sexta-feira, 16 de março de 2012

O Pacto — Capítulo 2


Capítulo 2 – What comes around, goes around

Você pode até se esquecer de um Pacto, mas ele nunca te esquecerá. E chegará o dia em que ele irá cobrar o que prometeste.

15 anos atrás

O céu no início de verão, na Irlanda tinha conotações frias, à medida que a claridade se ia, os tons púrpuros serpenteavam pela imensidão do grande mar, que parecia liso como um manto de veludo. As lacunas azuis desaparecendo com as nuvens, tomavam o céu por completo.
Edward permaneceu sentado no píer, as suas pernas pendendo na beirada. Os pés descalços tocando suavemente a água salgada, dando a sensação de ser tão viva. O vento parecia uivar, as ondas espumosas quebrando nas pedras cobertos por musgo. Ele sentia o perfume intenso do oceano – o ar reincidia a pinho e maresia.
Uma embarcação passou chocando-se contra a margem, produzindo pequenas ondas. Era um verão qualquer, exceto pela densa névoa – comum em terras irlandesas – que se sobrepunha com o sol caindo em um panorama distante.
A temperatura parecia cair drasticamente – mesmo em pleno verão. O atrito do vento deixava sua pele ardendo. Em suma, estava deslumbrado com sua nova pátria.
Edward levantou, não calçou os sapatos querendo desfrutar da sensação dos grãos de areia. Foi quando sentiu a presença de outra pessoa na outra extremidade do píer. Ele deu um passo à frente para olhar mais de perto. Era uma garota.
O vento gracejava contra seus cabelos, de modo que caía em ondas suaves em suas costas. Seu cabelo castanho tinha a matiz levemente arruivada. Edward nunca viu tom semelhante. Enquanto a olhava, sentiu-se atraído por ela. Ela se virou como se a força magnética se estendesse por seu corpo. Edward perdeu o chão, os olhos dela brilhavam ao luar como uma lâmpada. Mil volts irrompendo pelas íris castanhas.
Ele nunca poderia prever o que ela faria a seguir, algo na postura rígida dela era inquietante. Ela fechou os olhos respirando fundo e saiu em disparada até que uma camada de gotículas de água caiu sobre a madeira do píer.
Então ele se viu instintivamente agindo. As pernas avançando rapidamente até que sentiu o conato da água fria penetrando suas roupas. Seus braços batiam furiosamente formando pequenas marolas ao seu redor. Tudo parecia envolvido pela névoa, seu coração galopava no peito com o súbito fluxo de adrenalina. Será que as roupas pesadas a fizeram afundar? Alguma alga a prendeu? O choque da água da temperatura frisante da água, a desnorteou?
Abriu a boca aspirando ao máximo de oxigênio que seus pulmões podiam suportar. E submergiu, a água poderia muito bem ser um mar negro. Somente sombras, e penumbra. Ele voltou à superfície e submergiu novamente, quando finalmente sentiu o volume oscilar perto de si. Era ela.
Seus braços fortes a envolveram, ele sentiu o corpo dela relaxar repentinamente. Mesmo sob a pressão de uma vida esvaindo por suas mãos, ele agia rápido, levando corpo flácido a costa da praia. Á medida que se aproximava da superfície luminosa, o rosto da jovem deixou de ser uma mancha escura e apareceram as feições delicadas, o nariz sutil e os lábios semi abertos.
Quando finalmente a deitou na areia branca, as mãos afoitas procuraram com os polegares o osso xifóide da garota – a compleição pequena facilitou. As mãos formando conchas pressionando o espaço entre os seios, sem flexionar os cotovelos comprimindo o peito dela. Depois de algumas massagens cardíacas, comprimiu a boca dela contra a sua. A morte ainda não tinha lhe roubado o sabor doce – os lábios de mel. O movimento abrupto do tórax dela o fez recuar.
— Merda — ela disse engasgada com a água salgada que arranhava sua garganta. As lágrimas misturadas com a água do mar que escorria por seus cabelos. — Morrer afogada é uma péssima idéia.
— Por acaso estava tentando se suicidar? — Edward notou que seu tom subiu várias oitavas. Geralmente, ele se mantinha estável.
— Na verdade, sim. Até que você estragou tudo... — a jovem tinha um sorriso cínico salpicando nos canos dos lábios rubros.
Ele não respondeu. Limitou-se a olhar para ela, sua expressão beirava raiva e a incredulidade.
— Estou brincando. É que... fiz uma aposta com umas amigas — ela interrompeu Edward completando: - Péssima idéia, eu sei. Obrigada de qualquer maneira, Ianque.
— Ianque? — ele ergueu o corpo, fazendo com que Bella corasse diante de tamanha perfeição.
— Seu sotaque não é daqui.
— Certo. Qual é o seu nome? — a curiosidade lançava perguntas pela boca de Edward, vendo-a tão de perto, percebeu que não estava imune a beleza dela.
— Isabella. Mas, me chame de Bella.
— Sou Edward.
Ele estendeu a mão, Bella ignorou a formalidade do garoto. Ela encurtou a pequena distância que os separava, apoiando as mãos nos ombros fortes cobertos por músculos, depositando um beijo no rosto úmido de Edward. A pele queimou naquele local, despertando várias outras partes.
— Acho que nos vemos por aí. — ela sussurrou o hálito acariciando as têmporas de Edward.


