Obs:
Não recomendado para menores de 18 anos: cenas de sexo, investigação policial e
ete cetera.
Previously in Point Pleasant
– Então,
por que não explicou isso a ele?
– As
pessoas trabalham melhor quando se sentem ameaçadas por alguém superior. Ele
ainda vai me agradecer. – Emmet era alguém peculiar. – Agora, realmente me
faria bem aquele cafezinho na delegacia.
Rosalie
sorriu para ele.
[...]
– Minha
pequena... – ele atravessou a distância que os separava em duas passadas.
Seu corpo
logo acomodou a silhueta esguia de Alice. Os braços envolvendo-a, trazendo para
mais perto de si como se pudesse evitar perdê-la, tal como um dia perdera
Elizabeth.
Jasper
amava Alice. Da forma mais insana possível, assim como um homem ama uma mulher.
Tentou
sentir raiva, mas foi impossível. Ele a amava
[...]
Capítulo 4 - Fantasmas do passado
“O passado não reconhece o seu lugar: está
sempre presente.”
Alec
dirigia sem destino, até entrar em uma curva de prédios germinados.
Blackcat1,
a área mais perigosa de Twin Peaks. Nem o paraíso podia escapar de ter sua maçã
podre. Ele olhou em volta, havia algumas construções abandonadas pela
criminalidade do bairro.
Estacionando
o carro por cima da calçada, o gelo fazia com que os pneus derrapassem um
pouco. Alec saiu do automóvel muito quieto, ainda espumando de raiva, escutando
o galope desenfreado de seu coração.
Pouco
importava que ainda fosse dia, os acontecimentos das últimas horas exigiram
muito de seu corpo sóbrio. Havia prometido a si mesmo que rejeitaria as
substâncias ilícitas, mas nenhuma pessoa acreditaria em suas promessas. Por que
justo ele gastaria suas forças mantendo promessas vãs?
“Um
dia de cada vez.”
Alec se desfez da culpa rapidamente.
O coração
bombeava o sangue em um compasso forte e acelerado, como se preparasse todo o
organismo para receber a potência das drogas.
Mas,
depois de dez minutos sozinho encostado no capô do carro, a neve caindo em
flocos, uma nova sensação se apoderou dele: o pânico. De qualquer maneira que
considerasse o fato, ele nunca se vira em situação pior. Estava sozinho, no
escuro mundo do vício, absolutamente sem ter aonde ir.
Qual a
única coisa a se fazer no momento?
Alec
estremeceu como um alcoólatra prestes a dar o primeiro gole, e olhou para os
dois lados da rua. Caminhou lentamente até entrar no beco, as paredes pichadas
em palavras torpes que os viciados utilizavam. O cheiro característico que
somente os usuários eram capazes de identificar.
Um
formigamento estranho na nuca o fez sentir que estava sendo observado, mas a
rua parecia deserta e não havia luz nos grandes prédios quadrados. Logo, os
olhos sábios e indulgentes de Carlisle vieram em sua mente, era justo sentir-se
julgado por seu pai. Havia jurado no pilar de mármore frio que trazia o nome
escrito de seu pai, que não o faria mais...
Estava
assustado. Nunca conseguiu ser forte como se irmão, para a constante frustração
de Carlisle.
As
inseguranças o levaram ao caminho tortuoso das drogas.
Atrás das
latas de lixo, um vulto encostado na parede de tijolos. Ao ouvir os passos de
Alec saiu de seu esconderijo.
– Voltou
mais rápido do que imaginava. O bom filho á casa torna, Alec. – havia algo nas
feições de Micah que fazia Alec instantaneamente pensar nos ratos de esgoto.
Baixos e sujos. – Duas compras em um dia só.
Alec olhou
bem fundo nos olhos sombrios de Micah. Era como fitar um reflexo no espelho, o
medo e frustração refletidos diretamente nas pupilas de Alec. Era óbvio que
ansiava por libertação.
O rosto
encovado de Micah abriu-se em um sorriso. A pele fina e desgastada repuxando-se
sob os ossos, por pouco, a pele não se rompia devido tamanha fragilidade. Micah
mal havia passado dos trinta e cinco anos.
– Tem ou
não? – apressou-se a dizer Alec.
– Sempre,
principalmente para clientes tão assíduos como você. – disse Micah, afagando o
bolso interno de seu casaco puído.
Micah
estendeu a outra mão livre, um lembrete de que o dinheiro vinha antes de
qualquer transação. Alec bufou insatisfeito, alguns fios movimentando-se com o
vento frio.
Enfiou as
mãos nos bolsos tirando algumas notas amareladas e surradas, provavelmente era
o resto de seu pagamento do último show no Castle3. Dessa vez seria expulso da
banda, fazia três meses que não pagava as contas. O relacionamento frágil com
Chelsea certamente teria um fim.
Tudo
assumiu um tom secundário quando Micah lhe entregou o pacotinho encaroçado. Sua
libertação pesando alguns gramas.
Alec teve
dificuldade em esconder a alegria enquanto saía depressa do beco, querendo
abrir o pacote. Entrou rapidamente em seu carro, ninguém ousaria incomodá-lo.
Dentro do
veículo era um pouco mais agradável o frio entorpecente, embora sua respiração
saísse fumarenta como se tivesse inalado um beck.
No
porta-luvas havia um espelho de Chelsea, jogou uma pequena quantidade do pó
branco na superfície lisa, usou uma caneta velha para aspirar à cocaína, com
uma das narinas livres.
Olhou-se
no retrovisor. Lá estava ele, refletido, parecendo branco e assustado. Sentiu
leve movimento por suas costas.
Ele espiou
por cima do ombro – não havia mais o movimento fantasmagórico.
Olhou para
espelhou outra vez. Uma mulher parada logo atrás de sua imagem. Ele esticou a
mão hesitante, e sentiu o ar atrás dele. Se ela estivesse realmente ali, ele a
tocaria.
Era uma
mulher muito bonita. Tinha cabelos acaju e os olhos exatamente iguais aos de
Edward, verde-vivo. Ela estava chorando, sorrindo, mas chorando ao mesmo tempo.
Ao seu lado, um homem alto, de cabelos bem loiros, confortava-a. Os olhos bem
azuis exatamente do mesmo formato que os de Alec.
Alec
estava tão perto do esperado agora que seu nariz quase encostava a sua imagem.
– Mamãe,
papai... – murmurou Alec, alisando o espelho.
A pior
parte não era ter alucinações com seus pais, era fitar a decepção evidente no
olhar de Carlisle. Embora fosse doloroso admitir, tudo que um dia desejou, era
ser como seu pai.
Ele
retribuiu o olhar, um mesclado de culpa e carência, as mãos comprimindo o
espelho como se esperasse entrar por dentro dele e alcançá-los. Sentia uma dor
agonizante no peito, em que se misturavam alegria e uma terrível tristeza.
Quanto
tempo esteve parado ali, ele não sabia.
As imagens
não esmaeceram4 e ele continuou mirando-as.
No piscar
de olhos seguintes já não havia mais nada. Alec compreendeu que o efeito cedia,
não podia ficar ali, tinha que encontrar Chelsea. Devia-lhe desculpas.
[...]
– Poderia
me explicar o que está acontecendo? – insistiu Jacob. Os olhos negros
perspicazes flagrando certa hesitação no verde exposto do amigo.
– Uma
longa história... – Edward estava receoso de envolver mais alguém nesse
acontecimento pitoresco. Embora houvesse uma parte de si que jubilava em
alívio.
– A
ressonância nos dará tempo suficiente. – ambos olharam para a porta fechada, o
aviso “Altos níveis de agentes radioativos”. Bella havia entrado para os exames
acerca de cinco minutos.
Jacob
estava em seu consultório no Hospital Calhoun Memorial, sua sala estava escura.
A luz apagada o ajudava a refletir sobre seu dia, a mente perturbada com a
constante preocupação com um de seus pacientes, Stacy Goldman.
Ela sofria
com a esquizofrenia, e os maus-tratos de seu marido somente agravam seus
quadro. Não queria ter utilizar psicotrópicos para controlar os delírios dela.
Um dos
princípios da psiquiatria era não ultrapassar a linha entre profissional e o
pessoal. Jacob não conseguia ser frio diante do sofrimento de seus pacientes,
talvez essa qualidade-defeito o conferiu prestígio.
Era um
excelente psiquiatra e neurologista, a saúde mental simplesmente o fascinava.
