segunda-feira, 19 de março de 2012

Point Pleasant - capítulo 4


 
Obs: Não recomendado para menores de 18 anos: cenas de sexo, investigação policial e ete cetera.

Previously in Point Pleasant
– Então, por que não explicou isso a ele?
– As pessoas trabalham melhor quando se sentem ameaçadas por alguém superior. Ele ainda vai me agradecer. – Emmet era alguém peculiar. – Agora, realmente me faria bem aquele cafezinho na delegacia.
Rosalie sorriu para ele.
[...]

– Minha pequena... – ele atravessou a distância que os separava em duas passadas.
Seu corpo logo acomodou a silhueta esguia de Alice. Os braços envolvendo-a, trazendo para mais perto de si como se pudesse evitar perdê-la, tal como um dia perdera Elizabeth.
Jasper amava Alice. Da forma mais insana possível, assim como um homem ama uma mulher.
Tentou sentir raiva, mas foi impossível. Ele a amava

[...]


Capítulo 4 - Fantasmas do passado

“O passado não reconhece o seu lugar: está sempre presente.”

Alec dirigia sem destino, até entrar em uma curva de prédios germinados.
Blackcat1, a área mais perigosa de Twin Peaks. Nem o paraíso podia escapar de ter sua maçã podre. Ele olhou em volta, havia algumas construções abandonadas pela criminalidade do bairro.
Estacionando o carro por cima da calçada, o gelo fazia com que os pneus derrapassem um pouco. Alec saiu do automóvel muito quieto, ainda espumando de raiva, escutando o galope desenfreado de seu coração.

Pouco importava que ainda fosse dia, os acontecimentos das últimas horas exigiram muito de seu corpo sóbrio. Havia prometido a si mesmo que rejeitaria as substâncias ilícitas, mas nenhuma pessoa acreditaria em suas promessas. Por que justo ele gastaria suas forças mantendo promessas vãs?
“Um dia de cada vez.” Alec se desfez da culpa rapidamente.
O coração bombeava o sangue em um compasso forte e acelerado, como se preparasse todo o organismo para receber a potência das drogas.
Mas, depois de dez minutos sozinho encostado no capô do carro, a neve caindo em flocos, uma nova sensação se apoderou dele: o pânico. De qualquer maneira que considerasse o fato, ele nunca se vira em situação pior. Estava sozinho, no escuro mundo do vício, absolutamente sem ter aonde ir.
Qual a única coisa a se fazer no momento?
Alec estremeceu como um alcoólatra prestes a dar o primeiro gole, e olhou para os dois lados da rua. Caminhou lentamente até entrar no beco, as paredes pichadas em palavras torpes que os viciados utilizavam. O cheiro característico que somente os usuários eram capazes de identificar.
Um formigamento estranho na nuca o fez sentir que estava sendo observado, mas a rua parecia deserta e não havia luz nos grandes prédios quadrados. Logo, os olhos sábios e indulgentes de Carlisle vieram em sua mente, era justo sentir-se julgado por seu pai. Havia jurado no pilar de mármore frio que trazia o nome escrito de seu pai, que não o faria mais...
Estava assustado. Nunca conseguiu ser forte como se irmão, para a constante frustração de Carlisle.
As inseguranças o levaram ao caminho tortuoso das drogas.
Atrás das latas de lixo, um vulto encostado na parede de tijolos. Ao ouvir os passos de Alec saiu de seu esconderijo.
– Voltou mais rápido do que imaginava. O bom filho á casa torna, Alec. – havia algo nas feições de Micah que fazia Alec instantaneamente pensar nos ratos de esgoto. Baixos e sujos. – Duas compras em um dia só.
Alec olhou bem fundo nos olhos sombrios de Micah. Era como fitar um reflexo no espelho, o medo e frustração refletidos diretamente nas pupilas de Alec. Era óbvio que ansiava por libertação.
O rosto encovado de Micah abriu-se em um sorriso. A pele fina e desgastada repuxando-se sob os ossos, por pouco, a pele não se rompia devido tamanha fragilidade. Micah mal havia passado dos trinta e cinco anos.
– Tem ou não? – apressou-se a dizer Alec.
– Sempre, principalmente para clientes tão assíduos como você. – disse Micah, afagando o bolso interno de seu casaco puído.
Micah estendeu a outra mão livre, um lembrete de que o dinheiro vinha antes de qualquer transação. Alec bufou insatisfeito, alguns fios movimentando-se com o vento frio.
Enfiou as mãos nos bolsos tirando algumas notas amareladas e surradas, provavelmente era o resto de seu pagamento do último show no Castle3. Dessa vez seria expulso da banda, fazia três meses que não pagava as contas. O relacionamento frágil com Chelsea certamente teria um fim.
Tudo assumiu um tom secundário quando Micah lhe entregou o pacotinho encaroçado. Sua libertação pesando alguns gramas.
Alec teve dificuldade em esconder a alegria enquanto saía depressa do beco, querendo abrir o pacote. Entrou rapidamente em seu carro, ninguém ousaria incomodá-lo.
Dentro do veículo era um pouco mais agradável o frio entorpecente, embora sua respiração saísse fumarenta como se tivesse inalado um beck.
No porta-luvas havia um espelho de Chelsea, jogou uma pequena quantidade do pó branco na superfície lisa, usou uma caneta velha para aspirar à cocaína, com uma das narinas livres.
Olhou-se no retrovisor. Lá estava ele, refletido, parecendo branco e assustado. Sentiu leve movimento por suas costas.
Ele espiou por cima do ombro – não havia mais o movimento fantasmagórico.
Olhou para espelhou outra vez. Uma mulher parada logo atrás de sua imagem. Ele esticou a mão hesitante, e sentiu o ar atrás dele. Se ela estivesse realmente ali, ele a tocaria.
Era uma mulher muito bonita. Tinha cabelos acaju e os olhos exatamente iguais aos de Edward, verde-vivo. Ela estava chorando, sorrindo, mas chorando ao mesmo tempo. Ao seu lado, um homem alto, de cabelos bem loiros, confortava-a. Os olhos bem azuis exatamente do mesmo formato que os de Alec.
Alec estava tão perto do esperado agora que seu nariz quase encostava a sua imagem.
– Mamãe, papai... – murmurou Alec, alisando o espelho.
A pior parte não era ter alucinações com seus pais, era fitar a decepção evidente no olhar de Carlisle. Embora fosse doloroso admitir, tudo que um dia desejou, era ser como seu pai.
Ele retribuiu o olhar, um mesclado de culpa e carência, as mãos comprimindo o espelho como se esperasse entrar por dentro dele e alcançá-los. Sentia uma dor agonizante no peito, em que se misturavam alegria e uma terrível tristeza.
Quanto tempo esteve parado ali, ele não sabia.
As imagens não esmaeceram4 e ele continuou mirando-as.
No piscar de olhos seguintes já não havia mais nada. Alec compreendeu que o efeito cedia, não podia ficar ali, tinha que encontrar Chelsea. Devia-lhe desculpas.

[...]