Dias atuais...

O coração de Edward bateu mais forte, em apreensão, enquanto subia as escadas que levavam a frente à delegacia de Dublin. Onde Bella estava sendo mantida, antes de ser encaminhada para uma penitenciária. Dean permaneceu ao lado do amigo enquanto Edward pedia autorização para entrarem. Houve uma revista normal, os dois tiraram todos os pertences dos bolsos, do paletó.
Dean achou melhor não entrar na sala, por isso se encostou a parede.
Edward foi levado para uma pequena sala, reservada às reuniões com advogados. As paredes eram de concreto, com alguns grafites.
Bella foi levada à sala pouco depois. Usava o mesmo conjunto elegante no tom marfim de quando foi transmitida sua prisão. Arregalou os olhos quando viu Edward e hesitou por um instante, dando dois passos para trás.
— Como você está? — Edward se sentou na beira da mesa, incapaz de se afastar. Ele não verbalizou o quanto essa proximidade o afetava depois de tantos anos.
— Edward — ela recuou para a parede, os olhos presos no homem a sua frente. Uma aparição do seu passado. — O que está fazendo aqui? — indagou ela num fio de voz.
— Você não o matou. — Edward concentrou-se nesse pensamento.
Bella começou a chorar. Ele não sabia se isso significava sim ou não. Ela levantou o rosto, Edward estava tão perto – perto o suficiente para que quisesse emaranhar a ponta dos dedos nos cabelos acobreados, exatamente como costumava fazer nos momentos de paixão para se certificar que ele era real.
Edward sempre fora real, a melhor parte de sua vida. E depois ela o deixou ir, sua existência foi reduzida a um vazio enorme. Até que Anthony surgiu como uma fagulha de luz, em meio à escuridão. Ela vivia pelo filho.
— Quero ir até aí para abraçá-la. Só não sei se você também quer.
— Talvez eu queira.
Não havia “talvez” a respeito. Já fazia muito tempo que Bella não era abraçada, não da maneira total que lhe proporcionaria o conforto pelo qual tanto ansiava. Não pode mais resistir. Nenhum dos dois. O que aconteceria naquela sala já estava predestinado, desde o momento em que o sabor de fel da separação amargou suas vidas. O amor não ressurgia das cinzas, porque afinal ele nunca fora destruído.
Edward não resistiu mais, atravessou a sala, puxando o corpo pequeno para seus braços, comprimiu o rosto de Bella contra seu peito. Num impulso natural, ela enfiou os dedos nos cabelos de Edward.
Ele respirou fundo, fitando-a, no mesmo instante. Aqueles olhos não eram os mesmos pelo qual se apaixonara, o sol de verão que irradiava raios quentes, estava coberto por sombras densas. Bella sabia o que tinha de acontecer, as duas pedras verdes brilhavam. Por isso inclinou o rosto ficando nas pontas dos pés e seus braços enlaçaram-no pelo pescoço. Ela lembrou-se naquele instante de como adorava a abundância dos cabelos sedosos, a força dos ombros agora mais maduros e másculos.
Ele pegou o rosto de Bella entre as mãos com tanta adoração, que estremeceu o estômago dela. Os polegares traçando círculos nas bochechas coradas e beijou-a. Ela retribuiu o beijo. Edward enterrou os lábios com mais vontade, ganhando um gemido baixo de Bella. Seus braços adornaram a cintura fina, achatando o corpo esguio dela contra seu peito de forma rude, uma conseqüência do amor que por muito tempo fora reprimido e negligenciado.