Foi então
que recebeu um telefonema preocupado de Edward, lhe pedindo para que examinasse
uma pessoa próxima a ele, atentando para que fosse discreto. Imediatamente
pensou que fosse Alec, em alguma crise causada pela crise de abstinência.
Em pouco
tempo, Edward chegou acompanhado de uma moça extremamente bela. Obviamente não
era de Twin Peaks, Edward alegou que ela precisava de ressonância urgentemente.
Jacob providenciou tudo sem demora, pensando se tratar de algum acidente,
afinal a moça apresentava-se muito quieta. Um típico sinal de choque.
Mas, Jacob
nunca pensou ouvir o que estava prestes a ouvir.
Ele
indicou uma das poltronas de seu consultório á Edward.
– Alec a
encontrou, quase morta, no lago, envolta em um plástico. – pelo tom de voz de
Edward, o pior ainda estava por vir... – Ele a trouxe para minha casa, cuidei
dela e logo depois, ela recobrou os sentidos, aparentemente estável.
– Nunca
perde um paciente, Edward. – não havia humor na forma que ele fitou Jacob.
– Porém,
ela não tem memória alguma. Apenas o nome, Bella. Temo que possa ter sido...
– Sangria
– Jacob completou.
Jacob
buscava um padrão para definir o serial killer. Um possível esquizofrênico? Um
psicótico? Um psicopata? Suas conjecturas eram muito vagas, Sangria tinha tanta
substância quanto um fantasma.
– Já
contatou a Rose? – Edward levantou subitamente.
Ele andava
sem direção pelo pequeno especo. Jacob se lembrou de um paciente prestes a ter
um surto psicótico, a agitação e inconstância.
– Que
aconteceu? – perguntou Jacob, a voz á meio fio. Representando calma e confiança.
Anos
trabalhando com pessoas instáveis ajudaram a desenvolver uma paciência inumana.
– Ela
praticamente surtou quando mencionei a polícia. Eu não deveria ter dado ouvido
ao Alec.
– Qual o
motivo da negativa dela? – como sempre, Jacob analisava clinicamente.
– Não sei.
Talvez por não se recordar de nada. – Edward sentou-se novamente.
Seus
pensamentos indo e vindo, nos olhos de Bella, na sua voz suave. Em como foi
quente e acolhedor tê-la tão comprimida contra si.
– Edward,
não posso deixar de notar que podem se encrencar, principalmente Alec.
– Ela
ameaçou ir embora. Não posso impedi-la se quiser... – sua voz definhou.
Pouco
importava se ele seria suspeito dos assassinatos. No momento a ideia dela
partindo era suficiente dolorosa estava fora de questão.
Jacob
fitou-o por mais um instante, a última vez que vira Edward tão transtornado por
uma mulher foi com Elizabeth. Não podia ser...
Uma leve
batida na porta sobressaltou Edward, tão atordoado com o fluxo de pensamentos.
– Com
licença, doutor Black. A ressonância já foi realizada – a eficiente secretária
de Jacob anunciou. Os olhos faiscando em direção a Edward.
Ele era
alto e imponente. Usava jeans desbotado, botas de trabalho e um casaco de lá
quadriculado aberto, deixando à mostra uma camisa térmica. Havia algo selvagem
nele por baixo da postura contida, imaginou o furor desse homem na cama.
– Cassie,
peça para acompanharem Bella até minha sala, por favor. – ela piscou confusa,
os pensamentos em uma noite erótica com o antigo doutor Cullen.
Assim que
estavam inteiramente a sós, Jacob foi categórico.
– Gostaria
de que me deixasse conversar com ela. Uma consulta extraoficial, essa situação
está me preocupando. Imagine os problemas que irá se colocar, continuando com
essa insensatez – anunciou Jacob, deixando vazar sua frustração pela situação.
– Não vou
forçá-la a nada. A escolha é dela – ele pronunciou as palavras devagar, para
sentir como soavam.
Jacob
compreendeu que a situação era mais complexa do que imaginaria.
[...]
Chelsea
aumentou o fogo na lareira de pedra, fez um bule de café e depois olhou para o
lago, com uma caneca fumegante nas mãos. Durante todo o tempo especulava sobre
Alec... Onde ele estava, o que fazia. Ela não recebeu ligações durante toda a
manhã, de certa forma era um alívio. Significava que Alec não foi preso, o que
talvez nada de grave aconteceu. De repente a raiva inundou seu consciente.
“Filho
de uma puta!”,
Chelsea disse em voz alta, a xícara espatifando na pia.
Não era
justo ficar a manhã inteira o esperando, preocupada. Ele jurou que dessa vez
seria diferente, no entanto nada mudara. Exceto que antes tinha a certeza que
estaria nos becos de Blackcat, e agora?
Ela tratou
de afastar da mente o pensamento inquietante. Alec era um inconsequente,
egoísta porém não era assassino. Distraída, pegou o controle remoto da
televisão, virou-o e ligou o aparelho. Mas só depois de um minuto de troca de
canais é que encontrou alguma coisa interessante. Era uma notícia sobre
Sangria, outro assassinato ocorrerá em dos condados de Washington, Twin Peaks.
Não revelaram nomes, apenas que o FBI foi finalmente encarregado da execução do
caso e captura do serial killer.
Chelsea
ficou olhando para a televisão com uma fascinação mórbida. Vários psiquiatras
tentavam traçar o perfil psicológico que se adequasse a Sangria.
“O que
diferencia o serial killer( em português, assassino em série) dos demais
assassinos é o fato que ele comete os crimes com certa frequência, podendo
estabelecer um padrão de escolha e intervalos de tempo. Ele seguem um
determinado modus operati5 em alguns casos deixa uma marca, que pode ser
considerada sua assinatura pessoal. Seu perfil coincide com o psicopatológico.”
Chelsea
vacilava entre a incredulidade e a consternação. Desligou a televisão, largou o
controle remoto e pegou o telefone. Discou o número do irmão. Depois de um
único toque da campainha, ele atendeu.
– Alô?
– Onde
você está? – perguntou Chelsea, sem qualquer preâmbulo6.
– Neste
momento? A três quadras do escritório.
Randall
Hayden, dois anos mais velho do que Chelsea. Ele trabalhava na prefeitura como
promotor público. O pupilo do grande juiz Henry Hayden, um homem autoritário.
Por suas mãos centenas de criminosos e assassinos já haviam sido condenados,
geralmente as penas mais rigorosas do estado. Ele se orgulhava de ser um desembargador
da lei. No entanto, dentro de casa era um homem sem limites, apenas enxergava a
verdade dentro de si. Não respeitava a opinião dos filhos, a mulher era uma
escrava. Chelsea sempre odiou o pai. Não se ajustava aos padrões rigorosos da
família perfeita, para sempre o podre que ameaçava todo o fruto de Henry. Agora
era Chelsea Smith, sobrenome de solteira de sua mãe falecida.
– Assisti
ao noticiário na televisão sobre Sangria. O que sabe sobre isso?
–
Absolutamente nada, minha cara – disse Randy, agora tenso.
– Você
mente tão mal, devia procurar outra carreira – houve uma pausa.
– Mesmo
que soubesse, não podemos divulgar as informações. O FBI tem jurisdição sobre o
caso, ou seja, sigilo absoluto.
– Não
podemos? Deixa adivinhar juiz Henry também está nesse caso? Ele fez um bom
trabalho com você, a garota dos olhos dele. Diga-me tem permissão de limpar a
bunda sem as ordens dele?
– Mas qual
é o problema com você? – Randy parecia magoado.
– Eu sou
sua irmã, porra! Estou preocupada como qualquer cidadão. Assustada...
Randy deu
um longo suspiro que provocou vários chiados se estendendo na ligação.
– Tudo
bem, isso é extraoficial. Jessica Stanley foi a vítima. Foi encontrada nas
terras dos Quileutes, nos velhos vagões. Ao que parece praticamente mutilada –
disse derrotado. Chelsea embora odiasse a comparação, era exatamente como
Henry, conseguia tudo que desejava.
– A que
horas especula-se o crime? – havia uma luta em seu interior, uma parte dizendo
que estava sendo absurda em pensar nessa hipótese. E uma outra pequena, mas se
tornando colérica que dizia ao resto que fazia total sentido nutrir tais
temores.
– De
madrugada. Mas, afinal, por que isso é tão importante para você? – Randy podia
não ser metade do que o pai era. Porém, anos em Princeton lhe deram certa
perspicácia.
