sexta-feira, 9 de março de 2012

Olhar de Anjo — Capítulo 1


Boa leitura! 

Espero que se apaixonem por essa história tanto quando eu sou incondicionalmente apaixonada.

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Capítulo
1
Minha Vida

Eu não poderia estar mais dispersa ao mundo a minha volta. Era incrível minha capacidade de entrar num estado de inércia, quando me era conveniente — principalmente na aula de cálculo. Argh!
O professor travava uma batalha épica com grupo de louras sentadas na primeira fileira, afinal ele estava pondo à prova um único neurônio — e quando digo Um, me refiro um para as três
Por isso estava livre para vagar aonde com minha mente bem entendesse.
De soslaio captei uma movimentação suspeita na janela que dava para o ginásio poliesportivo. Que logo se revelou não se tratar de uma peça pregada pelos meus sentidos lentos e limitados. Um rapaz lindo surgiu atrás da vidraça — seus cabelos louros luzidos, por conta dos raios do sol — lançando um sorriso matreiro em minha direção, e acenando com o dedo para que eu saísse da sala. Engasguei com a borracha do lápis em minha boca, e quase caí para trás. Óbvio que minha até então tentativa de passar despercebida falhou. Todos se viraram para me fitar.
Senti meu pescoço ferver, e o calor subiu para meu rosto, também. As bochechas latejando — um sinal vermelho de trânsito deveria ser um micro pisca-pisca de natal comparado ao meu rubor.
Tentei me levantar com a pouca dignidade que me restava, e novamente fracassei ao tropeçar em minha própria mochila. Caindo de cara no chão, mas como tudo tem seu lado positivo na vida — pelos menos eu prefiro acreditar nisso — ninguém reparou na aparição do louro.
— Srta. Swan, tudo bem?
— Depende, professor. O senhor se refere a minha dignidade ou aos danos físicos? — ele alteou a sobrancelha esperando uma resposta. — Bom, ao que se refere a minha dignidade... O dano foi permanente, e quando aos danos causados por essa peripécia, nada que eu já não esteja acostumada.
O silêncio foi quebrado por uma rodada de risos dos meus “colegas” de classe, que prefiro nomeá-los como estranhos de classe. Eles não interferem na minha bolha particular de rebeldia, e eu faço de minha presença no mundinho deles tão substancial quanto um fantasma.
Essa era minha rotina diária no Three Rivers High School — meu inferno pessoal.
Enfim, depois dos focas terminarem de bater palmas, e rirem da desgraça alheia. Pedi permissão para me ausentar da sala, com a desculpa de ir à enfermaria. Mas, na verdade desviei meu caminho para o estacionamento da escola. Encontrando o mesmo rapaz louro me aguardando na garupa de sua moto preta reluzente.
Nikolas riu a me ver. Os olhos ficando pequeninos com as rugas envolta deles por causa da risada. Os lábios finos numa curva para cima, divertido. Meu irmão era quase um deus grego de tão lindo. Os cabelos louros e os olhos azuis deixavam as meninas malucas por ele.  Também, com aquele ar de bad boy, quem não cairia no charme dele?
— O que foi aquela cena toda na aula?
— Idiota. — me limitei a dizer. Ainda não havia superado sua ausência no período escolar.
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Há cerca de um ano atrás, minha mãe se casou com Phil. E meu amado padrasto ficou obcecado com a idéia de seus enteados estudarem em uma instituição com o ensino de ponta. Afinal, qual era o problema com Brooklin Hish School, meu sacro lar? Enfim, Phil se prontificou em arcar com nossas despesas educacionais. Renée o proibiu de desembolsar qualquer tostão. Ela alegava que era o dever dela, por fim, nos inscreveu em vários programas sendo a Three Rivers uma das que aceitou abrir concessões de bolsas – claro que com uma mãozinha muito hábil como a de Phil e sem que minha mãe soubesse. Depois de alguns trancos e ameaças por parte de minha digníssima mãe, passei no teste de admissão.
Bom, quanto ao Nikolas, ele encontrou uma forma de burlar a prova e ser expulso antes mesmo de entrar. Não me perguntem como. Traidor!
Fiquei decepcionada. Como iria suportar esse inferno cheio de patricinhas e playboys? Passando um por cima do outro para ver quem chamava mais atenção? Como sempre, Nik me fez uma promessa.
 Eu vou arranjar um jeito de tirar de lá. – seus olhos brilhando de excitação, ao imaginar um plano infalível.
Fiz cara de corajosa e disse que queria ficar lá. Reneé havia se sacrificado tanto por nós e era a hora de retribuir, afinal nunca fui a princesinha da mamãe.
Pela mamãe, Bella? ele ergueu as sobrancelhas claríssimas.
Não por mim... eu disse, tentando por um fim ao assunto.
Você sabe que aquele lugar não tem nada a ver com você e eu sei que não quer ficar lá. Está explícito na sua cara. — ele ergueu meu rosto com o polegar, me sondando com aqueles olhos azuis desbotados.
Vai cuidar da sua vida e me deixa em paz! tentei esconder o rubor, tendia a ficar ruborizada quando me irritava.
Como uma pessoa tão pequena pode ser tão teimosa? reclamou Nik.
Vai à merda! respondi gritando. Meu pavio sempre foi muito curto, principalmente quando comentam sobre minha estatura E olha aqui! Pequena é a sua... ele ignorou meus xingamentos me dando as costas.
Apesar de nossas brigas, eu e o Nikolas estávamos sempre em sintonia, éramos inseparáveis; participávamos de uma banda – a “Twilight" – com nossos camaradas Ryan, Tyson e Scoott e estávamos muito entusiasmados, porque as gravadoras começavam a prestar atenção na nossa barulhada, como Phil nomeava.
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Nik havia vindo ao meu auxílio me livrando do período de Cálculo. Subi na garupa da moto, ainda com a cara amarrada, em um beicinho que geralmente o desarmava. Quando avistei a fachada do nosso apartamento pela viseira do capacete, Nik desacelerou e estacionou na calçada.
Ele desceu e tirou meu capacete, abaixando seu rosto até que ficasse no mesmo nível que o meu. Ele pegou meu beicinho entre os dedos, arrancando um sorriso de mim. Depois me rodopiou no ar, meus pés nem tocavam o chão.