– Poderia me explicar o que está acontecendo? – insistiu Jacob. Os olhos negros perspicazes flagrando certa hesitação no verde exposto do amigo.
– Uma longa história... – Edward estava receoso de envolver mais alguém nesse acontecimento pitoresco. Embora houvesse uma parte de si que jubilava em alívio.
– A ressonância nos dará tempo suficiente. – ambos olharam para a porta fechada, o aviso “Altos níveis de agentes radioativos”. Bella havia entrado para os exames acerca de cinco minutos.
Jacob estava em seu consultório no Hospital Calhoun Memorial, sua sala estava escura. A luz apagada o ajudava a refletir sobre seu dia, a mente perturbada com a constante preocupação com um de seus pacientes, Stacy Goldman.
Ela sofria com a esquizofrenia, e os maus-tratos de seu marido somente agravam seus quadro. Não queria ter utilizar psicotrópicos para controlar os delírios dela.
Um dos princípios da psiquiatria era não ultrapassar a linha entre profissional e o pessoal. Jacob não conseguia ser frio diante do sofrimento de seus pacientes, talvez essa qualidade-defeito o conferiu prestígio.
Era um excelente psiquiatra e neurologista, a saúde mental simplesmente o fascinava.
Foi então que recebeu um telefonema preocupado de Edward, lhe pedindo para que examinasse uma pessoa próxima a ele, atentando para que fosse discreto. Imediatamente pensou que fosse Alec, em alguma crise causada pela crise de abstinência.
Em pouco tempo, Edward chegou acompanhado de uma moça extremamente bela. Obviamente não era de Twin Peaks, Edward alegou que ela precisava de ressonância urgentemente. Jacob providenciou tudo sem demora, pensando se tratar de algum acidente, afinal a moça apresentava-se muito quieta. Um típico sinal de choque.
Mas, Jacob nunca pensou ouvir o que estava prestes a ouvir.
Ele indicou uma das poltronas de seu consultório á Edward.
– Alec a encontrou, quase morta, no lago, envolta em um plástico. – pelo tom de voz de Edward, o pior ainda estava por vir... – Ele a trouxe para minha casa, cuidei dela e logo depois, ela recobrou os sentidos, aparentemente estável.
– Nunca perde um paciente, Edward. – não havia humor na forma que ele fitou Jacob.
– Porém, ela não tem memória alguma. Apenas o nome, Bella. Temo que possa ter sido...
– Sangria – Jacob completou.
Jacob buscava um padrão para definir o serial killer. Um possível esquizofrênico? Um psicótico? Um psicopata? Suas conjecturas eram muito vagas, Sangria tinha tanta substância quanto um fantasma.
– Já contatou a Rose? – Edward levantou subitamente.
Ele andava sem direção pelo pequeno especo. Jacob se lembrou de um paciente prestes a ter um surto psicótico, a agitação e inconstância.
– Que aconteceu? – perguntou Jacob, a voz á meio fio. Representando calma e confiança.
Anos trabalhando com pessoas instáveis ajudaram a desenvolver uma paciência inumana.
– Ela praticamente surtou quando mencionei a polícia. Eu não deveria ter dado ouvido ao Alec.
– Qual o motivo da negativa dela? – como sempre, Jacob analisava clinicamente.
– Não sei. Talvez por não se recordar de nada. – Edward sentou-se novamente.
Seus pensamentos indo e vindo, nos olhos de Bella, na sua voz suave. Em como foi quente e acolhedor tê-la tão comprimida contra si.
– Edward, não posso deixar de notar que podem se encrencar, principalmente Alec.
– Ela ameaçou ir embora. Não posso impedi-la se quiser... – sua voz definhou.
Pouco importava se ele seria suspeito dos assassinatos. No momento a ideia dela partindo era suficiente dolorosa estava fora de questão.
Jacob fitou-o por mais um instante, a última vez que vira Edward tão transtornado por uma mulher foi com Elizabeth. Não podia ser...
Uma leve batida na porta sobressaltou Edward, tão atordoado com o fluxo de pensamentos.
– Com licença, doutor Black. A ressonância já foi realizada – a eficiente secretária de Jacob anunciou. Os olhos faiscando em direção a Edward.
Ele era alto e imponente. Usava jeans desbotado, botas de trabalho e um casaco de lá quadriculado aberto, deixando à mostra uma camisa térmica. Havia algo selvagem nele por baixo da postura contida, imaginou o furor desse homem na cama.
– Cassie, peça para acompanharem Bella até minha sala, por favor. – ela piscou confusa, os pensamentos em uma noite erótica com o antigo doutor Cullen.
Assim que estavam inteiramente a sós, Jacob foi categórico.
– Gostaria de que me deixasse conversar com ela. Uma consulta extraoficial, essa situação está me preocupando. Imagine os problemas que irá se colocar, continuando com essa insensatez – anunciou Jacob, deixando vazar sua frustração pela situação.
– Não vou forçá-la a nada. A escolha é dela – ele pronunciou as palavras devagar, para sentir como soavam.
Jacob compreendeu que a situação era mais complexa do que imaginaria.

[...]