– Alec não
voltou para casa – por um momento fugaz, era apenas uma garota assustada
falando com o irmão mais velho.
No entanto
arrependeu-se, as consequências desse pequeno comentário nos ouvidos do juiz
Henry seriam catastróficas. Poderia estar equivocada, quantas vezes Alec já
sumiu por noites a fio.
Ele não
poderia ser. Seu pai foi assassinado também, apesar de tudo ele amava Carlisle.
– Acha que
pode ter acontecido algo a ele? – Randy interpretou o comentário da irmã de
forma benéfica . – Acho que não, deve estar enfiado nos arredores de Blackcat.
– Tem
razão. – Chelsea apressou-se em dizer.
– Está
tudo bem entre vocês? Não deveria estar trabalhando?
Chelsea
era funcionária das lojas West, trabalhava na perfumaria.
– É meu
dia de folga. Você está certo, por favor não conte ao todo poderoso nada sobre
isso... – acalentava a esperança que tudo fosse um mal-entendido, que o pai
poderia destruir num instante. – Caso contrário, pode se considerar um homem
morto!
A boa e
velha Chelsea havia voltado.
– É uma
ameaça e tanto.
– Por
partir de uma irmã, pode ter certeza que é mesmo. Posso fazer picadinho de você
na família. Só preciso começar a falar das suas noites no Castle...
– Golpe
baixo, Chelsea.
–
Mantenha-me informada ou...
– Estou
entrando agora na garagem subterrânea do prédio – disse Randy subitamente, de
uma forma que indicava fuga. – Não há recepção aqui dentro. Voltaremos a
conversar mais tarde.
O telefone
ficou mudo. A campainha tocava no outro lado, apertou o laço frouxo do roupão.
Foi até a janela e olhou para a rua principal, um Mustang preto reluzia em
frente à sacada.
Alec
postado em frente à porta no sopé de madeira, passando as mãos desnudas das
luvas nos cabelos loiros displicentes. Chelsea abriu a porta de repente
ansiosa, o frio penetrou por suas vestes.
– Perdi as
chaves – declarou Alec.
De todas
as inúmeras perguntas que passavam por sua mente como um letreiro reluzente,
nenhuma delas conseguiu proferir. Porque de repente estava em frente ao homem
que amou a vida inteira, desde a sua infância.
– Está
frio – Alec disse com um sorriso gentil de garoto, o mesmo que fizera Chelsea
se apaixonar repetidas vezes.
Ele
apontou o queixo para dentro da casa. Eles entraram. Antes que mesmo que
Chelsea trancasse a porta, ou formulasse uma de suas brilhantes perguntas. Alec
a puxou de encontro a si.
O corpo
dele gelado por ter ficado exposto ao frio. O nariz empertigou na curvatura do
pescoço de Chelsea. O nó do roupão de desfez subitamente, ela estremeceu quando
sentiu o tecido sendo afastado. As mãos frias acariciando barriga, seus seios e
sua nuca.
– Alec...
– ela gemeu, entre a raiva e o desejo.
– Sim, eu
usei drogas. Estava com medo de voltar para casa, e sim, estou escondendo algo
de você... – Chelsea odiava Alec por conhecê-la tão bem. – Eu prometo ser
sincero, mas agora eu preciso... não, eu necessito, de você...
Chelsea
não estava preparada para aquilo. Sentiu um sobressalto. Desamparada, estendeu
a mão. O levou para o quarto, no caminho Alec já tinha se livrado da jaqueta,
as blusas, agora o peito nu. Ela passeou as mãos no tórax dele, era quente, os
músculos bem definidos. Com os dedos abertos deslizou a mão sobre o peito e as
costelas dele. Alec respirou fundo.
Um pouco
mais, ele parecia dizer, porque a beijou, com os lábios demonstrando a mesma
fome que seus olhos haviam projetado. Como ele podia deixar de reagir? Também
sentia uma fome intensa.
A boca de
Alec acariciava a sua, várias vezes, o beijo aprofundando devagar, com firmeza,
até que era mútuo, aberto, íntimo... Pouco mais que uma troca de respiração ou
contato de uma língua.
Quando se
deu conta, a mente tão anuviada com sensações excitantes, tão revigorantes.
Estava nua. Alec abraçou sua cintura, a boca dele fazia com que seus seios se
sentissem femininos. A boca de Alec começou a beijar o seio, trazendo o mamilo
para a cavidade quente e molhada da sua boca acariciando-o com a língua
enquanto os lábios sugavam gentilmente o seio. Ela precisava de alívio.
Por isso
dessa vez tomou a iniciativa, abriu o zíper da calça dele. Ele ajudou, levando
a cueca juntamente com o restante de suas roupas. Uma muda se formando aos pés
dos dois. Alec abaixou os olhos para os seios dela, murmurando:
– Você é
linda demais.
Eles se
deitaram na cama, Alec por cima. O peito forte comprimindo os seios dela. As
mãos passeando por todo o corpo, até encontrar seu ventre, indo mais a frente,
a fenda úmida esperando para o contato mais íntimo.
Chelsea
sentia a masculinidade dele roçando entre suas pernas, naquela hora sua
necessidade era tanta que não poderia esperar por gentilezas. O desejo bruto
apoderou-se de Chelsea e ela estremeceu.
– Sem
preliminares, quero você dentro... – Alec sorriu, adorava a impaciência dela. O
mau humor, tudo...
Chelsea
olhou para baixo, roçando propositalmente a as coxas no pênis ereto de Alec. A
glande inchada, apontando para suas dobras.
– Eu te
amo. – ele disse ao mesmo tempo que afastava as pernas dela.
– Cala a
boca, Alec... – ela gritou assim que o membro dele forçou seus portões da
feminilidade.
Os dois
unidos da forma mais primitiva, e ainda assim era muito pouco. Alec enroscou
uma perna dela em seu ombro, impulsionou a pélvis mais uma vez. O contato foi
imediato, as paredes dela rodearam deliciosamente seu pau. Ele continuou em um
ritmo rápido, estocando fundo até que sentiu as primeiras contrações no ventre
dela.
– Mais
forte... – Chelsea rebolava embaixo dele, sugando tudo de si.
Alec
estocou firme, gemendo alto. Era difícil se mover dentro dela, a intimidade
dela o devorava. Chelsea gritou alto, a plenitude estava ali, preenchendo-a. Os
olhos fechados, logo o corpo de Alec alcançou a recompensa física. Tremendo com
força gozou. Os jatos inundando Chelsea.
Ele deitou
ao seu lado, a puxando para o seu peito.
– Vou
contar a verdade, amor. Receio que esteja em uma enrascada...
– Não está
sozinho... – Chelsea acariciou peito dele. As pontas traçando pequenos círculos
ao redor do mamilo masculino, feliz por ele endurecer como o seu.
O impacto
foi imediato. Ele contemplou o corpo dela, e estendeu a mão para lhe acariciar,
mas mudou de ideia.
– Não
posso fazer isso agora. Tenho que ver Edward.
Para
desafiá-lo, Chelsea tocou seu membro. Ele segurou a mão dela e manteve-a
imóvel. Ela desvencilhou a mão, descendo o rosto ao nível de seu pênis, pegando
o comprimento com as mãos, abocanhando. Deixou-o excitado de novo. Ele estava
tão excitado como a pouco... Tão excitado quanto nos melhores de sua vida.
Sussurrou
o nome de Chelsea, numa última tentativa de parar, mas ela não permitiu... E
como ele poderia parar? Ela o desejava. Ele tinha que ajudar Edward, é verdade,
mas satisfazê-la era mais importante. E muito agradável para ele também. E
muito fácil.
– Chega,
quero gozar em você – ele a impediu de prosseguir.
Levantou
uma perna dela por cima de seu quadril, abrindo-a, e tratou de preencher o
espaço.
Adorava
como ela era apertada, adorava sua maneira selvagem de mexer o corpo. Adorava
como ela prendia a respiração, os suspiros trêmulos, como arqueava o corpo em
busca de mais atrito entre os sexos. Extremamente impaciente, e absolutamente
fogosa. Teve de fazer um esforço para não gozar, em resposta, mas esperou e
esperou, conteve-se até que ela alcançasse o orgasmo primeiro, antes de se
soltar.
Queria
continuar deitado ali, no entanto o mundo prosseguia. Seria egoísmo abandonar o
irmão, agora.