Edward acompanhou com as mãos os ombros dela, descendo pelos braços até ela soltou um gemido de dor. Ele interrompeu o beijo, levantando a manga do vestido de Bella, um grande hematoma coloria a pele clara.
— Não é o que está pensando. — Bella no mesmo instante recolheu o braço.
Edward cerrou os punhos, o maxilar travado de raiva e impotência.
— Só o que peço é que não minta para mim — ela maneou a cabeça, os olhos marejaram. — Desde quando seu marido fazia isso?
— Sempre. ­— Bella não sabia de onde tirava forças para lhe dizer a verdade. Por um momento, foi como se tivessem voltado no tempo, e Edward pudesse lhe proteger novamente.
— Bastardo. Até mesmo na sua gravidez?
— Não, ele ficava com receio que alguém descobrisse.
— Por que não contou a ninguém?
— Quem poderia me salvar, Edward? Meu adorável padrasto? Ainda carrego as marcas das agressões dele também — ela virou as costas, enxugando as lágrimas com os punhos. — Eu fiz minha escolha, e estava indo tudo bem, claro que não era tudo perfeito. Minha vida nunca foi... — ela se calou, não queria mentir. Edward foi seu momento perfeito na vida, mas não lhe pertencia mais. Decidiu por fim não dizer mais nada, algo que pudesse lhe comprometer.
— Eu sabia — Edward disse exultante consigo mesmo.
Bella se virou abruptamente, com as mãos nos lábios. Como ele poderia ter descoberto a verdade? A única que sabia era Alice, a única com o verdadeiro conhecimento do porque ela abandonara Edward.
Ele emendou: — Eu tinha certeza que você nunca poderia matar alguém. Eu posso ter errado diversas coisas a nosso respeito, ter eternizado nosso amor — ela abaixou os olhos, com medo que ele lesse nas suas órbitas que ainda ao amava. E que sempre seria eterno. — Mas, assassina, Bella? Você nunca fez qualquer mal a alguma pessoa, mesmo quando teve todos os motivos para acabar com o desprezível do Malcoom, você não o fez. E eis a resposta... nunca seria capaz.
— Como pode ter tanta certeza? – Edward pensou, “Está blefando”.
— Por causa da minha carreira aprendi detectar mentiras, e vejo nos seus olhos o quanto se esforça para que todos acreditem nesse teatro. Mas nem mesmo você é capaz de acreditar nesse circo — Edward atravessou a pequena distância que os separava. Segurando o rosto de Bella com a mão, de forma que não conseguisse se desviar dessa vez. — O matou?
— Não. — Bella desistiu da mentira. Mesmo que Edward soubesse que ela era inocente, não faria qualquer diferença. “Faz para mim”, ela pensou.
— Onde estava, Bella?
— Não posso falar. — ela cobriu o rosto, as pernas a mostra pelo conjunto tremiam na altura dos joelhos.
— Está brincando? A alternativa é passar o resto de sua vida na prisão — ele apertou os ombros, tinha vontade de lhe chacoalhar , continuava a mesma teimosa. Então um pensamento lhe ocorreu. — Está protegendo alguém...
Bella engoliu em seco, então erguei o queixo em desafio. Enfim pegou a mão esquerda de Edward, observando a aliança de ouro.
— Sua esposa sabe que está aqui? — ela gesticulou para o círculo de ouro.
— Ela não interfere na empresa.
O coração de Bella encolheu, segurou as lágrimas. Por que se sentia ofendida? Abrira mão dele fazia muito tempo.
— Então eu sou apenas mais um caso para o brilhante Edward Cullen, o advogado que não deixou de vencer uma batalha na justiça — Bella disse com firmeza. — Pois então, não perca seu tempo... Não direi uma palavra que me condene, no entanto não irei me defender. E muito menos darei um álibi.