Chelsea aumentou o fogo na lareira de pedra, fez um bule de café e depois olhou para o lago, com uma caneca fumegante nas mãos. Durante todo o tempo especulava sobre Alec... Onde ele estava, o que fazia. Ela não recebeu ligações durante toda a manhã, de certa forma era um alívio. Significava que Alec não foi preso, o que talvez nada de grave aconteceu. De repente a raiva inundou seu consciente.
“Filho de uma puta!”, Chelsea disse em voz alta, a xícara espatifando na pia.
Não era justo ficar a manhã inteira o esperando, preocupada. Ele jurou que dessa vez seria diferente, no entanto nada mudara. Exceto que antes tinha a certeza que estaria nos becos de Blackcat, e agora?
Ela tratou de afastar da mente o pensamento inquietante. Alec era um inconsequente, egoísta porém não era assassino. Distraída, pegou o controle remoto da televisão, virou-o e ligou o aparelho. Mas só depois de um minuto de troca de canais é que encontrou alguma coisa interessante. Era uma notícia sobre Sangria, outro assassinato ocorrerá em dos condados de Washington, Twin Peaks. Não revelaram nomes, apenas que o FBI foi finalmente encarregado da execução do caso e captura do serial killer.
Chelsea ficou olhando para a televisão com uma fascinação mórbida. Vários psiquiatras tentavam traçar o perfil psicológico que se adequasse a Sangria.
“O que diferencia o serial killer( em português, assassino em série) dos demais assassinos é o fato que ele comete os crimes com certa frequência, podendo estabelecer um padrão de escolha e intervalos de tempo. Ele seguem um determinado modus operati5 em alguns casos deixa uma marca, que pode ser considerada sua assinatura pessoal. Seu perfil coincide com o psicopatológico.”
Chelsea vacilava entre a incredulidade e a consternação. Desligou a televisão, largou o controle remoto e pegou o telefone. Discou o número do irmão. Depois de um único toque da campainha, ele atendeu.
– Alô?
– Onde você está? – perguntou Chelsea, sem qualquer preâmbulo6.
– Neste momento? A três quadras do escritório.
Randall Hayden, dois anos mais velho do que Chelsea. Ele trabalhava na prefeitura como promotor público. O pupilo do grande juiz Henry Hayden, um homem autoritário. Por suas mãos centenas de criminosos e assassinos já haviam sido condenados, geralmente as penas mais rigorosas do estado. Ele se orgulhava de ser um desembargador da lei. No entanto, dentro de casa era um homem sem limites, apenas enxergava a verdade dentro de si. Não respeitava a opinião dos filhos, a mulher era uma escrava. Chelsea sempre odiou o pai. Não se ajustava aos padrões rigorosos da família perfeita, para sempre o podre que ameaçava todo o fruto de Henry. Agora era Chelsea Smith, sobrenome de solteira de sua mãe falecida.
– Assisti ao noticiário na televisão sobre Sangria. O que sabe sobre isso?
– Absolutamente nada, minha cara – disse Randy, agora tenso.
– Você mente tão mal, devia procurar outra carreira – houve uma pausa.
– Mesmo que soubesse, não podemos divulgar as informações. O FBI tem jurisdição sobre o caso, ou seja, sigilo absoluto.
– Não podemos? Deixa adivinhar juiz Henry também está nesse caso? Ele fez um bom trabalho com você, a garota dos olhos dele. Diga-me tem permissão de limpar a bunda sem as ordens dele?
– Mas qual é o problema com você? – Randy parecia magoado.
– Eu sou sua irmã, porra! Estou preocupada como qualquer cidadão. Assustada...
Randy deu um longo suspiro que provocou vários chiados se estendendo na ligação.
– Tudo bem, isso é extraoficial. Jessica Stanley foi a vítima. Foi encontrada nas terras dos Quileutes, nos velhos vagões. Ao que parece praticamente mutilada – disse derrotado. Chelsea embora odiasse a comparação, era exatamente como Henry, conseguia tudo que desejava.
– A que horas especula-se o crime? – havia uma luta em seu interior, uma parte dizendo que estava sendo absurda em pensar nessa hipótese. E uma outra pequena, mas se tornando colérica que dizia ao resto que fazia total sentido nutrir tais temores.
– De madrugada. Mas, afinal, por que isso é tão importante para você? – Randy podia não ser metade do que o pai era. Porém, anos em Princeton lhe deram certa perspicácia.
– Alec não voltou para casa – por um momento fugaz, era apenas uma garota assustada falando com o irmão mais velho.
No entanto arrependeu-se, as consequências desse pequeno comentário nos ouvidos do juiz Henry seriam catastróficas. Poderia estar equivocada, quantas vezes Alec já sumiu por noites a fio.
Ele não poderia ser. Seu pai foi assassinado também, apesar de tudo ele amava Carlisle.
– Acha que pode ter acontecido algo a ele? – Randy interpretou o comentário da irmã de forma benéfica . – Acho que não, deve estar enfiado nos arredores de Blackcat.
– Tem razão. – Chelsea apressou-se em dizer.
– Está tudo bem entre vocês? Não deveria estar trabalhando?
Chelsea era funcionária das lojas West, trabalhava na perfumaria.
– É meu dia de folga. Você está certo, por favor não conte ao todo poderoso nada sobre isso... – acalentava a esperança que tudo fosse um mal-entendido, que o pai poderia destruir num instante. – Caso contrário, pode se considerar um homem morto!
A boa e velha Chelsea havia voltado.
– É uma ameaça e tanto.
– Por partir de uma irmã, pode ter certeza que é mesmo. Posso fazer picadinho de você na família. Só preciso começar a falar das suas noites no Castle...
– Golpe baixo, Chelsea.
– Mantenha-me informada ou...
– Estou entrando agora na garagem subterrânea do prédio – disse Randy subitamente, de uma forma que indicava fuga. – Não há recepção aqui dentro. Voltaremos a conversar mais tarde.
O telefone ficou mudo. A campainha tocava no outro lado, apertou o laço frouxo do roupão. Foi até a janela e olhou para a rua principal, um Mustang preto reluzia em frente à sacada.
Alec postado em frente à porta no sopé de madeira, passando as mãos desnudas das luvas nos cabelos loiros displicentes. Chelsea abriu a porta de repente ansiosa, o frio penetrou por suas vestes.
– Perdi as chaves – declarou Alec.
De todas as inúmeras perguntas que passavam por sua mente como um letreiro reluzente, nenhuma delas conseguiu proferir. Porque de repente estava em frente ao homem que amou a vida inteira, desde a sua infância.
– Está frio – Alec disse com um sorriso gentil de garoto, o mesmo que fizera Chelsea se apaixonar repetidas vezes.
Ele apontou o queixo para dentro da casa. Eles entraram. Antes que mesmo que Chelsea trancasse a porta, ou formulasse uma de suas brilhantes perguntas. Alec a puxou de encontro a si.
O corpo dele gelado por ter ficado exposto ao frio. O nariz empertigou na curvatura do pescoço de Chelsea. O nó do roupão de desfez subitamente, ela estremeceu quando sentiu o tecido sendo afastado. As mãos frias acariciando barriga, seus seios e sua nuca.
– Alec... – ela gemeu, entre a raiva e o desejo.
– Sim, eu usei drogas. Estava com medo de voltar para casa, e sim, estou escondendo algo de você... – Chelsea odiava Alec por conhecê-la tão bem. – Eu prometo ser sincero, mas agora eu preciso... não, eu necessito, de você...
Chelsea não estava preparada para aquilo. Sentiu um sobressalto. Desamparada, estendeu a mão. O levou para o quarto, no caminho Alec já tinha se livrado da jaqueta, as blusas, agora o peito nu. Ela passeou as mãos no tórax dele, era quente, os músculos bem definidos. Com os dedos abertos deslizou a mão sobre o peito e as costelas dele. Alec respirou fundo.
Um pouco mais, ele parecia dizer, porque a beijou, com os lábios demonstrando a mesma fome que seus olhos haviam projetado. Como ele podia deixar de reagir? Também sentia uma fome intensa.
A boca de Alec acariciava a sua, várias vezes, o beijo aprofundando devagar, com firmeza, até que era mútuo, aberto, íntimo... Pouco mais que uma troca de respiração ou contato de uma língua.
Quando se deu conta, a mente tão anuviada com sensações excitantes, tão revigorantes. Estava nua. Alec abraçou sua cintura, a boca dele fazia com que seus seios se sentissem femininos. A boca de Alec começou a beijar o seio, trazendo o mamilo para a cavidade quente e molhada da sua boca acariciando-o com a língua enquanto os lábios sugavam gentilmente o seio. Ela precisava de alívio.
Por isso dessa vez tomou a iniciativa, abriu o zíper da calça dele. Ele ajudou, levando a cueca juntamente com o restante de suas roupas. Uma muda se formando aos pés dos dois. Alec abaixou os olhos para os seios dela, murmurando:
– Você é linda demais.
Eles se deitaram na cama, Alec por cima. O peito forte comprimindo os seios dela. As mãos passeando por todo o corpo, até encontrar seu ventre, indo mais a frente, a fenda úmida esperando para o contato mais íntimo.
Chelsea sentia a masculinidade dele roçando entre suas pernas, naquela hora sua necessidade era tanta que não poderia esperar por gentilezas. O desejo bruto apoderou-se de Chelsea e ela estremeceu.
– Sem preliminares, quero você dentro... – Alec sorriu, adorava a impaciência dela. O mau humor, tudo...
Chelsea olhou para baixo, roçando propositalmente a as coxas no pênis ereto de Alec. A glande inchada, apontando para suas dobras.
– Eu te amo. – ele disse ao mesmo tempo que afastava as pernas dela.
– Cala a boca, Alec... – ela gritou assim que o membro dele forçou seus portões da feminilidade.
Os dois unidos da forma mais primitiva, e ainda assim era muito pouco. Alec enroscou uma perna dela em seu ombro, impulsionou a pélvis mais uma vez. O contato foi imediato, as paredes dela rodearam deliciosamente seu pau. Ele continuou em um ritmo rápido, estocando fundo até que sentiu as primeiras contrações no ventre dela.
– Mais forte... – Chelsea rebolava embaixo dele, sugando tudo de si.
Alec estocou firme, gemendo alto. Era difícil se mover dentro dela, a intimidade dela o devorava. Chelsea gritou alto, a plenitude estava ali, preenchendo-a. Os olhos fechados, logo o corpo de Alec alcançou a recompensa física. Tremendo com força gozou. Os jatos inundando Chelsea.
Ele deitou ao seu lado, a puxando para o seu peito.
– Vou contar a verdade, amor. Receio que esteja em uma enrascada...
– Não está sozinho... – Chelsea acariciou peito dele. As pontas traçando pequenos círculos ao redor do mamilo masculino, feliz por ele endurecer como o seu.
O impacto foi imediato. Ele contemplou o corpo dela, e estendeu a mão para lhe acariciar, mas mudou de ideia.
– Não posso fazer isso agora. Tenho que ver Edward.
Para desafiá-lo, Chelsea tocou seu membro. Ele segurou a mão dela e manteve-a imóvel. Ela desvencilhou a mão, descendo o rosto ao nível de seu pênis, pegando o comprimento com as mãos, abocanhando. Deixou-o excitado de novo. Ele estava tão excitado como a pouco... Tão excitado quanto nos melhores de sua vida.
Sussurrou o nome de Chelsea, numa última tentativa de parar, mas ela não permitiu... E como ele poderia parar? Ela o desejava. Ele tinha que ajudar Edward, é verdade, mas satisfazê-la era mais importante. E muito agradável para ele também. E muito fácil.
– Chega, quero gozar em você – ele a impediu de prosseguir.
Levantou uma perna dela por cima de seu quadril, abrindo-a, e tratou de preencher o espaço.
Adorava como ela era apertada, adorava sua maneira selvagem de mexer o corpo. Adorava como ela prendia a respiração, os suspiros trêmulos, como arqueava o corpo em busca de mais atrito entre os sexos. Extremamente impaciente, e absolutamente fogosa. Teve de fazer um esforço para não gozar, em resposta, mas esperou e esperou, conteve-se até que ela alcançasse o orgasmo primeiro, antes de se soltar.
Queria continuar deitado ali, no entanto o mundo prosseguia. Seria egoísmo abandonar o irmão, agora.
– Eu sei que tem que ir, mas me conte toda a verdade. Não omita nada por pior que seja – Chelsea pediu ainda de olhos fechados.
Alec fitou a linda mulher deitada atravessada em seu corpo. Eles cresceram juntos, Cullen e Hayden as duas famílias mais tradicionais em Twin Peaks. Desde criança amou Chelsea, ela sempre seria seu grande amor.
Chelsea era uma força da natureza indomável, uma rebelde. Nunca foi apenas a linda filha de Henry Hayden. Era a beldade da escola, a destemida. Adorava desafiar qualquer pessoa que se colocava em seu caminho.
Uma linda criatura de cabelos loiros compridos e lisos, como uma cortina de luminosidade, sol nos dias de inverno. Olhos azuis com ondulações acinzentadas, exatamente como um lindo céu azul depois de uma tempestade. Pernas de matar, destacadas por minissaias, e meias rasgadas, sensualmente. Essa era sua Chelsea. Capaz de fazer uma tempestade e destruir o seu interior, e um ensolarado sol que ilumina sua vida sem cores.
– Toda a verdade, meu amor... – ele prometeu.