– Eu sei
que tem que ir, mas me conte toda a verdade. Não omita nada por pior que seja –
Chelsea pediu ainda de olhos fechados.
Alec fitou
a linda mulher deitada atravessada em seu corpo. Eles cresceram juntos, Cullen
e Hayden as duas famílias mais tradicionais em Twin Peaks. Desde criança amou
Chelsea, ela sempre seria seu grande amor.
Chelsea
era uma força da natureza indomável, uma rebelde. Nunca foi apenas a linda
filha de Henry Hayden. Era a beldade da escola, a destemida. Adorava desafiar
qualquer pessoa que se colocava em seu caminho.
Uma linda
criatura de cabelos loiros compridos e lisos, como uma cortina de luminosidade,
sol nos dias de inverno. Olhos azuis com ondulações acinzentadas, exatamente
como um lindo céu azul depois de uma tempestade. Pernas de matar, destacadas
por minissaias, e meias rasgadas, sensualmente. Essa era sua Chelsea. Capaz de
fazer uma tempestade e destruir o seu interior, e um ensolarado sol que ilumina
sua vida sem cores.
– Toda a
verdade, meu amor... – ele prometeu.
[...]
Jasper
diminui a velocidade quando um cervo atravessou a estrada à sua frente.
Observou o rabo branco balançar enquanto o animal saltava gracioso sobre um
monte de neve e desaparecia entre as árvores. Só que Alice não via nada disso.
Sua mente pairava na amiga, Jessica.
Jasper
notou os olhos dela desfocados, em um ponto ou mundo intangível, inalcançável.
Sempre que passavam naquela parte da estrada que contornava o lago, perto de
sua casa. Sem outros carros à vista, apenas toneladas de neve, uma porção de
pinheiros desfolhados. Alice ficava em êxtase, fascinada com a paisagem. Agora,
ela nem demonstrava sinal de vida.
Ele tornou
a acelerar tenso, as mãos apertando o volante com força. Alice encostou a
cabeça no vidro. A vegetação passando como um borrão. Um toque quente despertou
sua atenção, Jasper erguera a sua mão contra a dele entrelaçando os dedos. Ele
nunca foi bom em demonstrar sentimentos. Alice sorriu entendendo o gesto.
O porshe tornou a virar.
Alice já estivera na casa do padrinho inúmeras vezes, e sentiu o mesmo prazer
em tornar lá.
Havia o ar
temporal na residência de Jasper que a distinguia das demais moradias em Twin
Peaks. Embora fosse solteiro, não perderia a oportunidade de ostentar o luxo em
que vivia. No qual deu duro. A casa tinha dois andares, totalmente feita em
madeira cara e espessa. As grandes janelas na frente davam amplitude, uma
grossa camada de neve branca fazia uma bela visão com a madeira avermelhada.
O sol
fraco mergulhado por trás das árvores de folhagem permanente, a camada fofa de
neve encobria as belas flores do jardim. Nos galhos a neve degelava, pingando
aos pés da carapaça dura das árvores.
Jasper
estacionou o porshe
cinza em frente, no trajeto que contornava a casa. O carro era seu orgulho, no
entanto o sentimento era em grande parte por causa de Alice. Estava acompanhado
de sua pequena quando adquiriu o veículo, ela se apaixonou pelo mesmo modelo na
cor amarelo-canário. Porém escolheu uma cor mais sóbria.
Ele
contornou graciosamente o carro. Alice se lembrou de um grande cervo. Abriu a
porta até que ela descesse, sempre foi muito cavalheiro com ela, Por isso não
conseguia acreditar quando Rose, irmã de Jasper, retratava o contrário.
Enquanto
ele passava as alças da mochila lilás nas costas. Ela avistou uma raposa. Ou,
pelo menos achou que era uma raposa, pelo tamanho de cachorro esquelético, o
rabo comprido e peludo. Apressou-se em abraçar Jasper.
– O que
foi, pequena? – ele disse passando os braços ao redor da silhueta dela.
As mãos
fazendo atrito nas costas, buscando aquecê-la.
– Uma
raposa... – ele riu deliciosamente. Agradecendo ao animal.
– Um
animal selvagem rondando sua propriedade, e você ri. Vai à merda! – se desfez
do abraço, subindo irritada alguns degraus, até a entrada da casa.
Controlou
o riso, e pegou as chaves no bolso traseiro de sua calça. Sem perceber, Alice
fitou as nádegas gloriosas de Jasper. O volume na frente do corpo e ficou
indagando qual seria o tamanho do pênis.
– Não vai
entrar? Tem raposas aí fora... – ela ruborizou tentadoramente. Ao mesmo tempo
que entrava, uma sensação reconfortante aqueceu Alice. A grande lareira acesa,
as chamas queimando, várias labaredas em tons de laranja e vermelho faiscando.
Certamente, ele havia avisado a senhora Ruth que chegaria logo. Na sala de
visitas, a grande mesa de centro estava recheada com as mais diversas
guloseimas.
– Beijos!
– Alice gritou. Tirando os sapatos, e deixando largados no tapete fofo. Com
certeza pele de algum animal.
– Pedi
para Ruth, preparar esses petiscos. São seus preferidos...
Ela tirou
o doce do pote elegante, desembrulhou-a com jeito e cuidado e deu uma mordida.
O chocolate grudava nos dentes da frente quando levantou os olhos disse:
– Jessica
gostava mais com nozes. Vou guardar alguns... – sua voz se desfez em um fio.
A amiga
nunca apreciaria seus doces favoritos, nunca mais tornaria a implicar que Alice
comesse quantidades absurdas de carboidratos. Enquanto ela seguia a famosa
dieta dos pontos.
– Não
fique assim... Tenho certeza que encontrarão o responsável por essa atrocidade.
Mas, lembre-se, quem realmente nos ama, nunca nos abandona – houve uma nota
nostálgica no final. Jasper foi pego pela veracidade de suas próprias palavras.
Sua
querida Elizabeth nunca o deixou, estava presente na filha. Em cada gesto, e
novamente o amor era impossível.
–
Obrigada. – Alice encurtou entre os dois. – Promete nunca me abandonar?
– Com
minha vida, pequena – disse simplesmente, a promessa que não ousaria fazer a
mulher alguma, além de Alice. – Agora o importante é sua segurança.
Embora
Alice não visse o perigo que havia passado, ele enxergava muito além. Se
Jessica foi atacada, certamente por alguém que tinha conhecimento de seus
horários, sua rotina e principalmente seus hábitos secretos. Dessa vez
observaria Alice atentamente, com mais atenção e cautela, ninguém tocaria nela.
Por um segundo, lamentou a morte de Jessica. Uma caixinha de Pandora com
promessas sexuais, ótima em sexo oral.
Apertou
Alice forte contra seu corpo, o aroma da colônia dela inebriando suas narinas.
– E meu
pai? – Alice ergueu os olhos, apoiando o queixo no peitoral de Jasper,
– Quando
você desmaiou, primeiro ligaram na sua casa. Como ninguém atendeu, entraram em
contato comigo no escritório do hotel.
– Ele deve
ter saído com Alec – Alice tornou a enfiar o rosto no peito de Jasper. O cheiro
másculo e forte fazendo suas pernas tremerem.
– Alec com
seu pai? – Jasper alteou as sobrancelhas, convidando-a a falar.
– Alec me
deixou na escola hoje de manhã. Deve ter vindo em busca do meu pai, por causa
de algum agiota. – Alice estava acostumada aos problemas de seu tio. Não era
novidade para qualquer cidadão sua fama.
– Não
precisa voltar ao hotel? A Ruth me faz companhia até meu pai voltar...
–
Desmarquei qualquer compromisso. Mas entendo se preferir ficar sozinha. O que
não mudará minha decisão.
– Não é
isso... Gostaria de deitar um pouco... – uma lágrima cintilou no belo rosto de
Alice, descendo até o final da linha do queixo.
– Tudo
bem. Vou ficar aqui em baixo.
Ela
depositou um beijo na bochecha dele.
Subiu os
degraus que conhecia desde pequena. Jasper fez questão de montar um quarto
exclusivo para ela. No corredor pintado de tons terrosos, primeira porta a
direita.
O quarto
verde e dourado, de extremo bom gosto, o banheiro adjacente duas vezes maior
que o de sua casa. A suntuosa cama alinhada no centro, os lençóis e o restante
de toda a roupa de cama combinando delicadamente com os tons do quarto.