— Está com ciúmes? — o coração de Edward por um momento fugaz ficou em júbilo. — Foi você que me expulso da sua vida, lembra? — e depois ferido.
— Claro que me lembro, foi a única coisa certa que fiz na minha vida. E não me arrependo... — Bella acreditava nisso, afinal, Edward agora tinha uma carreira brilhante, uma mulher que o amava, e com certeza filhos adoráveis. Fez a escolha certa.
— Não acredito nisso.
— Problema seu. Agora, vai embora! Esqueça que eu existo, assim como eu esqueci você.
— Não significou nada, então? — ela sabia ao que ele se referia ao beijo.
— Claro, me lembrou de uma época das nossas vidas que nunca vai voltar. Você fez o certo em amadurecer, construir uma família. Eu tentei fazer o mesmo.
— E o seu filho, como ele ficará?
— Anthony é forte, e ele tem muitas pessoas que o amam.
“Anthony”, o nome foi como um golpe as memórias de Edward.
“— Sabe qual o meu maior sonho? — Bella perguntou a Edward, a expressão indecifrável.
Edward negou com a cabeça, dizendo:
— Prefiro que me diga. Você sempre me surpreende... — ele beijou carinhosamente a testa da namorada, aspirando o perfume doce de morangos.
— Ele envolve você. Tudo na minha vida envolve você — Edward fitou os olhos de Bella, raios quentes aqueciam seu interior. — Quero ter um bebê, um lindo menininho com seus olhos. Ele se chamará Anthony, o nome de seu avô...
Não havia palavras suficientes, ele simplesmente puxou Bella em direção ao seu rosto. Beijando-lhe ardentemente”
— Seu filho se chama Anthony?
— Esse nome significa muito para mim.
— Claro.
— É melhor ir embora. Estamos apenas nos magoando ainda mais, não quero te fazer sofrer...
— Impossível — ele disse ao passar ao lado de Bella. — Como posso ter perdido algo que nunca foi verdadeiramente meu? Nunca me amou, eu fui somente um capricho.
Bella acompanhou calada Edward indo embora, e com sua saída levou consigo seu coração.
Do lado de fora, sentado ao lado de Dean, estava um garoto de uns doze anos. Um menino alto em comparação com as outras crianças de sua idade, os cabelos num castanho claríssimo que facilmente se passaria por um tom de louro. Algo no formato dos olhos o fez se recordar de Bella. No entanto, eles exibiam um verde penetrante e puro. O menino levantou o rosto ao sentir que alguém o olhava.
— Você é o advogado da minha mãe?
Edward arfou, ele tinha o mesmo traço singular que Bella. Os dentes da frente mais compridos que os demais.
— Você é o filho dela?
— Anthony Griffi... — Anthony parou no meio da frase, se corrigindo. — Swan.
Edward fitava atordoado, os olhos absurdamente verdes do garoto. Ele procurava uma hipótese que justificasse que o garoto fosse dono de olhos exatamente iguais aos seus, o Daniel também devia ter olhos nesse tom. Quantas pessoas tinham os olhos verdes e nem por isso eram de fato parentes.
— Bem, Anthony... Eu sou apenas um amigo. Sua mãe irá contratar outro advogado.
— Não ­— Anthony segurou o braço de Edward. — Você é o melhor, por favor. Ela não fez nada disso. Ela nunca mataria meu pai — Anthony teve dificuldade em dizer ”pai”.
— Sinto muito.
Edward lançou um olhar a Dean, que o acompanhou até a saída. Ele deu uma última olhada em Anthony, o garoto o olhava com algumas lágrimas escorrendo pelo rosto maduro pela idade, ou talvez sofrimento. Algo dentro de si quebrou com a imagem, imaginou sua própria filha ali parada.


