greve de sexo coletiva. – Swan bebericou o café com dois torrões de açúcar no mínimo.
– Há muitas coisas que sei sobre você, Swan. Mas em grande parte são coisas que todo mundo sabe. Você é inteligente, uma ótima jornalista e merda, uma francesa muito gostosa. – disse ele, levantando a mão. – Sabe não estou com cabeça para elogiar você.
Swan deu uma gargalhada. Ele a ignorou e prosseguiu.
– Mas há aquelas coisas horríveis sobre você que me irritam; como por exemplo, não saber se impor limites. Sua total falta de escrúpulos.
Épargnez-moi. – Swan fez o típico biquinho ao pronunciar em francês(Me poupe). – Olha quem fala, o chefe ético que contrata uma funcionária por ela ter a boceta mágica.
Caius deixou passar a provocação, não era fácil se manter firme ao lado dela. Ela era tão linda, fazia tudo de um jeito tão sexy. Até mesmo naquele momento, quando fechada os olhos em duas fendas, transparecendo sua natureza desafiadora.
Ele levantou da cadeira estofada em couro legítimo, trabalhou muito para conquistar aquele assento confortável. E aquela vista magnífica, as multinacionais, e prédios mais requintados e imponentes de toda Chicago tocando o céu azul, as pessoas que andavam palas calçadas pareciam insignificantes. Meros escarros dos deuses.
Caius pegou um exemplar do Chicago Today, o jornal estava vincado com várias manchas de suor. Swan sabia que o chefe ficou um longo tempo com aquele exemplar específico nas mãos, se remoendo. Era a cópia que saíu essa manhã. Estava em cada banca de jornal em toda a metrópole de Chicago, e provavelmente todo cidadão estava lendo. Não é para menos, é mais o conceituado jornal da cidade.
– Caslisle Cullen, senador de Chicago, é o membro mais poderoso e influente do Senado dos Estados Unidos. Favorito a ser reeleito após seu mandato estar chegando ao fim. Ele abriu as portas de sua belíssima mansão( conquistada apenas com o suor da sua antiga profissão de médico), para dar uma entrevista exclusiva ao Jornal Chicago Today.
Caius fazia uma releitura perfeita da matéria escrita e desenvolvida por Isabella Swan, que estampava a primeira página do exemplar dessa manhã. Swan cruzou as pernas em cima da mesa de mogno, estava com um vestido tubinho preto colocado ao corpo. A fenda lateral subiu um pouco, mostrando parte das coxas alvas. Caius estreitou os olhos, engolindo em seco.
– Não tente dispersar meu foco, Swan. – ele disse entredentes. Afastando as belas pernas de sua mesa. – A matéria estava linda, perfeita em sua riqueza de detalhes, até que... – ele ergueu o dedo.
Swan: Ninguém terá menos consideração por você porque teve uma criança fora do casamento. Assumiu plena responsabilidade. Deu a ela tudo o que proporcionou a seus outros filhos. Os outros sabem da existência desse filho?
S. Carlisle Cullen: Em minha família todos sabem. Mas o público ignora. Não de sua geração, senhorita. Swan. Não posso esfregar o fato no nariz dos meus contemporâneos, que são pessoas que vão votar em mim... velhos chatos como eu.
Swan: Está enganado nesse ponto. Há toda uma geração mais jovem que gostaria de saber...”
– Tem noção da dimensão do estrago que causou? – Caius picotou o jornal em mil pedaços. – Minhas linhas estão tumultuadas, vários jornalistas querendo entrevistas com a vossa realeza. E sem falar os assessores de Carlisle Cullen prometendo um processo.
– Me diz uma coisa... Qual é a função do jornalismo? Senão o de repassar informações verdadeiras que contribuam para a formação pública. Esse filho bastardo, é registrado e terá direito a herança deixada pelo senador. – Caius ouvia o discurso de Swan com uma fúria borbulhando em seu interior. Ela sempre conseguia atrair a verdade para suas palavras, fazer com que as pessoas ouvissem.
– Não subestime minha inteligência. Sabe muito bem a repercussão que isso irá causar. Carlisle estava praticamente reeleito, e com a sua entrevista. Você praticamente o incitou a ridicularizar seus principais contribuintes.
– Ele tem o direito de ter sua própria opinião. – Swan disse sufocando um riso de escárnio.
– Swan, não tenho outra opção.
– Vai me demitir? – pela primeira vez, Swan sentiu receio. O jornal era sua vida, muito mais que isso, era sua válvula de escape.
– Não, Eleazar acha que isso irá provocar muita fúria. Você tem uma legião de fãs. Mas, está afastada do jornal por tempo indeterminado.
Connard! – quando seus ânimos se exaltavam, Swan voltava a falar francês.
– Eu reconheço quando me xingam de idiota! – Caius gesticulava com as mãos. Ela sorriu, mas não esmoreceu.
– A merda de jornal não vai sobreviver um dia sem a minha presença! – Swan saiu pisando firme da sala de Caius.
Jane sentada na pequena mesa ao lado da grande porta dupla da sala dele, exibiu um sorriso vingativo. Nunca suportou a presença de Isabella ao lado do amante.
– Aliás, ele dorme com a Jessica da coluna de fofocas. – Swan apoiou as mãos na mesa de Jane, retribuindo o sorriso.
Swan desceu pelo elevador, mantendo o máximo de sua dignidade enquanto passava ao lado de seus colegas de trabalho. Muitos olhares acompanharam seu passos sinuosos.
Ao sair da prédio, sua primeira visão foi a banca de jornal. Correu para comprar um exemplar daquela manhã. Apesar de tudo, realmente foi um furo de reportagem. Ao lado estava o concorrente, em sua página de destaque uma matéria diferente, mas com valor inestimável.
“Dragão Vermelho faz nova vítima, a jovem Heidi.”
Ao lado uma imagem da face totalmente deformada da dançarina, e uma foto antes da metamorfose grotesca.
– Você será meu grande triunfo! – Swan sorriu exatamente da forma como um predador avista sua casa.
Essa mulher era uma caçadora.


Glossário
Modus operandi¹ - é uma expressão em latim que significa "modo de operação". Utilizada para designar uma maneira de agir, operar ou executar uma atividade seguindo sempre os mesmos procedimentos.

Continua no Próximo Ato

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N/A:

Realmente, eu sou uma pessoa perturbada.
A idéia original seria uma one-shot, contudo o projeto assumiu níveis alarmadores e medonhos. Muito grande!
Então decidi fazer uma short-fic, a história será separedas em cenas.
Terá aproximadamente cinco cenas. Claro que já aviso e reforço, que será um tema bem adulto e pesado.
Esse primeiro capítulo está levíssimo em comparação ao que virá.
Espero contar com a presença de todos comentando e divulgando.
Quero agradecer a minha design particular, delivery. N!
Minha maravilhosa que tornou possível postar a história hoje com a capa perfeita, as letras não parecem um dragão?
A história foi criada ontem a noite, e em uma hora ela fez a capa!
Te Amoo!
Alegremente!


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