Alice
sentou no peitoral da janela, apoiando as mãos no batente. Observando pequenos
flocos de neve cintilando nos galhos caídos das árvores. Por de trás da
vegetação, um veículo prateado avançava até parar em frente á casa. Por fim, a
curiosidade venceu. Alice desceu como um felino sorrateiro as escadas. Os pés
descalços não produzindo sons que a delatasse.
Não havia
ninguém na sala, no entanto pequenos gemidos delatavam a presença de atividade
no escritório. A porta dupla fechada, uma pequena fresta exposta.
O coração
de Alice batia e batia num ritmo alucinado. Ousou observar pelo pequeno espaço.
A princípio parecia uma imagem indefinida, mas no instante que os olhos se
adaptaram ao conjunto disforme. Jasper enfiado no meio de um par de pernas.
Parecia ser Charlotte Packard.
Alice
reconheceria a voz doce embora distorcida por vários gemidos e sons guturais em
qualquer lugar. Charlotte sentada na mesa, às pernas adornadas em volta dos
quadris de Jasper, as calças dele arriadas. Não reconhecia ele, pareciam dois
animais.
O corpo
que tanto amava se enfiava cada vez mais, com um rosnado Jasper rasgou a frente
do vestido expondo os seios. Mamando eles como uma criança esfomeada, Alice
correu enojada com a cena.
Subiu as
escadas rapidamente , tropeçando em alguns degraus. Somente quando se jogou na
cama, notou que ninguém percebera sua presença. Odiava a si mesma por amá-lo,
pior por desejar ser aquela mulher adúltera.
Como eles
puderam? Peter, melhor amigo dele...
Uma
sensação de extremo abandono abateu seu íntimo. Jogou-se nas cobertas, chorando
silenciosamente. Um tremor sacudiu os contornos da cama, por cima das lágrimas.
Alice enxergou o pequeno aparelho vibrando, talvez fosse seu pai notando seu
sumiço.
– Alô? –
Alice balbuciou.
– Lice...
– era Shane.
– Shane –
ela disse fracamente, ele trazia as recordações da triste realidade. Em como
não teria mais Jessica para compartilhar seus segredos, possivelmente nem
Angela.
– Sempre o
tom de surpresa... – ele disse desapontado. – Como está? Seu padrinho não
deixou chegar perto da enfermaria.
– Bem – o
tom de voz era cortante, deixando claro que não queria alusão ao nome de
Jasper.
– Olha...
Eu sei o quanto está sendo difícil. Ainda espero que ela apareça na minha porta
dizendo que foi uma brincadeira – a voz parecia levemente embargada, ele
chorará também. – Eu preciso de você, Lice. Estou com medo, eu...
– Como
assim? – Alice apertou o aparelho contra o ouvido.
– Não
posso dizer pelo telefone – Alice apurou os ouvidos, o som de talheres. Devia
estar usando o telefone da RR Café.
– OK –
Alice buscava qualquer coisa para se agarrar, afim de encontrar um refugio, aos
tristes acontecimentos daquele dia.
– Eu passo
para te buscar dentro de quinze minutos. Algum problema com seu padrinho. – ele
quis se certificar, o tom não revelava medo.
– Ele não
será problema. Vou sair pela janela, me encontre atrás da casa.
[...]
Após a
autópsia em Jessica Stanley, Rose e Emmett, partiram em carros separados para
interrogar a família de Jessica.
O sol era
forte e começava a derreter a neve recém-saída. A pequena cidade fascinava o
agente vindo de Washington. Conforme seguia a picape de Rose, assistiu a
cordialidade dos cidadãos. Um senhor parou de tirar a neve de seu telhado para
acenar em direção a Rosalie. Um outro, passeando com seu cachorro, também
acenou. Um casal acenou da varanda da agência dos correios. Rose acenou em
resposta a todos. Ele se via mais intrigado pela estonteante xerife, havia
fortes razões que motivaram sua força. Sua intuição não mentia.
As nuvens
começaram a se dissipar enquanto ele as olhava. Quando se tornaram bastante
ralas para que alguns raios de sol pudessem passar, a neve faiscou.
Por um
momento rápido tateou suas vestes em busca de seu gravador.
“Diane,
Pinheiro Douglas! Essas árvores estão em todo o lugar. Por favor ,lembrar-me de
adquirir um belo terreno em Twin Peaks para os anos de aposentadoria. O preço
da gasolina foi para US$2.00 o litro, consegui reabastecer todo o tanque a um
preço justo.
Xerife
West me conduziu pelas dependências do hospital Gostei muito dela, Diane. Uma
mulher estonteante, e que mente brilhante.
De
fato, Angela e Jessica estavam juntas na noite do assassinato. A única sobrevivente,
Angela, encontra-se em um estado vegetativo, portanto temos que passar para a
investigação. Atentar-nos aos fatos, pistas... Preciso de um café com um bom
pedaço de torta, Diane.
Angela
e Jessica mantinham relações sexuais no dia do crime, e provavelmente durante o
ato brutal. Seus respectivos namorados Michael Newton e Benjamin Cheney, já
foram intimados a prestar esclarecimentos. Neste momento, estou avistando a
residência de Jessica Stanley. Retomaremos mais tarde. Como disse Shakespeare:
“O sábio não se senta para lamentar-se, mas se põe alegremente em sua tarefa de
consertar o dano feito.”
Era uma
casa pequena, pintada de azul-claro com madeiras em branco, uma graciosa cerca
de piquetes em que a neve se acumulava.
Rosalie
orgulhava-se de ser uma pessoa de iniciativa. Porém observou incrédula, o
agente Mccarthy correr para sua porta, galante – uma ajuda de que Rose não
precisava -, ela tentou se mostrar inabalável. Se isso sugeria uma falta de
profissionalismo, ela acertaria esse ponto imediatamente.
– Agente
Mccarthy – disse ela.
– Ouso
dizer que trabalharemos juntos por algum tempo. Portanto acho que nossa
convivência seria mais produtiva se certas... – Emmett ponderou as palavras. –
Formalidades fossem deixadas de lado. Eu fui criado para ser cavalheiro com uma
mulher. Isso não interfere em nada na minha visão de sua capacidade, xerife.
Aliás, Emmett Ethan Mccarthy.
Emmett
sabia que corria o risco de suas intenções não serem bem interpretadas. Ela não
retribuiu o sorriso, porém estendeu a mão.
– Rosalie
Carmen West. Não me chame de Carmen – ficou gravado instantaneamente na mente
de Emmett.
O orgulho
de Rose se desvanecia. Sua presença restringia o seu poder, mas havia algo nele
que a deixava à vontade. Talvez fosse pelo fato que ele pudesse avaliar a
situação de maneira mais objetiva. Emmett abriu espaço para que Rose o
conduzisse, uma forma de mostrar que trabalhariam em equipe. Não era melhor do
que ela.
A neve
derretia por essa razão os pequenos ladrilhos que levavam até a entrada, estavam
especialmente escorregadios. Os pés de Rose vacilaram, colocou os braços á
frente prevendo a queda. No entanto, o impacto não ocorreu. Emmett a
sustentava, os braços fortes e seguros enlaçados em sua cintura. As mãos sobre
as linhas do peito definido, seu corpo emanava calor. A respiração pesada dele
tocando suas têmporas.
Ele
recendia a sabonete de alóes7 que era uma fragrância leve e, viçosa, feminina.
Ainda era leve e viçosa, mas nele se tornava masculina.
– Obrigada
– Rose estava decidida a ignorar, mas seu corpo estava muito colado ao de
Emmett.
– Por nada
– com um esforço descomunal. Ele a soltou, ainda a fitando intensamente.
Ela se
virou, certa que o frio era a desculpa perfeita para o rubor. Bateu na porta de
Maida Stanley.
A resposta
foi imediata. Se pudesse haver uma indicação que Jessica continuaria linda ao
envelhecer, Maida Stanley a oferecia. Tinha cabelos escuros, curtos, com um
corte elegante, embora desmanchado. Os olhos gentis com grandes bolsas
vermelhas. Lágrimas cintilando pela face. Rosalie sempre teve simpatia por ela.
Abandonada jovem pelo marido, grávida de sua única filha. Enfrentou as fofocas,
e se estabeleceu mesmo contra as apostas dizendo o contrário. Mãe solteira e
uma mulher trabalhadora, digna e íntegra.