[...]

Jasper diminui a velocidade quando um cervo atravessou a estrada à sua frente. Observou o rabo branco balançar enquanto o animal saltava gracioso sobre um monte de neve e desaparecia entre as árvores. Só que Alice não via nada disso. Sua mente pairava na amiga, Jessica.
Jasper notou os olhos dela desfocados, em um ponto ou mundo intangível, inalcançável. Sempre que passavam naquela parte da estrada que contornava o lago, perto de sua casa. Sem outros carros à vista, apenas toneladas de neve, uma porção de pinheiros desfolhados. Alice ficava em êxtase, fascinada com a paisagem. Agora, ela nem demonstrava sinal de vida.
Ele tornou a acelerar tenso, as mãos apertando o volante com força. Alice encostou a cabeça no vidro. A vegetação passando como um borrão. Um toque quente despertou sua atenção, Jasper erguera a sua mão contra a dele entrelaçando os dedos. Ele nunca foi bom em demonstrar sentimentos. Alice sorriu entendendo o gesto.
O porshe tornou a virar. Alice já estivera na casa do padrinho inúmeras vezes, e sentiu o mesmo prazer em tornar lá.
Havia o ar temporal na residência de Jasper que a distinguia das demais moradias em Twin Peaks. Embora fosse solteiro, não perderia a oportunidade de ostentar o luxo em que vivia. No qual deu duro. A casa tinha dois andares, totalmente feita em madeira cara e espessa. As grandes janelas na frente davam amplitude, uma grossa camada de neve branca fazia uma bela visão com a madeira avermelhada.
O sol fraco mergulhado por trás das árvores de folhagem permanente, a camada fofa de neve encobria as belas flores do jardim. Nos galhos a neve degelava, pingando aos pés da carapaça dura das árvores.
Jasper estacionou o porshe cinza em frente, no trajeto que contornava a casa. O carro era seu orgulho, no entanto o sentimento era em grande parte por causa de Alice. Estava acompanhado de sua pequena quando adquiriu o veículo, ela se apaixonou pelo mesmo modelo na cor amarelo-canário. Porém escolheu uma cor mais sóbria.
Ele contornou graciosamente o carro. Alice se lembrou de um grande cervo. Abriu a porta até que ela descesse, sempre foi muito cavalheiro com ela, Por isso não conseguia acreditar quando Rose, irmã de Jasper, retratava o contrário.
Enquanto ele passava as alças da mochila lilás nas costas. Ela avistou uma raposa. Ou, pelo menos achou que era uma raposa, pelo tamanho de cachorro esquelético, o rabo comprido e peludo. Apressou-se em abraçar Jasper.
– O que foi, pequena? – ele disse passando os braços ao redor da silhueta dela.
As mãos fazendo atrito nas costas, buscando aquecê-la.
– Uma raposa... – ele riu deliciosamente. Agradecendo ao animal.
– Um animal selvagem rondando sua propriedade, e você ri. Vai à merda! – se desfez do abraço, subindo irritada alguns degraus, até a entrada da casa.
Controlou o riso, e pegou as chaves no bolso traseiro de sua calça. Sem perceber, Alice fitou as nádegas gloriosas de Jasper. O volume na frente do corpo e ficou indagando qual seria o tamanho do pênis.
– Não vai entrar? Tem raposas aí fora... – ela ruborizou tentadoramente. Ao mesmo tempo que entrava, uma sensação reconfortante aqueceu Alice. A grande lareira acesa, as chamas queimando, várias labaredas em tons de laranja e vermelho faiscando. Certamente, ele havia avisado a senhora Ruth que chegaria logo. Na sala de visitas, a grande mesa de centro estava recheada com as mais diversas guloseimas.
– Beijos! – Alice gritou. Tirando os sapatos, e deixando largados no tapete fofo. Com certeza pele de algum animal.
– Pedi para Ruth, preparar esses petiscos. São seus preferidos...
Ela tirou o doce do pote elegante, desembrulhou-a com jeito e cuidado e deu uma mordida. O chocolate grudava nos dentes da frente quando levantou os olhos disse:
– Jessica gostava mais com nozes. Vou guardar alguns... – sua voz se desfez em um fio.
A amiga nunca apreciaria seus doces favoritos, nunca mais tornaria a implicar que Alice comesse quantidades absurdas de carboidratos. Enquanto ela seguia a famosa dieta dos pontos.
– Não fique assim... Tenho certeza que encontrarão o responsável por essa atrocidade. Mas, lembre-se, quem realmente nos ama, nunca nos abandona – houve uma nota nostálgica no final. Jasper foi pego pela veracidade de suas próprias palavras.
Sua querida Elizabeth nunca o deixou, estava presente na filha. Em cada gesto, e novamente o amor era impossível.
– Obrigada. – Alice encurtou entre os dois. – Promete nunca me abandonar?
– Com minha vida, pequena – disse simplesmente, a promessa que não ousaria fazer a mulher alguma, além de Alice. – Agora o importante é sua segurança.
Embora Alice não visse o perigo que havia passado, ele enxergava muito além. Se Jessica foi atacada, certamente por alguém que tinha conhecimento de seus horários, sua rotina e principalmente seus hábitos secretos. Dessa vez observaria Alice atentamente, com mais atenção e cautela, ninguém tocaria nela. Por um segundo, lamentou a morte de Jessica. Uma caixinha de Pandora com promessas sexuais, ótima em sexo oral.
Apertou Alice forte contra seu corpo, o aroma da colônia dela inebriando suas narinas.
– E meu pai? – Alice ergueu os olhos, apoiando o queixo no peitoral de Jasper,
– Quando você desmaiou, primeiro ligaram na sua casa. Como ninguém atendeu, entraram em contato comigo no escritório do hotel.
– Ele deve ter saído com Alec – Alice tornou a enfiar o rosto no peito de Jasper. O cheiro másculo e forte fazendo suas pernas tremerem.
– Alec com seu pai? – Jasper alteou as sobrancelhas, convidando-a a falar.
– Alec me deixou na escola hoje de manhã. Deve ter vindo em busca do meu pai, por causa de algum agiota. – Alice estava acostumada aos problemas de seu tio. Não era novidade para qualquer cidadão sua fama.
– Não precisa voltar ao hotel? A Ruth me faz companhia até meu pai voltar...
– Desmarquei qualquer compromisso. Mas entendo se preferir ficar sozinha. O que não mudará minha decisão.
– Não é isso... Gostaria de deitar um pouco... – uma lágrima cintilou no belo rosto de Alice, descendo até o final da linha do queixo.
– Tudo bem. Vou ficar aqui em baixo.
Ela depositou um beijo na bochecha dele.
Subiu os degraus que conhecia desde pequena. Jasper fez questão de montar um quarto exclusivo para ela. No corredor pintado de tons terrosos, primeira porta a direita.
O quarto verde e dourado, de extremo bom gosto, o banheiro adjacente duas vezes maior que o de sua casa. A suntuosa cama alinhada no centro, os lençóis e o restante de toda a roupa de cama combinando delicadamente com os tons do quarto.
Alice sentou no peitoral da janela, apoiando as mãos no batente. Observando pequenos flocos de neve cintilando nos galhos caídos das árvores. Por de trás da vegetação, um veículo prateado avançava até parar em frente á casa. Por fim, a curiosidade venceu. Alice desceu como um felino sorrateiro as escadas. Os pés descalços não produzindo sons que a delatasse.
Não havia ninguém na sala, no entanto pequenos gemidos delatavam a presença de atividade no escritório. A porta dupla fechada, uma pequena fresta exposta.
O coração de Alice batia e batia num ritmo alucinado. Ousou observar pelo pequeno espaço. A princípio parecia uma imagem indefinida, mas no instante que os olhos se adaptaram ao conjunto disforme. Jasper enfiado no meio de um par de pernas. Parecia ser Charlotte Packard.
Alice reconheceria a voz doce embora distorcida por vários gemidos e sons guturais em qualquer lugar. Charlotte sentada na mesa, às pernas adornadas em volta dos quadris de Jasper, as calças dele arriadas. Não reconhecia ele, pareciam dois animais.
O corpo que tanto amava se enfiava cada vez mais, com um rosnado Jasper rasgou a frente do vestido expondo os seios. Mamando eles como uma criança esfomeada, Alice correu enojada com a cena.
Subiu as escadas rapidamente , tropeçando em alguns degraus. Somente quando se jogou na cama, notou que ninguém percebera sua presença. Odiava a si mesma por amá-lo, pior por desejar ser aquela mulher adúltera.
Como eles puderam? Peter, melhor amigo dele...
Uma sensação de extremo abandono abateu seu íntimo. Jogou-se nas cobertas, chorando silenciosamente. Um tremor sacudiu os contornos da cama, por cima das lágrimas. Alice enxergou o pequeno aparelho vibrando, talvez fosse seu pai notando seu sumiço.
– Alô? – Alice balbuciou.
– Lice... – era Shane.
– Shane – ela disse fracamente, ele trazia as recordações da triste realidade. Em como não teria mais Jessica para compartilhar seus segredos, possivelmente nem Angela.
– Sempre o tom de surpresa... – ele disse desapontado. – Como está? Seu padrinho não deixou chegar perto da enfermaria.
– Bem – o tom de voz era cortante, deixando claro que não queria alusão ao nome de Jasper.
– Olha... Eu sei o quanto está sendo difícil. Ainda espero que ela apareça na minha porta dizendo que foi uma brincadeira – a voz parecia levemente embargada, ele chorará também. – Eu preciso de você, Lice. Estou com medo, eu...
– Como assim? – Alice apertou o aparelho contra o ouvido.
– Não posso dizer pelo telefone – Alice apurou os ouvidos, o som de talheres. Devia estar usando o telefone da RR Café.
– OK – Alice buscava qualquer coisa para se agarrar, afim de encontrar um refugio, aos tristes acontecimentos daquele dia.
– Eu passo para te buscar dentro de quinze minutos. Algum problema com seu padrinho. – ele quis se certificar, o tom não revelava medo.
– Ele não será problema. Vou sair pela janela, me encontre atrás da casa.