Dean se manteve calado o caminho inteiro de volta a Cullen Law ®. Conhecia Edward suficiente bem para saber que estava mergulhado em pensamentos e divagações.
Ao entrarem no escritório, Jane correu ao encalço de Edward.
— Senhor Cullen, eu falei para ela ir embora. Mas, ela não me escutou... Uma baixinha muito petulante e folgada — Edward alteou a sobrancelha, Jane descrever alguém do passado dele.
— Quem é?
— Alice Hale, ou melhor, ela disse que seu nome de solteira era Alice Brandon.
Edward não esperou que Jane desse o relatório da chegada de Alice, partiu em direção a sua sala. Se deparando com uma Alice, anos mais velha, e incrivelmente mais linda e sensual em um vestido preto aderido ao seu corpo. O cabelo mantinha-se longo, mas uma cascata de cachos escorregava até seu busto. Os lábios rosados cobertos por uma camada generosa de batom coral.
— Alice?
Ela deu um sorriso infantil.
— Edward. Precisamos conversar.
Ele se jogou no pequeno sofá onde Alice estava sentada.
— Lamento lhe dizer que já fui falar com Bella na delegacia. Ela se nega a dizer algo que possa a ajudar, e me expulsou da sua vida... novamente.
Alice se levantou num átimo. Edward pode notar olheiras embaixo dos olhos negros como a mais escura noite.
— Ela não pode fazer isso.
— Não me importo com que ela queira. Agora sou eu, Alice. Eu me prometi sumir da vida dela. Eu tenho uma família.
— Claro que você tem — Alice disse com os olhos vidrados.
— Como está sua vida? Está mais linda que nunca...
Alice ignorou a pergunta de Edward, se sentando em frente ao antigo amigo.
— E o pacto, Edward? Lembra-se? — Alice virou a palma esquerda de Edward, também mostrando a sua. Ambas exibiam uma longa cicatriz rósea.
— Isso foi um ato inconsequente de adolescentes.
— Eu acredito no nosso juramento! — Alice debateu firme. Era uma mulher de personalidade marcante. — Eu vou ajudar minha amiga não importa o que aconteça. Ela é inocente. — Alice novamente se levantou parando em frente à mesa de Edward, fitando o lindo retrato de sua família. — Bella nunca vai me perdoar. Mas você precisa saber a verdade.
Edward estreitou os olhos.
— Ela foi obrigada a te abandonar daquela maneira.
— Não importa agora — Edward não cairia nos jogos de manipulação de Alice.
— Nem mesmo se eu disser que Anthony é seu filho.
Os olhos dele se tornaram desconsolados.
–-x—
O professor de literatura da Universidade de Dublin parecia especialmente absorto naquela manhã, por diversas vezes em seu discurso as palavras se esvaíam. Por essa razão encerrou suas aulas naquele dia. Os alunos observavam o professor favorito sentar-se, exausto, na cadeira. As roupas amarrotadas, a camisa parcialmente fora das calças, os olhos claros delineados por grandes bolsas arroxeadas. Alguma coisa perturbava o mestre, e isso era plausível.
Jasper observou um por um seus alunos lançarem olhares indulgentes em sua direção ao se retirarem da sala de aula, as carteiras distribuídas numericamente ao longo de uma arquibancada, dando mais amplitude ao ambiente. O teto era tão alto que mal podia ver as janelas retangulares mal tocavam o teto.
Sua cabeça latejava a qualquer mínimo movimento, até mesmo o piscar de seus olhos. Uma pressão nada gentil contorcia seu estômago vazio. Instintivamente, procurando aplacar sua dor buscou um pequeno cantil de prata – que pertenceu ao seu pai - dentro da mochila. Deu um grande gole do conteúdo whisky puro irlandês, o mais forte das terras alvas.
Era extremamente antiético, mas que outra opção haveria para anestesiar sua depressão? Alice costumava devolver-lhe a vida, porém o casamento parecia ter feito a partir de cobranças e infinitas pendências. Jasper era um ser absolutamente covarde e egoísta, obrigando a esposa a sofrer junto com seus pesares. Ele deitou-se na mesa de madeira, e o fluxo de arrependimento assolou sua mente. Como seria sua vida se tivesse tido aquela criança com Julia? Se não tivesse a abandonado? Como seria se ela ainda vivesse? Ele teria sido mais feliz ao lado de uma mulher que não amava, mesmo sendo o certo a se fazer? Às vezes o amor era feito para durar, às vezes parecia alimentado pelas lembranças do que se foi um dia.
Tinha certeza que Alice era o amor de sua vida, ela lhe deu algo que Julia, nunca daria: a felicidade. No entanto, olhando para o fantasma do homem que foi um dia, ele não parecia feliz. Talvez, amor não fosse tudo. Talvez fosse algo tão lindo e impossível de se atingir.
— Jasper. — aquela voz era familiar. A mesma que clamava seu nome em seus sonhos mais inquietantes. Ele forçou as pálpebras, era uma alucinação. Estava alcoolizado, afinal. — Olhe para mim, você está bem?
O choque perpassou seu corpo ao erguer o rosto. Julia postada a sua frente, aqueles olhos, cinzas, pareciam túneis escuros; vazios e infinitos. Sua beleza era assustadora, os cabelos ruivos rebeldes movimentando-se de forma sobre natural, como se uma corrente inexistente estivesse na sala.
— Julia.
Ela deu um sorriso em resposta, de repente Jasper mergulhou na escuridão. A água fria abraçando seu corpo, congelando suas entranhas e o impossibilitando de respirar.