– Maida,
sinto muito – pouco importava que o seu lado sentimental tivesse maior poder.
Estendeu os braços, cobrindo os ombros dela.
–
Significa muito para mim, Rosalie. Minha menininha se foi...
Emmett
assistia mudamente.
Os olhos
de Maida fitaram o agente Mccarthy.
– Entrem,
por favor – sempre a anfitriã consumada.
– Maida,
esse é o agente Emmett Mccarthy. Estamos aqui para fazer algumas perguntas,
parte do procedimento.
– Senhora,
Stanley. Sinto por sua perda.
–
Obrigada, agente. Vou responder a todas as perguntas, só peço justiça pela
minha filha.
Conforme
avançavam até a pequena sala. Emmett teve um vislumbre da personalidade de
Maida, era uma pessoa perfeccionista. Gostava que tudo fosse certinho. As
almofadas ajeitadas cuidadosamente, a sala em uma ordem fascinante. Pequenos
enfeites no batente da lareira, milimetricamente afastados um do outro.
– Quando
foi à última vez em que a viu senhora Stanley? – Emmett indagou.
– Na noite
passada. Ela disse que iria à casa de Angela estudar.
– Mas,
você sabia que era uma mentira – Emmett afirmou. Com um embaraço evidente, ela
se virou para a lareira. – Vocês brigaram na noite passada?
Maida
balbuciou, os soluços fortes provocando uma onda de tosse.
– Sim...
Desejava para minha filha uma vida diferente da minha. Um curso na faculdade,
um bom casamento. Não aguentava mais suas mentiras... Por isso a expulsei,
disse para voltar quando quisesse levar uma vida direita – lá estava Maida como
ela era. Com medo de erros. Com medo que sua vida não fosse perfeita.
– O que
descobriu, Maida?
Rosalie a
fitava generosamente, não importava que ela tivesse expulsado a filha. Pais
erram tentando acertar. Viveu por um bom tempo se arrependendo por ter
afrontado seu velho pai. O que ela queria mesmo, compreendeu de repente, era
que Maida falasse que a amaria de qualquer maneira, não importando o que ela
fizesse. Rose queria que Maida, a perfeccionista, expressasse esse tipo de amor
incondicional.
Maida
tornou a virar a cadeira num movimento abrupto para fitar Rose. Ela pensou a
respeito por um longo momento, para depois responder:
– Ela
usava drogas...
– Como se
sentiu? – por um momento fugaz, Emmett notou os olhos de Rosalie nostálgicos.
– Exposta.
– uma pausa e então acrescentou. – Assustada. Preocupada. Confusa. Fiquei me
perguntando o que eu fiz para que isso acontecesse.
– Nunca
foi sua culpa...
– Eu a
expulsei de seu lar, Se não tivesse feito, ela estaria viva.
– Mas isso
não significa que não se preocupou – continuou ela. Em dado momento foi como
falasse de si própria. – A verdade é que se preocupou... E muito. Não se pode
mudar a maneira de pensar de uma vida inteira em poucos meses. Você é mãe e
queria o melhor, que pai não queria?
Emmett
teve uma súbita curiosidade.
– Aonde
acha que ela possa ter ido? – Emmett analisava suas expressões, em busca de
breve passo em falso.
– Não sei,
obviamente não estava estudando com Angela. Talvez com Alice, ou com Mike... Se
drogando...
– Certo –
Ela não mentiu. Dessa vez da nada sabia. – Precisamos revistar a casa, talvez
pegar alguns objetos que nos indiquem alguma pista. Entende isso? Temos um
mandado...
– Tudo
bem, agente – Maida abaixou os olhos, os dedos formando nós. Entrelaçados uns
nos outros. Estava perturbada. Triste. Culpada. Decepcionada.
Maida os
levou para o pequeno quarto de Jessica, em seguida os deixando a sós.
Era
notável pelos pequenos detalhes o quanto mãe e filha diferiam. O quarto de
Jessica representava típica luta adolescente contra a represália moralista,
querendo destacar sua personalidade a qualquer custo. A cama bagunçada, CDs
espalhados pela escrivaninha, roupas em cada parte do quarto.
– Quem é
Alice? – Emmett perguntou enquanto observava a cama.
– Filha de
Edward Cullen, dono do Red House. Colega de Jessica e Angela e melhor amiga.
Emmett
alteou as sobrancelhas.
– Estamos
em uma cidade pequena, Mccarthy. Aliás, meu irmão mais velho é padrinho dela.
– Teremos
que fazer algumas perguntas á ela – sentou-se no colchão. Deslocando o peso de
um lado para o outro. Rosalie observou desconcertada. – O que aconteceu entre
você e seus pais?
O livro
que Rose folheava caiu em um baque surdo no chão.
– Eu fui
como qualquer adolescente, rebelde...
Evasão.
Emmett constatou que era melhor não insistir por enquanto.
– Tenho
que tirar esse colchão – retirou o sobretudo. Rosalie o segurou silenciosa.
Emmett arregaçou
as mangas, os músculos a mostra. Facilmente ergueu o colchão, havia um pequeno
embrulho entre as madeiras da cama. Ele pegou o quadrado, estava em um saco
plástico, protegido da exposição da umidade, poeira. Rose o pegou enquanto
Emmett abaixava o colchão. Calçou luvas, tirando o saco cuidadosamente.
Era uma
linda caixinha de música aveludado, não era o tipo de artefato encontrado em
Twin Peaks. Havia algumas palavras inscritas em francês, “Pure Pleasure”. Abriu
delicadamente, uma pequena bailarina de cristal bailou ao som de um acorde leve
e requintado.
Nas
divisórias haviam papéis dobrados e algumas fotos. Eram em preto-e-branco,
Jessica e suas amigas. Olhou atentamente uma por uma. Parou na terceira, ao som
da voz de Emmett, bem atrás de si.
– Mike
tinha um Harley Davidson?
– Não,
essa moto não é dele. Há apenas uma pessoa na cidade com uma moto dessa –
Emmett a observou. – Shane Marshall.
– Ela me
parece feliz...
Na pequena
foto, Jessica fazia poses na garupa de uma bela Harley Davidson.
– Isso me
parece um romance secreto, ou seja, mais segredos.
– Temos
muito trabalho.
– Sim.
Preciso de uma xícara de café.
Rosalie
sorriu.
– Nosso
café nos aguarda na delegacia. O melhor de Twin Peaks, Mccarthy.
– Vamos
lá. Mande alguns oficiais terminarem de revistar o quarto... – de repente sua
expressão suavizou. – Estou louco pela famosa torta de Twin Peaks.
Por sorte,
a delegacia de Twin Peaks ficava depois de uma esquina, fora de vista do centro
da cidade. Uma construção térrea de alvenaria, com a paleta em tons de cinza e
marrom, poucas janelas apenas na parte frontal. E uma enorme placa de carvalho
pendurada. Police Station Twin Peaks, dizia em letras de um azul bem escuro.
Ao passar
pela porta de vidro, o rosto de um homem magro com cabelos negros passou pela
divisória. Havia uma espécie de recepção bem na entrada.
Emmett
esboçou um sorriso simpático.
– Fred...
Freddy
sorriu receptivo, estava com um grande headphone. A fisionomia era calma, o
tipo de pessoa que era fácil contar seus segredos.
– Agente
Mccarhty? Atravessou o lago? Não disse que era fácil? – ele riu em seguida
apertando o botão no headphone. – Delegacia de Twin Peaks, qual a sua
emergência?
Rose
esticava os braços tirando seu casaco pesado de inverno. Não conseguiu
controlar seu cromossomo Y, e fitou desconcertado as formas de Rose.
– O café
está preparado na sala 5 – Fred afastou os phones.
– Certo.
Hank já chegou? - E ela ajeitou os cabelos. Foi algo tão natural, por isso foi
extremamente sensual.
– Sim,
xerife. Goldman também está aqui.
Fred parou
abruptamente quando uma bela mulher passava pela recepção. Sua intenção era
sair despercebida com medo do que o marido faria se o pudesse complicar.
– Stacy...
– Rosalie segurou o braço dela.
A mulher
era miúda, os cabelos ruivos encaracolados. A pele sardenta, um nariz pequenino
e redondo, os olhos amendoados em um tom de cinza. Quando ela virou o rosto,
obrigada a dar uma resposta a Rosalie. Sua face esquerda foi exposta. Havia um
grande hematoma ao redor de seu olho, na nuca uma coleção de roxos.