[...]

Após a autópsia em Jessica Stanley, Rose e Emmett, partiram em carros separados para interrogar a família de Jessica.
O sol era forte e começava a derreter a neve recém-saída. A pequena cidade fascinava o agente vindo de Washington. Conforme seguia a picape de Rose, assistiu a cordialidade dos cidadãos. Um senhor parou de tirar a neve de seu telhado para acenar em direção a Rosalie. Um outro, passeando com seu cachorro, também acenou. Um casal acenou da varanda da agência dos correios. Rose acenou em resposta a todos. Ele se via mais intrigado pela estonteante xerife, havia fortes razões que motivaram sua força. Sua intuição não mentia.
As nuvens começaram a se dissipar enquanto ele as olhava. Quando se tornaram bastante ralas para que alguns raios de sol pudessem passar, a neve faiscou.
Por um momento rápido tateou suas vestes em busca de seu gravador.
“Diane, Pinheiro Douglas! Essas árvores estão em todo o lugar. Por favor ,lembrar-me de adquirir um belo terreno em Twin Peaks para os anos de aposentadoria. O preço da gasolina foi para US$2.00 o litro, consegui reabastecer todo o tanque a um preço justo.
Xerife West me conduziu pelas dependências do hospital Gostei muito dela, Diane. Uma mulher estonteante, e que mente brilhante.
De fato, Angela e Jessica estavam juntas na noite do assassinato. A única sobrevivente, Angela, encontra-se em um estado vegetativo, portanto temos que passar para a investigação. Atentar-nos aos fatos, pistas... Preciso de um café com um bom pedaço de torta, Diane.
Angela e Jessica mantinham relações sexuais no dia do crime, e provavelmente durante o ato brutal. Seus respectivos namorados Michael Newton e Benjamin Cheney, já foram intimados a prestar esclarecimentos. Neste momento, estou avistando a residência de Jessica Stanley. Retomaremos mais tarde. Como disse Shakespeare: “O sábio não se senta para lamentar-se, mas se põe alegremente em sua tarefa de consertar o dano feito.”
Era uma casa pequena, pintada de azul-claro com madeiras em branco, uma graciosa cerca de piquetes em que a neve se acumulava.
Rosalie orgulhava-se de ser uma pessoa de iniciativa. Porém observou incrédula, o agente Mccarthy correr para sua porta, galante – uma ajuda de que Rose não precisava -, ela tentou se mostrar inabalável. Se isso sugeria uma falta de profissionalismo, ela acertaria esse ponto imediatamente.
– Agente Mccarthy – disse ela.
– Ouso dizer que trabalharemos juntos por algum tempo. Portanto acho que nossa convivência seria mais produtiva se certas... – Emmett ponderou as palavras. – Formalidades fossem deixadas de lado. Eu fui criado para ser cavalheiro com uma mulher. Isso não interfere em nada na minha visão de sua capacidade, xerife. Aliás, Emmett Ethan Mccarthy.
Emmett sabia que corria o risco de suas intenções não serem bem interpretadas. Ela não retribuiu o sorriso, porém estendeu a mão.
– Rosalie Carmen West. Não me chame de Carmen – ficou gravado instantaneamente na mente de Emmett.
O orgulho de Rose se desvanecia. Sua presença restringia o seu poder, mas havia algo nele que a deixava à vontade. Talvez fosse pelo fato que ele pudesse avaliar a situação de maneira mais objetiva. Emmett abriu espaço para que Rose o conduzisse, uma forma de mostrar que trabalhariam em equipe. Não era melhor do que ela.
A neve derretia por essa razão os pequenos ladrilhos que levavam até a entrada, estavam especialmente escorregadios. Os pés de Rose vacilaram, colocou os braços á frente prevendo a queda. No entanto, o impacto não ocorreu. Emmett a sustentava, os braços fortes e seguros enlaçados em sua cintura. As mãos sobre as linhas do peito definido, seu corpo emanava calor. A respiração pesada dele tocando suas têmporas.
Ele recendia a sabonete de alóes7 que era uma fragrância leve e, viçosa, feminina. Ainda era leve e viçosa, mas nele se tornava masculina.
– Obrigada – Rose estava decidida a ignorar, mas seu corpo estava muito colado ao de Emmett.
– Por nada – com um esforço descomunal. Ele a soltou, ainda a fitando intensamente.
Ela se virou, certa que o frio era a desculpa perfeita para o rubor. Bateu na porta de Maida Stanley.
A resposta foi imediata. Se pudesse haver uma indicação que Jessica continuaria linda ao envelhecer, Maida Stanley a oferecia. Tinha cabelos escuros, curtos, com um corte elegante, embora desmanchado. Os olhos gentis com grandes bolsas vermelhas. Lágrimas cintilando pela face. Rosalie sempre teve simpatia por ela. Abandonada jovem pelo marido, grávida de sua única filha. Enfrentou as fofocas, e se estabeleceu mesmo contra as apostas dizendo o contrário. Mãe solteira e uma mulher trabalhadora, digna e íntegra.
– Maida, sinto muito – pouco importava que o seu lado sentimental tivesse maior poder. Estendeu os braços, cobrindo os ombros dela.
– Significa muito para mim, Rosalie. Minha menininha se foi...
Emmett assistia mudamente.
Os olhos de Maida fitaram o agente Mccarthy.
– Entrem, por favor – sempre a anfitriã consumada.
– Maida, esse é o agente Emmett Mccarthy. Estamos aqui para fazer algumas perguntas, parte do procedimento.
– Senhora, Stanley. Sinto por sua perda.
– Obrigada, agente. Vou responder a todas as perguntas, só peço justiça pela minha filha.
Conforme avançavam até a pequena sala. Emmett teve um vislumbre da personalidade de Maida, era uma pessoa perfeccionista. Gostava que tudo fosse certinho. As almofadas ajeitadas cuidadosamente, a sala em uma ordem fascinante. Pequenos enfeites no batente da lareira, milimetricamente afastados um do outro.
– Quando foi à última vez em que a viu senhora Stanley? – Emmett indagou.
– Na noite passada. Ela disse que iria à casa de Angela estudar.
– Mas, você sabia que era uma mentira – Emmett afirmou. Com um embaraço evidente, ela se virou para a lareira. – Vocês brigaram na noite passada?
Maida balbuciou, os soluços fortes provocando uma onda de tosse.
– Sim... Desejava para minha filha uma vida diferente da minha. Um curso na faculdade, um bom casamento. Não aguentava mais suas mentiras... Por isso a expulsei, disse para voltar quando quisesse levar uma vida direita – lá estava Maida como ela era. Com medo de erros. Com medo que sua vida não fosse perfeita.
– O que descobriu, Maida?
Rosalie a fitava generosamente, não importava que ela tivesse expulsado a filha. Pais erram tentando acertar. Viveu por um bom tempo se arrependendo por ter afrontado seu velho pai. O que ela queria mesmo, compreendeu de repente, era que Maida falasse que a amaria de qualquer maneira, não importando o que ela fizesse. Rose queria que Maida, a perfeccionista, expressasse esse tipo de amor incondicional.
Maida tornou a virar a cadeira num movimento abrupto para fitar Rose. Ela pensou a respeito por um longo momento, para depois responder:
– Ela usava drogas...
– Como se sentiu? – por um momento fugaz, Emmett notou os olhos de Rosalie nostálgicos.
– Exposta. – uma pausa e então acrescentou. – Assustada. Preocupada. Confusa. Fiquei me perguntando o que eu fiz para que isso acontecesse.
– Nunca foi sua culpa...
– Eu a expulsei de seu lar, Se não tivesse feito, ela estaria viva.
– Mas isso não significa que não se preocupou – continuou ela. Em dado momento foi como falasse de si própria. – A verdade é que se preocupou... E muito. Não se pode mudar a maneira de pensar de uma vida inteira em poucos meses. Você é mãe e queria o melhor, que pai não queria?
Emmett teve uma súbita curiosidade.
– Aonde acha que ela possa ter ido? – Emmett analisava suas expressões, em busca de breve passo em falso.
– Não sei, obviamente não estava estudando com Angela. Talvez com Alice, ou com Mike... Se drogando...