Duende, tenho uma notícia maravilhosa!
Duende é a sua vó! minhas bochechas começaram a se tingir de vermelho. – Tenho estatura mediana e não tenho culpa se você é uma anomalia g...
Você quer ouvir ou não!? Nossa garota você tem um gênio. reclamou. Bom... Lembra daquele produtor que deixou o contato com a gente? Ele me ligou e disse que hoje a noite vai ir ver a nossa apresentação com o pessoal da gravadora... Não é demais?
Travei!
Bella! Será que se eu te der um tapa, você sente? brincou.
Meu Deus do Céu! A gente conseguiu! É demais! estava ficando histérica. Mal conseguia respirar devido à euforia.
Calma, Bellinha. Essa noite a gente tem que estourar a boca do balão!
Tenho uma idéia, que tal usarmos aquela música que eu tava escrevendo? Decode.
Com certeza! Essa noite é nossa. Eu vou te deixar em casa e passo pra te buscar ás 16h pro ensaio.
Vai sair com alguma tiete? – mandei aquele olhar 171.
Hey, você é muito nova pra saber dessas coisas!
Eu tenho 17 anos e não sou tão boba assim – mostrei a língua, em uma atitude que colocava minha maturidade em risco.
Por quê? Tem alguém atrás de você? Eu falei pro o Scott que você ia sair com ele só quando fizesse 30 anos.
Prefiro não comentar – fiz minha cara de cínica. Agora Nik quem ficou com o rosto rubro de irritação. Isso era tão desfrutável.
— Bella?
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Depois que ele saiu em arrancada com a moto, adentrei a entrada do edifício. Se hoje morávamos na frente do Central Park, há algum tempo atrás era no Brooklyn. Eu nunca liguei para essas coisas, mas sabia que faltava algo pra minha mãe, ela nunca havia se apaixonado por ninguém depois de Charlie, meu pai. Quando ela conheceu o Phil, tudo mudou, ela tinha um novo brilho.
Subi pelo elevador até 3º andar e abri a porta do apartamento 35.
Filhinha, é você?
Passei pela sala de estar, as estantes decoradas com porta-retratos de nossas viagens pitorescas e exóticas, e outras que acompanhavam meu crescimento juntamente com o de Nik. Então, um cheiro apetitoso de biscoitos caseiros fez meu estômago roncar bruscamente.
De frente para o balcão de mármore estava uma mulher absolutamente estonteante, era Renée, minha mãe.
Éramos muito parecidas exceto pelo seu cabelo curto e olhos azuis cristalinos sendo os meus castanhos – queria tanto ter herdado os seus olhos azuis. Já Nikolas tinha os olhos de minha mãe, mas nem parecia da mesma família, era alto, louro e com um sorriso – que eu chamo de “perdição feminina” – lindo, mas ele tinha o jeito de Renée. Carinhoso, infantil e muitas vezes irresponsável, vai ver por isso arrasava corações.
Como foi a aula bebê? – minha mãe perguntou com o mesmo sorriso do Nikolas.
Insignificante de tão normal.
Cadê o seu irmão? Achei que ele iria te buscar ou ele foi pra escola?
– Até parece. Nikolas e a escola seguem direções opostas; ele foi se enroscar com algum rabo de saia deixei transparecer meus ciúmes. Eu vou dormir um pouco, me chama quando o Nik chegar.
Meu amor, ás vezes acho que você foi geneticamente programada pra comer e dormir. Peraí, não é hoje que é o grande show?
Você vai mamãe? perguntei desconfiada sabendo que minha mãe não gostava de música barulhenta.
Claro que sim! Vocês são meus filhos e o Phil adora uma bagunça.
E eu aqui pensando que ele era um nerd!
Depois a mamãe vai ter arrumar, quero você uma princesinha... Ué, cadê os biscoitos?
Fingi que não ouvi essa última parte, odiava quando ela tentava me fazer parecer uma dessas patricinhas. Meu estilo é único.
Adentrei em meu quarto. As paredes eram pintadas em um degrade de tons de roxo e lilás, com vários pôsteres pregados de minhas bandas preferidas. Eu realmente não tinha a mínima vocação para lady, havia pilhas de roupas espalhadas pelo chão, e minhas coleções de CD’s jogadas pela cama. Havia dias que eu não dormia na cama, devido aos inúmeros trabalhos escolares.
Espalhados pela minha escrivaninha estavam meus antigos LP’s, com a trilha de Highway to Hell de AC/DC fui tomar banho. Ao sair do banheiro vesti meu pijama tradicional — uma camiseta de uma das minhas bandas favoritas, Muse, e um samba-canção velho do Nik.
As notas da última faixa do disco ainda pairavam pelas paredes do meu quarto. De repente os últimos acordes da música que vinha compondo, batizada de Decode, surgiram claramente em minha mente. Tamborinei os dedos no caderno conforme o ritmo criava vida.
Era até engraçado, para não dizer misterioso, como surgiu a inspiração para essa música em especial. Há dias venho tendo um mesmo sonho, com um homem lindo — que só poderia existir ser fruto dos meus sonhos. Tinha a pele branca, cabelos e olhos tão verdes — praticamente indescritíveis, nunca havia visto tom semelhante —, um verdadeiro anjo.
Nos sonhos ele sempre me olhava como se algo em mim, o agradasse. Às vezes parecia ter algo importante a dizer, mas nada dizia, como se temesse minha reação. Aquelas órbitas de esmeralda me hipnotizavam, e se ele me estendesse a mão, eu a pegaria sem o mínimo temor.
Dessa vez não conseguia definir o lugar onde estava. Talvez uma sala, com as janelas e portas fechadas, pois me encontrava no meio da penumbra. Então algo se moveu entre as sombras, me obrigando a gritar, apavorada.
— Alguém, por favor, me ajude... Nikolas, cadê você?
Finalmente a voz de Nik quebrou a escuridão.
— Maninha, vem comigo... Eu te tiro daqui!
No mesmo instante em que a mão de Nik se fechou na minha, algo nos impeliu em direções opostas, tentei em vão agarrá-lo, mas tudo que minhas mãos perseguiram foram o ar. Uma luz forte veio em minha direção, me obrigando a proteger os olhos com os punhos... E despenquei, caindo de uma altura de incontáveis andares.
E no meio de toda aquela confusão sensorial, ele surgiu... Meu anjo com seus cabelos acobreados amparou minha queda. E como mágica ele falou pela primeira vez, sussurrando no meu ouvido:
— Agora você vai precisar ser forte, mas não se preocupe estarei sempre aqui. — era a voz bonita que já ouvirá. Uma sinfonia ignorada pelo homem.