Rose
arfou.
Stacy
constrangida levantou a gola do casaco sobre as bochechas, a fim de esconder os
machucados.
– Foi ele,
não? – Rose disse trincando os dentes.
– Claro
que não. Sou uma desastrada, caí da escada – ela deu um tapinha na testa.
– Quantas
vezes em um mês inteiro? – os olhos de Rosalie duros. Stacy permaneceu
cautelosa.
– Estou
indo, Rose. Venha me visitar para comermos uma torta. – ela disse por fim,
Saindo rapidamente no frio ártico.
– Marido
violento? – Rose se sobressaltou, tinha esquecido a presença de Emmett.
– Sim,
oficial Harry Goldman.
– Pode
afastá-lo... Tem autoridade para isso.
– Eu sei,
acha que já não fiz isso? É difícil afastar um competente policial, ainda mais
quando não há queixas formais. Se colocar Stacy para falar, ela negará se for
preciso dirá que se autoflagela – Rose contraía as têmporas, obviamente já
havia perdido muitas noites de sono.
Ela sentia
o orgulho ferido. Perturbava-se por não ser capaz de ajudar a amiga. Também a
incomodava que sua sala estivesse numa terrível desordem. Rosalie conhecia o
tipo de Emmett. A imagem era de um escritório do FBI: da variedade masculina,
móveis de mogno, mármore e tapetes. Eles podiam contratar assistentes que eram
pagos para datilografar etiquetas e organizar pastas de arquivo. Mas Rose não
tinha condições de contratar uma assistente para isso. Fred foi um grande
alívio, porém era responsável pelas linhas.
Sua sala
era uma coleção eclética de arquivos, estantes e espaço de trabalho. Tudo
acrescentado ao longo dos anos à medida que a necessidade surgia. Adorava sua
sala e se ressentia que a presença dele deixava-a contrafeita. É claro que ele
devia ter percebido isso, porque sorriu para o caos de livros, papéis, pastas,
e comentou divertido.
–
Sensacional...
– Pode
usar minha sala. E, desculpe pela bagunça...
Emmett não
prestou muita atenção, a concentração dissipada com o tsunami na sala dela.
Havia uma caneca trincada usada como porta-lápis, várias canetas misturadas,
marca-textos jogados. Ele sentiu extrema necessidade de organizar as coisas. O
bloco de notas no chão.
Rose
sentiu uma vontade irresistível de rir, ele parecia cômico com os olhos
esbugalhados focados na extremidade da mesa.
– Deve
estar faminto, vamos? – ela indicou a porta.
– Um
momento. Isso está me matando... – com a caneca em mãos, ele separou por cores
as canetas azuis, pretas e vermelhas. O pequeno bloco de notas ao lado.
– TOC? –
ao virar a cabeça, ele descobriu que Rose fitava-o atentamente.
– Talvez,
nunca tinha pensado a respeito. É uma extrema necessidade de organização. As
vezes me dá falta de ar. Rose desatou a rir. Emmett arregalou os olhos.
– Você tem
TOC. Não há dúvidas.
Rose abriu
a porta da sala ao lado, uma mesa longa exibia guardanapos e descansos de copo
natalinos. Várias caixas recheadas de donnuts, uma grande torta no centro da
mesa.
– O cheiro
é incrível.
Emmett
sorria largamente, a fileira de dentes brancos à mostra. Rapidamente pegou a
garrafa térmica com café, e tratou de abri-la.
–
Finalmente... - anunciou Emmett, enchendo uma caneca.
Antes que
Rose o advertisse, ele deu um grande gole.
– É café
puro, sem açúcar...
–
Fantástico... – Emmett sorriu enquanto lhe estendia um copo. – Comecemos os
interrogatórios!
[...]
– Com
licença...
Bella
virou-se quando Jacob entrou em seu consultório, fechando a porta em seguida.
– O
resultado da ressonância acabou de sair.
Jacob
Black era um homem atraente. Provavelmente perto da casa dos quarenta , olhos
negros como a meia-noite, cabelos negros que brilhavam sutilmente com luz
fluorescente, pele morena. Vestia-se com elegância e simplicidade – calça e
camisa sociais – em cores suaves, causando um contraste com sua pele. Exibia
muita elegância que o distinguia. Porém, tinha uma maneira comedida. Era
discreto.
Bella
analisou cada traço da personalidade de Jacob apenas buscando pequenos detalhes
em seu consultório. Eram mínimos, não havia porta-retratos, exceto por uma
imagem antiga em que um homem forte segurava uma pequena criança morena, o
sorriso acalorado e os olhos de um falcão. Nas paredes havia diplomas pendurados,
Um brasão aonde um majestoso leão se destacava com sua juba dourada, o tom que
predominava era o vermelho, abaixo a inscrição da Harvard.
– Bella...
– ela corria os olhos pela sala.
– Me
desculpe, meu resultado saiu. Qual o veredito, doutor? Alguma sequela? – ela
exibiu um sorriso artificial.
– Além da
perda de memória – o tom era cordial, mas havia uma leve incredulidade. Jacob
não aprovava sua presença, isso incitou Bella ainda mais. Não sabia o tipo de
pessoa que era, mas com certeza não era de natureza fácil.
– Você tem
o diploma, doutor. Quero ouvir suas hipóteses, talvez um diagnóstico –
respondeu Bella, sem hesitar.
– Foi
vítima de uma bela pancada, o objeto com que a agrediram devia no mínimo pesar
uns quinze quilos... Por esta razão, além da inconsciência houve uma
precipitação. Houve uma alteração de sua PIC (Pressão Intracraniana), a parte
frontal de seu cérebro está prensada. O que resultou na sua falta de memória –
Jacob foi sincero, apesar de notar evasão nas atitudes dela. Sem dúvida era verdade
sua amnésia, o que o intrigava ainda mais.
– Há
algum...
–
Tratamento? Não... Apenas temos que esperar, qualquer atitude precipitada pode
agravar a um quadro clínico mais sério.
–
Entendo...
Com receio
de perder tempo, Jacob deixou o envelope branco pesado em cima da mesa. Indo se
sentar ao lado de Bella, em uma das cadeiras.
– Bella,
você precisa ir á delegacia. Foi algo sério que aconteceu, há um assassino a
solta. Talvez você seja essencial para sua captura.
Bella
respirou fundo, tremendo um pouco, mas não fez qualquer comentário. No silêncio
subsequente, Jacob levantou-se.
– Não
posso ir á polícia. Não me pergunte por quê. Apenas sei. Nunca erro.
Jacob
sentiu uma pontada de irritação. A conversa não estava ajudando.
– Bella,
sabe que posso entrar em contato com a polícia?
– Claro,
mas não será capaz. – Bella disse alto com convicção.
Jacob
sorriu. Ela o fascinava tinha que admitir.
– O que a
motivou a se iludir a tal ponto?
–
Primeiramente, está atado a ética profissional. O que não tem valor algum, isso
nunca impediu que crimes acontecessem. O importante é que não o fará, porque
iria prejudicar Edward. E está pensando nele, acima de tudo.
– Como tem
tanta certeza?
– Não
tinha certeza da sua relação com Edward. Mas entre todos os médicos do hospital,
ele confiou em você. Depois, seu escritório... Há um brasão de Harvard, eu vi o
mesmo na casa de Edward. Formaram-se no mesmo ano, e ouso dizer que estudaram
juntos... – os olhos de Jacob, desfocados, a fitando. – Eu me importo com ele,
Jacob. Muito mais do que deveria, e o suficiente para encrencá-lo.
Edward
esperava do lado de fora, sob o olhar atento de Cassie. Não era o lugar que
gostaria de estar. Não tinha opção, no entanto. Ele disse que esperaria Bella
ali, e por isso esperava, as mãos nos bolsos do jeans.
Jacob se
se aproximou pelo corredor, saindo do consultório. Ele não disse nada quando o
alcançou. Apenas indicou que ele deveria acompanhá-lo. Entraram por outro
corredor.
– Você
transou com ela – Jacob manteve o olhar preso ao de Edward.
– Como
sabe disso? Ela disse algo? – ele sentiu uma ardência na virilha ao se recordar
de como foi excitante estar dentro dela. Da forma como ela arranhou seu peito
no momento de paixão.