– Certo – Ela não mentiu. Dessa vez da nada sabia. – Precisamos revistar a casa, talvez pegar alguns objetos que nos indiquem alguma pista. Entende isso? Temos um mandado...
– Tudo bem, agente – Maida abaixou os olhos, os dedos formando nós. Entrelaçados uns nos outros. Estava perturbada. Triste. Culpada. Decepcionada.
Maida os levou para o pequeno quarto de Jessica, em seguida os deixando a sós.
Era notável pelos pequenos detalhes o quanto mãe e filha diferiam. O quarto de Jessica representava típica luta adolescente contra a represália moralista, querendo destacar sua personalidade a qualquer custo. A cama bagunçada, CDs espalhados pela escrivaninha, roupas em cada parte do quarto.
– Quem é Alice? – Emmett perguntou enquanto observava a cama.
– Filha de Edward Cullen, dono do Red House. Colega de Jessica e Angela e melhor amiga.
Emmett alteou as sobrancelhas.
– Estamos em uma cidade pequena, Mccarthy. Aliás, meu irmão mais velho é padrinho dela.
– Teremos que fazer algumas perguntas á ela – sentou-se no colchão. Deslocando o peso de um lado para o outro. Rosalie observou desconcertada. – O que aconteceu entre você e seus pais?
O livro que Rose folheava caiu em um baque surdo no chão.
– Eu fui como qualquer adolescente, rebelde...
Evasão. Emmett constatou que era melhor não insistir por enquanto.
– Tenho que tirar esse colchão – retirou o sobretudo. Rosalie o segurou silenciosa.
Emmett arregaçou as mangas, os músculos a mostra. Facilmente ergueu o colchão, havia um pequeno embrulho entre as madeiras da cama. Ele pegou o quadrado, estava em um saco plástico, protegido da exposição da umidade, poeira. Rose o pegou enquanto Emmett abaixava o colchão. Calçou luvas, tirando o saco cuidadosamente.
Era uma linda caixinha de música aveludado, não era o tipo de artefato encontrado em Twin Peaks. Havia algumas palavras inscritas em francês, “Pure Pleasure”. Abriu delicadamente, uma pequena bailarina de cristal bailou ao som de um acorde leve e requintado.
Nas divisórias haviam papéis dobrados e algumas fotos. Eram em preto-e-branco, Jessica e suas amigas. Olhou atentamente uma por uma. Parou na terceira, ao som da voz de Emmett, bem atrás de si.
– Mike tinha um Harley Davidson?
– Não, essa moto não é dele. Há apenas uma pessoa na cidade com uma moto dessa – Emmett a observou. – Shane Marshall.
– Ela me parece feliz...
Na pequena foto, Jessica fazia poses na garupa de uma bela Harley Davidson.
– Isso me parece um romance secreto, ou seja, mais segredos.
– Temos muito trabalho.
– Sim. Preciso de uma xícara de café.
Rosalie sorriu.
– Nosso café nos aguarda na delegacia. O melhor de Twin Peaks, Mccarthy.
– Vamos lá. Mande alguns oficiais terminarem de revistar o quarto... – de repente sua expressão suavizou. – Estou louco pela famosa torta de Twin Peaks.
Por sorte, a delegacia de Twin Peaks ficava depois de uma esquina, fora de vista do centro da cidade. Uma construção térrea de alvenaria, com a paleta em tons de cinza e marrom, poucas janelas apenas na parte frontal. E uma enorme placa de carvalho pendurada. Police Station Twin Peaks, dizia em letras de um azul bem escuro.
Ao passar pela porta de vidro, o rosto de um homem magro com cabelos negros passou pela divisória. Havia uma espécie de recepção bem na entrada.
Emmett esboçou um sorriso simpático.
– Fred...
Freddy sorriu receptivo, estava com um grande headphone. A fisionomia era calma, o tipo de pessoa que era fácil contar seus segredos.
– Agente Mccarhty? Atravessou o lago? Não disse que era fácil? – ele riu em seguida apertando o botão no headphone. – Delegacia de Twin Peaks, qual a sua emergência?
Rose esticava os braços tirando seu casaco pesado de inverno. Não conseguiu controlar seu cromossomo Y, e fitou desconcertado as formas de Rose.
– O café está preparado na sala 5 – Fred afastou os phones.
– Certo. Hank já chegou? - E ela ajeitou os cabelos. Foi algo tão natural, por isso foi extremamente sensual.
– Sim, xerife. Goldman também está aqui.
Fred parou abruptamente quando uma bela mulher passava pela recepção. Sua intenção era sair despercebida com medo do que o marido faria se o pudesse complicar.
– Stacy... – Rosalie segurou o braço dela.
A mulher era miúda, os cabelos ruivos encaracolados. A pele sardenta, um nariz pequenino e redondo, os olhos amendoados em um tom de cinza. Quando ela virou o rosto, obrigada a dar uma resposta a Rosalie. Sua face esquerda foi exposta. Havia um grande hematoma ao redor de seu olho, na nuca uma coleção de roxos.
Rose arfou.
Stacy constrangida levantou a gola do casaco sobre as bochechas, a fim de esconder os machucados.
– Foi ele, não? – Rose disse trincando os dentes.
– Claro que não. Sou uma desastrada, caí da escada – ela deu um tapinha na testa.
– Quantas vezes em um mês inteiro? – os olhos de Rosalie duros. Stacy permaneceu cautelosa.
– Estou indo, Rose. Venha me visitar para comermos uma torta. – ela disse por fim, Saindo rapidamente no frio ártico.
– Marido violento? – Rose se sobressaltou, tinha esquecido a presença de Emmett.
– Sim, oficial Harry Goldman.
– Pode afastá-lo... Tem autoridade para isso.
– Eu sei, acha que já não fiz isso? É difícil afastar um competente policial, ainda mais quando não há queixas formais. Se colocar Stacy para falar, ela negará se for preciso dirá que se autoflagela – Rose contraía as têmporas, obviamente já havia perdido muitas noites de sono.
Ela sentia o orgulho ferido. Perturbava-se por não ser capaz de ajudar a amiga. Também a incomodava que sua sala estivesse numa terrível desordem. Rosalie conhecia o tipo de Emmett. A imagem era de um escritório do FBI: da variedade masculina, móveis de mogno, mármore e tapetes. Eles podiam contratar assistentes que eram pagos para datilografar etiquetas e organizar pastas de arquivo. Mas Rose não tinha condições de contratar uma assistente para isso. Fred foi um grande alívio, porém era responsável pelas linhas.
Sua sala era uma coleção eclética de arquivos, estantes e espaço de trabalho. Tudo acrescentado ao longo dos anos à medida que a necessidade surgia. Adorava sua sala e se ressentia que a presença dele deixava-a contrafeita. É claro que ele devia ter percebido isso, porque sorriu para o caos de livros, papéis, pastas, e comentou divertido.
– Sensacional...
– Pode usar minha sala. E, desculpe pela bagunça...
Emmett não prestou muita atenção, a concentração dissipada com o tsunami na sala dela. Havia uma caneca trincada usada como porta-lápis, várias canetas misturadas, marca-textos jogados. Ele sentiu extrema necessidade de organizar as coisas. O bloco de notas no chão.
Rose sentiu uma vontade irresistível de rir, ele parecia cômico com os olhos esbugalhados focados na extremidade da mesa.
– Deve estar faminto, vamos? – ela indicou a porta.
– Um momento. Isso está me matando... – com a caneca em mãos, ele separou por cores as canetas azuis, pretas e vermelhas. O pequeno bloco de notas ao lado.
– TOC? – ao virar a cabeça, ele descobriu que Rose fitava-o atentamente.
– Talvez, nunca tinha pensado a respeito. É uma extrema necessidade de organização. As vezes me dá falta de ar. Rose desatou a rir. Emmett arregalou os olhos.
– Você tem TOC. Não há dúvidas.
Rose abriu a porta da sala ao lado, uma mesa longa exibia guardanapos e descansos de copo natalinos. Várias caixas recheadas de donnuts, uma grande torta no centro da mesa.
– O cheiro é incrível.
Emmett sorria largamente, a fileira de dentes brancos à mostra. Rapidamente pegou a garrafa térmica com café, e tratou de abri-la.
– Finalmente... - anunciou Emmett, enchendo uma caneca.
Antes que Rose o advertisse, ele deu um grande gole.
– É café puro, sem açúcar...
– Fantástico... – Emmett sorriu enquanto lhe estendia um copo. – Comecemos os interrogatórios!