Continua...

--x--

N/A:

Chegando em 2012 com capítulo INÉDITO de OP! Wohooo *-*
Primeiramente quero agradecer a todos que comentaram até agora, não esperava tanto carinho, e realmente não esperava que fossem amar tanto essa história quanto eu a amo. Prometo responder todos os comentários.
Quero desejar a todos meus leitores e assombrações de OP um Feliz 2012! (E que não seja o fim do mundo, quero finalizar minhas fanfictions bubu) Deus abençoe muito todos vocês, e suas famílias. Que esse ano seja um marco de realizações e felicidades na vida de todos.
Agora ao capítulo:
Primeiro quero informar que os capítulos que estão por vir em sua maioria irão conter diversas recordações do passado (flashs). Eles são muito necessários para explicar as mudanças que decorerram após o pacto. Afinal, eles eram tão unidos.
O que causou a separação de Edward e Bella? E essas marcas que ela carrega do padrasto?
E como a Alice foi parar com o Jasper?
Por que razão o Jasper se culpa tanto?
O que houve com a Julia?
Qual foi o motivo da Bella se separar do Edward?
Eu sei, muitas perguntas, por isso entenderam a importância dos flashs? Prestem muita atenção em cada mínimo detalhe.
O que acharam do Anthony? Ele não é uma gracinha? tão maduro, acho que puxou ao pai...
Estou amando escrever OP, estou descobrindo um lado bem obscuro em mim, com direito até de aparição sobrenatural. Sorry Jazz!
Gih nunca vou conseguir ficar brava contigo, e muito menos cobrando. Te amoo!
Beijooooooooooooooooooos
E por favor, comentem muito - dizendo o que acham, se odiaram, amaram kkkkkk
# Banner feito pela Carol, dona da Sparkiling. Obrigada lindaaa! Ameiii ^^

 

















Gica´s POV

OHMY!! Confesso que estou completamente tomada de dor ... Sim, meu core está simplesmente partinho faltando apenas algumas horas pra virada do ano de 2011!
O atraso foi meu, Ninas... poiser ... fiquei uma semana em casa e nem cheguei perto do meu email, ate que a Fef´s me informou educadamente que havia mandado o cap .. e ... desculpas a parte... as 21:30 do dia 31 estou aqui a terminar meu beta do capitulo super mega impactante!!
Eu disse a voces, O pacto vai causar inquietações ... vai impactar mesmo! O.o
Este lance do Edward com a Bella desde sempre... sempre vai mexer comigo, sempre fui assim e sempre vou ser ... acreditarei infinitamente nos HAPPY END!!
Quando a Fef´s começou a narrar a parte da Alice eu pensei, la vem a baixinha porreta dar um tapa no ED.... não literalmente neé mas ela deu.... e com isso meu coração transbordou pq não achei que o Ed saberia do Anthony neste capitulo! O.O que Maximo!
Adoro qdo a fic FICA INTERESSANTE DESDE O COMECO e não fica na enrolação ... hauahauha
Por outro lado, temos um Jasper totalmente cachaceiro kkkkkkkkk [ eu ri mesmo não resisti] totalmente psich!! Uauuu tadinho dele! Alice tão perfeita, Ed tão perfeito, poderiam ficar juntos ne? Naoooooooooooooooo, isso foi zueira! Ahuahauaah
Os dois são tão CENTRADOS e envolta deles tantos problemas, tantos dilemas ... mas eu tenho fé que tudo se encaixará e sinceramente, agradeci por Alice ter lembrado o Ed do pacto... acredito que ele sempre quis estar com a Bella e naquele momento so foi embora pq foi forcado..
Ufa... eu to pilhadaaaaaaaaaa!! Hauahauah Falei demais!!
Eh isso, Ninas...
Otimo 2012 pra todas vocês ...espero que curtam muito OP assim como eu...
Um bejo enorme pra todas... *-*
Fef´s minha linda, obrigada pela confiança, e da próxima vez, pode me dar broncas, eu demorei demais, tu eh muito delicada mesmo...
Te amooooooooooooooooooo,baby! *-*
Beeijoooo
GicaCullen ~CorujaMor.

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