– Não em
formas de palavras. Há quanto tempo não se deitava com uma mulher? – Jacob riu,
um som nervoso. – Justamente essa mulher que nada sabemos. Quantas estiveram
dispostas? Creio que até Rosalie...
– Não seja
absurdo! Rosalie é como uma irmã. Sabe que nunca passou essa intenção pela
mente dela.
– Eu sei,
me desculpe.
Edward respirou
lentamente.
– Bella é
incrível... – Edward confirmou com um aceno de cabeça. – Isso não foi
necessariamente um elogio. Tentei explicar, persuadir, pedir. Ela se recusava a
ir á polícia. Eu a ameacei ...
Antes que
Edward esboçasse seu desagrado. Jacob completou.
– Ela
soube na hora que era um blefe. Sabia que havíamos estudado juntos na
faculdade, nossa amizade... Por pouco não traçou meu perfil... Não há mentira
no que ela diz, tampouco, está disposta a falar. Isso me assusta. Tenho a
impressão que está disposta a fugir a qualquer momento se alguma coisa sair
errado.
Edward
encostou a testa na parede fria.
– O único
momento em que sua expressão revelou temor. Foi quando houve a leve menção do
seu nome... Se importa com você.
Edward
afastou a cabeça da parede apenas pelo espaço suficiente para comprimir as mãos
contra as têmporas.
– Edward,
eu te conheço como a mim mesmo. Ela mexeu com você. Nunca o vi assim, desde a
morte de Lizzie...
Ele
apertou as têmporas com mais força ainda.
– Quer
ouvir algo assustador? – disse Edward, virando-se para o amigo. – Você está
certo.
Edward
recusou-se a abrandar as palavras e deixou que pairassem no silêncio que se
seguiu.
– O que
vai fazer? - Jacob já sabia da resposta antes mesmo que fosse dita.
– Nada.
Apenas ajudá-la.
Ambos
giraram nos pés ao som de uma aproximação sutil. Bella estava parada ali. A
princípio ela não se mexeu. Edward atravessou o corredor, puxou-a para seus
braços, comprimiu o rosto de Bella contra seu peito. Não queria ver aqueles
olhos dominados pelo medo. Mas podia senti-la tremer, o que era quase tão
inquietante.
Jacob os
deixou a sós. A partir do momento que escolheu ficar calado, se tornou tão
cúmplice quanto Edward.
“Estamos
quites, Edward.”–
pensou no instante em que um tremor percorreu seu corpo.
Glossário
Blackcat1 – significa gato
preto, é uma alusão ao beco aonde se comprar as drogas.
Indulgentes2
– que perdoa facilmente; tolerante.
Castle3
–
Casa de shows situada no centro de Twin Peaks.
Esmaeceram4
– (esmaecer), perder a cor; desmaiar, perder o vigor, esmorecer.
Modus
operandi5–
é uma expressão em latim
que significa "modo de operação". Utilizada para designar uma maneira
de agir, operar ou executar uma atividade seguindo sempre os mesmos
procedimentos.
Preâmbulo6
– Sem mais preâmbulos, sem demora, direto ao assunto.
Alóes7 -
Esta especiaria foi usado no sepultamento de Jesus, em que tomaram parte José
de Arimatéia e Nicodemos. (João 19.39), se o composto de 50 quilos que
Nicodemos usou tinha considerável proporção de aloés, foi preciosíssimo. É da
madeira de uma árvore preciosa e odorífera.
--x--
N/A:
Mais um capítulo de PP.
Bom, espero ter esclarecido algumas questões, e confundido mais ainda suas
cabecinhas.
Esse é o espírito da coisa.Só posso dizer uma coisa, a partir do momento quando a identidade de Sangria não for mais um segredo, tudo terá um sentido muito perturbador.
Bom, esse capítulo em especial gostei de focar no casal Alec e Chelsea. Afinal, até agora Alec foi visto como o irmão de Edward que resgata a Bella.
Mas ele tem um passado uma história. A morte do Carlisle o marcou muito. Ele sempre viveu a sombra de Edward. E quanto a Chelsea, ela é um espírito rebelde. Ela é uma das minhas personagens mais originais.
Mas, o meu top de linda, é o agente Mccarthy.
E sim GISELE... VOCÊ TEM TOC, BABY"
Minha linda e amada beta foi meu laboratório para o Emmett, e no próximo capítulo temos mais TOC by Gisele! HAHAHA*
O próximo capítulo está pronto, falta eu digitar e enviar para a beta.
E garanto que vai ser hot, muito misterioso e com uma grande surpresa no final. Primeira vez que Sangria aparecerá em cena.
Meninas, por favor comentem e divulguem a história se estão gostando.
Beijos enormes!
Esse é o espírito da coisa.Só posso dizer uma coisa, a partir do momento quando a identidade de Sangria não for mais um segredo, tudo terá um sentido muito perturbador.
Bom, esse capítulo em especial gostei de focar no casal Alec e Chelsea. Afinal, até agora Alec foi visto como o irmão de Edward que resgata a Bella.
Mas ele tem um passado uma história. A morte do Carlisle o marcou muito. Ele sempre viveu a sombra de Edward. E quanto a Chelsea, ela é um espírito rebelde. Ela é uma das minhas personagens mais originais.
Mas, o meu top de linda, é o agente Mccarthy.
E sim GISELE... VOCÊ TEM TOC, BABY"
Minha linda e amada beta foi meu laboratório para o Emmett, e no próximo capítulo temos mais TOC by Gisele! HAHAHA*
O próximo capítulo está pronto, falta eu digitar e enviar para a beta.
E garanto que vai ser hot, muito misterioso e com uma grande surpresa no final. Primeira vez que Sangria aparecerá em cena.
Meninas, por favor comentem e divulguem a história se estão gostando.
Beijos enormes!
Gica´s POV!
Hello, corujinhas e Ninas que curtem PP. Como estão?
Eu estou completamente maluca depois deste cap. Sim,pq fala serio, foi tão bem dividido que eu não sabia no que me focar.
Primeiro com todo o lance dos temores e tensões de Alec [ odeio drogas] e depois a pegada intensa dele me deixou com vontade de ser a Chelsea kkkk [ abafa] Este cara tem tantos medos, tantas neuras que nem ele mesmo se conhece. Se refugia nas drogas principalmente pela falta que sente de seu pai, e pior de tudo, ele faz sexo por sexo, ou seja, ele não se apega, não se permite amar ... é um cara solitário, e tenho medo de pessoas assim... O.O
Então eu corri para a parte de Alice e Jasper. Que garotinha sapeca ela né? Gostar do padrinho cara? E que padrinho, diga-se de passagem, de tirar o folego! Eu nunca vi tanta mulher fácil numa fic so. Pow, melhor amigo do marido? Fala serio, que vadia safada [ eh, qdo eu xingo e ofendo muito é pq estou com invejinha kkkk] acho que ela busca em Jasper o que não tem com o marido e o Jasper se alivia nela pq não pode se permitir apaixonar por sua afilhada! Que rolo da preulaaa!! Daria um bom rocambole de chocolate kkkk
Edward e Bella!! Jacob como medico e amigo de Ed foi bem legal sabe. Eu comecei a me simpatizar com ele, desde que não se repita o lance de Twilight por mim esta tudo certo. Mas ...porque ele disse, estamos quites? Ai ai ai Fefe adora me deixar intrigada. E é justamente por isso que amo PP E SOU FÃ NUMBER ONE!!
Agora por ultimo o meu EMMETT! Sim, pela primeira vez em todos os Emm, a Fefe caprichou no personagem e ainda.. er.. adicionou uns LANCES TOTALMENTE MEUS!! Kkkk eu NÃO TENHO TOCS! Sou apenas organizada. Tipo eu adorei o lance de organização da mae da Jessica. Me senti igual!! E o Emmett além de super inteligente, simpático e CHARMOSO, ele tem algo meu... então deu pra sacar a minha emoção ao ler este capitulo mega intenso.
Fefe, quero pedir mil desculpas pela demora com o beta. Eu tive alguns probleminhas mas prometo que não vou deixar acontecer de novo.
NINAS, não culpem a Fefe!! Ela me mandou o cap tem 2 semanas!! A mancada foi minha!!
Sorry! Sorry! Sorry!
Quanto ao cap. Nem preciso dizer nada né? Eu amei muitooo como sempre!!
Parabens Fe, você se supera a cada cap.
Até o cap 5 !!
Amo vc
Gica coruja Mor ~viciada em PP a Fic que vai mexer com você.
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