[...]

– Com licença...
Bella virou-se quando Jacob entrou em seu consultório, fechando a porta em seguida.
– O resultado da ressonância acabou de sair.
Jacob Black era um homem atraente. Provavelmente perto da casa dos quarenta , olhos negros como a meia-noite, cabelos negros que brilhavam sutilmente com luz fluorescente, pele morena. Vestia-se com elegância e simplicidade – calça e camisa sociais – em cores suaves, causando um contraste com sua pele. Exibia muita elegância que o distinguia. Porém, tinha uma maneira comedida. Era discreto.
Bella analisou cada traço da personalidade de Jacob apenas buscando pequenos detalhes em seu consultório. Eram mínimos, não havia porta-retratos, exceto por uma imagem antiga em que um homem forte segurava uma pequena criança morena, o sorriso acalorado e os olhos de um falcão. Nas paredes havia diplomas pendurados, Um brasão aonde um majestoso leão se destacava com sua juba dourada, o tom que predominava era o vermelho, abaixo a inscrição da Harvard.
– Bella... – ela corria os olhos pela sala.
– Me desculpe, meu resultado saiu. Qual o veredito, doutor? Alguma sequela? – ela exibiu um sorriso artificial.
– Além da perda de memória – o tom era cordial, mas havia uma leve incredulidade. Jacob não aprovava sua presença, isso incitou Bella ainda mais. Não sabia o tipo de pessoa que era, mas com certeza não era de natureza fácil.
– Você tem o diploma, doutor. Quero ouvir suas hipóteses, talvez um diagnóstico – respondeu Bella, sem hesitar.
– Foi vítima de uma bela pancada, o objeto com que a agrediram devia no mínimo pesar uns quinze quilos... Por esta razão, além da inconsciência houve uma precipitação. Houve uma alteração de sua PIC (Pressão Intracraniana), a parte frontal de seu cérebro está prensada. O que resultou na sua falta de memória – Jacob foi sincero, apesar de notar evasão nas atitudes dela. Sem dúvida era verdade sua amnésia, o que o intrigava ainda mais.
– Há algum...
– Tratamento? Não... Apenas temos que esperar, qualquer atitude precipitada pode agravar a um quadro clínico mais sério.
– Entendo...
Com receio de perder tempo, Jacob deixou o envelope branco pesado em cima da mesa. Indo se sentar ao lado de Bella, em uma das cadeiras.
– Bella, você precisa ir á delegacia. Foi algo sério que aconteceu, há um assassino a solta. Talvez você seja essencial para sua captura.
Bella respirou fundo, tremendo um pouco, mas não fez qualquer comentário. No silêncio subsequente, Jacob levantou-se.
– Não posso ir á polícia. Não me pergunte por quê. Apenas sei. Nunca erro.
Jacob sentiu uma pontada de irritação. A conversa não estava ajudando.
– Bella, sabe que posso entrar em contato com a polícia?
– Claro, mas não será capaz. – Bella disse alto com convicção.
Jacob sorriu. Ela o fascinava tinha que admitir.
– O que a motivou a se iludir a tal ponto?
– Primeiramente, está atado a ética profissional. O que não tem valor algum, isso nunca impediu que crimes acontecessem. O importante é que não o fará, porque iria prejudicar Edward. E está pensando nele, acima de tudo.
– Como tem tanta certeza?
– Não tinha certeza da sua relação com Edward. Mas entre todos os médicos do hospital, ele confiou em você. Depois, seu escritório... Há um brasão de Harvard, eu vi o mesmo na casa de Edward. Formaram-se no mesmo ano, e ouso dizer que estudaram juntos... – os olhos de Jacob, desfocados, a fitando. – Eu me importo com ele, Jacob. Muito mais do que deveria, e o suficiente para encrencá-lo.
Edward esperava do lado de fora, sob o olhar atento de Cassie. Não era o lugar que gostaria de estar. Não tinha opção, no entanto. Ele disse que esperaria Bella ali, e por isso esperava, as mãos nos bolsos do jeans.
Jacob se se aproximou pelo corredor, saindo do consultório. Ele não disse nada quando o alcançou. Apenas indicou que ele deveria acompanhá-lo. Entraram por outro corredor.
– Você transou com ela – Jacob manteve o olhar preso ao de Edward.
– Como sabe disso? Ela disse algo? – ele sentiu uma ardência na virilha ao se recordar de como foi excitante estar dentro dela. Da forma como ela arranhou seu peito no momento de paixão.
– Não em formas de palavras. Há quanto tempo não se deitava com uma mulher? – Jacob riu, um som nervoso. – Justamente essa mulher que nada sabemos. Quantas estiveram dispostas? Creio que até Rosalie...
– Não seja absurdo! Rosalie é como uma irmã. Sabe que nunca passou essa intenção pela mente dela.
– Eu sei, me desculpe.
Edward respirou lentamente.
– Bella é incrível... – Edward confirmou com um aceno de cabeça. – Isso não foi necessariamente um elogio. Tentei explicar, persuadir, pedir. Ela se recusava a ir á polícia. Eu a ameacei ...
Antes que Edward esboçasse seu desagrado. Jacob completou.
– Ela soube na hora que era um blefe. Sabia que havíamos estudado juntos na faculdade, nossa amizade... Por pouco não traçou meu perfil... Não há mentira no que ela diz, tampouco, está disposta a falar. Isso me assusta. Tenho a impressão que está disposta a fugir a qualquer momento se alguma coisa sair errado.
Edward encostou a testa na parede fria.
– O único momento em que sua expressão revelou temor. Foi quando houve a leve menção do seu nome... Se importa com você.
Edward afastou a cabeça da parede apenas pelo espaço suficiente para comprimir as mãos contra as têmporas.
– Edward, eu te conheço como a mim mesmo. Ela mexeu com você. Nunca o vi assim, desde a morte de Lizzie...
Ele apertou as têmporas com mais força ainda.
– Quer ouvir algo assustador? – disse Edward, virando-se para o amigo. – Você está certo.
Edward recusou-se a abrandar as palavras e deixou que pairassem no silêncio que se seguiu.
– O que vai fazer? - Jacob já sabia da resposta antes mesmo que fosse dita.
– Nada. Apenas ajudá-la.
Ambos giraram nos pés ao som de uma aproximação sutil. Bella estava parada ali. A princípio ela não se mexeu. Edward atravessou o corredor, puxou-a para seus braços, comprimiu o rosto de Bella contra seu peito. Não queria ver aqueles olhos dominados pelo medo. Mas podia senti-la tremer, o que era quase tão inquietante.
Jacob os deixou a sós. A partir do momento que escolheu ficar calado, se tornou tão cúmplice quanto Edward.
“Estamos quites, Edward.”– pensou no instante em que um tremor percorreu seu corpo.