Eu chorei, e o anjo chorou também.





 N/A:

Como é bom estar de volta postando ODA. Notaram a repaginada? Cenas estendidas entre a Bella e o Nik *-*. Estar reescrevendo primeira fic, é um enorme aprendizado. Estou me esforçando bastante, e cheguei a cogitar a idéia de escrever de fazer uma versão original de ODA. O que acham?



[N/B]: OMG!!!! Olha eu de novo aqui!!!! Nem acredito!!!!
Teve um ponto positivo em ODA está sendo repostada, eu leio de novo, dou ataque de pelanca de novo, tudo de novo e de novo...
Tá parei com o surto, mas é inevitável não dar piti, eu amo ODA e ser beta dela é tudo...
Obrigada pela confiança Fê, te amo demais e nossa parceria vai render altos papos e muitos sucessos.
Bom vamos ao capítulo...
Cheio de dicas nas entre linhas, por isso fiquem atentas!
Pontos altos do capítulo...
Nik é TUDÃO, comofaz pra ter um desses? *olhos pidões* A Autora brilhante sempre consegue se superar nos detalhes!
Outro ponto... O anjo de cabelos cor de bronze e olhos dourados. Aiai digo nada!
Bora á frente galera... Essa Bella fora dos padrões é o diferencial que as fics perfeitas tem, por isso ODA é classificada como perfeita! *pronto falei*
Vou indo meninas e não esqueçam de comentar, indicar e recomendar.
Anjo obrigada mais uma vez e nos vemos no próximo capítulo.
Beijos, Gel Borges =D





2 comentários:

  1. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
    Nikkkkkkkkkkkkkkkkk aaainn ♥♥♥♥♥
    Omg ele é lindo. Lá vai eu me emocionar de novo e de novo com ODA!
    ;/

    Culpa sua Dona Fernanda.
    kkkkkkkkkkkkkk

    Ameiiiiii amore como sempre maravilhosa!!

    Amo demais essa fic!!

    ♥♥

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  2. Beta também comenta!
    Capítulo Perfeito!!!!
    Nik é um Tudão, mas o Scott chegará na parada! *amo ele também* Volúvel eu? E quem não seria com tantos bofes desses a nossa disposição?
    Anjo vc abala as estruturas da literatura!
    AMO-T ♥♥♥♥♥♥♥
    Beijos, Dinda =D

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