Glossário

Blackcat1 significa gato preto, é uma alusão ao beco aonde se comprar as drogas.
Indulgentes2 – que perdoa facilmente; tolerante.
Castle3 – Casa de shows situada no centro de Twin Peaks.
Esmaeceram4 – (esmaecer), perder a cor; desmaiar, perder o vigor, esmorecer.
Modus operandi5– é uma expressão em latim que significa "modo de operação". Utilizada para designar uma maneira de agir, operar ou executar uma atividade seguindo sempre os mesmos procedimentos.
Preâmbulo6 – Sem mais preâmbulos, sem demora, direto ao assunto.
Alóes7 - Esta especiaria foi usado no sepultamento de Jesus, em que tomaram parte José de Arimatéia e Nicodemos. (João 19.39), se o composto de 50 quilos que Nicodemos usou tinha considerável proporção de aloés, foi preciosíssimo. É da madeira de uma árvore preciosa e odorífera.
--x--

N/A:

Mais um capítulo de PP. Bom, espero ter esclarecido algumas questões, e confundido mais ainda suas cabecinhas.
Esse é o espírito da coisa.Só posso dizer uma coisa, a partir do momento quando a identidade de Sangria não for mais um segredo, tudo terá um sentido muito perturbador.
Bom, esse capítulo em especial gostei de focar no casal Alec e Chelsea. Afinal, até agora Alec foi visto como o irmão de Edward que resgata a Bella.
Mas ele tem um passado uma história. A morte do Carlisle o marcou muito. Ele sempre viveu a sombra de Edward. E quanto a Chelsea, ela é um espírito rebelde. Ela é uma das minhas personagens mais originais.
Mas, o meu top de linda, é o agente Mccarthy.
E sim GISELE... VOCÊ TEM TOC, BABY"
Minha linda e amada beta foi meu laboratório para o Emmett, e no próximo capítulo temos mais TOC by Gisele! HAHAHA*
O próximo capítulo está pronto, falta eu digitar e enviar para a beta.
E garanto que vai ser hot, muito misterioso e com uma grande surpresa no final. Primeira vez que Sangria aparecerá em cena.
Meninas, por favor comentem e divulguem a história se estão gostando.
Beijos enormes!














 
Gica´s POV!

Hello, corujinhas e Ninas que curtem PP. Como estão?
Eu estou completamente maluca depois deste cap. Sim,pq fala serio, foi tão bem dividido que eu não sabia no que me focar.
Primeiro com todo o lance dos temores e tensões de Alec [ odeio drogas] e depois a pegada intensa dele me deixou com vontade de ser a Chelsea kkkk [ abafa] Este cara tem tantos medos, tantas neuras que nem ele mesmo se conhece. Se refugia nas drogas principalmente pela falta que sente de seu pai, e pior de tudo, ele faz sexo por sexo, ou seja, ele não se apega, não se permite amar ... é um cara solitário, e tenho medo de pessoas assim... O.O
Então eu corri para a parte de Alice e Jasper. Que garotinha sapeca ela né? Gostar do padrinho cara? E que padrinho, diga-se de passagem, de tirar o folego! Eu nunca vi tanta mulher fácil numa fic so. Pow, melhor amigo do marido? Fala serio, que vadia safada [ eh, qdo eu xingo e ofendo muito é pq estou com invejinha kkkk] acho que ela busca em Jasper o que não tem com o marido e o Jasper se alivia nela pq não pode se permitir apaixonar por sua afilhada! Que rolo da preulaaa!! Daria um bom rocambole de chocolate kkkk
Edward e Bella!! Jacob como medico e amigo de Ed foi bem legal sabe. Eu comecei a me simpatizar com ele, desde que não se repita o lance de Twilight por mim esta tudo certo. Mas ...porque ele disse, estamos quites? Ai ai ai Fefe adora me deixar intrigada. E é justamente por isso que amo PP E SOU FÃ NUMBER ONE!!
Agora por ultimo o meu EMMETT! Sim, pela primeira vez em todos os Emm, a Fefe caprichou no personagem e ainda.. er.. adicionou uns LANCES TOTALMENTE MEUS!! Kkkk eu NÃO TENHO TOCS! Sou apenas organizada. Tipo eu adorei o lance de organização da mae da Jessica. Me senti igual!! E o Emmett além de super inteligente, simpático e CHARMOSO, ele tem algo meu... então deu pra sacar a minha emoção ao ler este capitulo mega intenso.
Fefe, quero pedir mil desculpas pela demora com o beta. Eu tive alguns probleminhas mas prometo que não vou deixar acontecer de novo.
NINAS, não culpem a Fefe!! Ela me mandou o cap tem 2 semanas!! A mancada foi minha!!
Sorry! Sorry! Sorry!
Quanto ao cap. Nem preciso dizer nada né? Eu amei muitooo como sempre!!
Parabens Fe, você se supera a cada cap.
Até o cap 5 !!
Amo vc
Gica coruja Mor ~viciada em PP a Fic que vai mexer com você.





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