terça-feira, 20 de março de 2012

One-shot: Who kill me?

Who kill me?

O vento tinha começado a chicotear a chuva, transformando-a num turbilhão frenético. Isabella Swan protegeu o pulso com a manga e olhou o relógio. Ela estava atrasada.
E porque tinham insistido num encontro aqui, à meia noite? , Bella indagava obviamente contrafeita em ceder aos caprichos de sua cunhada, Alice.

Bella era casada com Emmett, irmão mais velho de Alice. A união contabilizava seis anos, nos quais Bella sofreu com humilhações constantes por não ser boa o suficiente, como dizia a víbora de sua sogra, Esme. Até mesmo o marido que tanto se dizia apaixonado, passou a maltratá-la, primeiro com indiferença depois com suas inúmeras amante belíssimas e por fim com surras memoráveis.


Enquanto pensava nisso, avistou em meio à chuva corriqueira de Forks, o tal prédio em que Alice havia marcado o encontro absurdo. Bella rapidamente entrou no espaço luxuoso, sentindo-se quente de imediato com ar condicionado, e logo depois como um gato de sarjeta ensopando o carpete.

A recepção do prédio era grande, indubitavelmente luxuosa, lustres espelhados apontavam sobre sua cabeça. Era o lugar onde somente um Cullen poderia preferir.

Bella caminhou lentamente até onde o porteiro encontrava-se, suas botas rangendo no carpete fino e elegante. O verde usado para trançar a peça assemelhava-se os jades do olhar dele... Edward.

O fruto proibido, porém aquele que a levou ao paraíso. Bella afastou tais pensamentos, sentia-se culpada pelo que havia entre eles, mas não o suficiente para afastar-se. Eles se amavam.

Ela fitou o homem à frente.

O porteiro parecia ser a única peça que destoava desse arranjo elegante, ele sentava-se frouxo na cadeira, parecendo um sapo gordo e pálido dobrado sobre si mesmo.

Vim me encontrar com Alice Cullen a voz dela saiu em um breve sussurro. Nunca se sentiu tão desconfortável.

Não estava vestida para se encontrar em um lugar tão chique. Tentou alisar a barra do vestido úmido.

Ela ainda não chegou, mas deixou a chave para a senhorita, pode subir. Sexto andar, apartamento 68 Bella assentiu muda. Indo direto pelo corredor, à esquerda.

Dentro do elevador fitando sua imagem nos espelhos, retirou o casaco puído totalmente encharcado. Soltou os cabelos de um coque displicente, os cachos deslizaram até suas costas.

Sentiu um toque suave em seus cabelos, os dedos anelando nos cachos.

Faça amor comigo Edward sussurrou mordiscando o lóbulo da orelha de Bella.

Não importava que Edward fosse o irmão de seu marido, e nem que o estava traindo.

Nesse momento eram apenas Edward e Bella, dois apaixonados.

Me faça ser somente sua... Bella desabotôo o primeiro botão. O peito largo e másculo à mostra.

A, Bella! Sim!

Começou devagar e suave. Devagar demais. Suave demais. As comportas tinham se aberto, e Bella precisava dele com urgência. Fez um amor violento com ele, e nunca sentiu nada tão maravilhoso na vida.

Quando estavam deitados nos braços um do outro, descansando, ela disse:

Eu te amo.

Eu te amo, Bella. Nada nem ninguém vai nos separar. Você é minha e de mais ninguém. E eu vou fazer de tudo, de tudo para ter você apenas para mim.

Bella abriu os olhos e continuava no pequeno espaço, e não nos braços de Edward. Saiu do elevador perturbada, facilmente encontrou o apartamento. Girou a chave lentamente até que ouviu o clique da porta, e sentiu segurança em prosseguir.

O apartamento era um dupléx, arejado, com uma espaçosa sala de jantar, janelas do chão ao teto e uma grande lareira de mármore. Havia dois sofás com estofamento de couro, poltronas, uma estante embutida e uma televisão de tela grande. As paredes eram um arco-íris de pinturas coloridas.

Bella sentiu um calafrio percorrer a espinha, por qual razão Alice iria querer se encontrar nessas circunstâncias? Será que ela descobriu tudo?

Bella levou um susto com o som da campainha. Imediatamente abriu a porta, seus olhos saltaram pela face.

O que significa isso? seu braço foi erguido, sentiu a picada de uma agulha hipodérmica no braço e um instante depois se entregou à escuridão que a esperava.

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O encarregado, o chefe de polícia Jacob Black, havia terminado os procedimentos oficiais. Ninguém tinha permissão de se aproximar do corpo até que as fotos tivessem sido tiradas.

Quil Ateara, o médico-legista, terminou o exame minucioso, levantou-se e sacudiu a areia das calças.

É todo seu, Black.

O que nós temos?

A causa da morte é a garganta cortada, passando pela artéria carótida. Ela levou uma boa surra, as duas patelas estão arrebentadas, e parece que algumas costelas estão quebradas. Também há hematomas antigos por seu corpo. Sem falar que a identificação foi impossível, o rosto foi desfigurado com uma espécie de canivete.

E a hora da morte?

 Atera olhou para a água que batia na cabeça da vítima.

Difícil dizer. Acho que ela foi jogada aí depois da meia-noite. Eu lhe dou o relatório integral quando levarmos o corpo para o necrotério.

Jacob voltou à atenção para o corpo. Ele se ajoelhou e começou a revistar os bolsos da vítima. Tirou uma carteira e abriu. Estava pesada, com dinheiro. Com toda certeza não estavam atrás do dinheiro dela. – Pegou um cartão na carteira.

O nome da vítima é Isabella Swan.

Ateara franziu o cenho.

 A esposa de Emmet Cullen.

Os dois se viraram para olhar o corpo de Isabella Swan.


--x--

— Têm certeza que deseja entrar, senhor Cullen? — Ateara indagava ao homem de feições marcantes, os ombros extremamente largos e com uma linha de músculos maciços. Na mão esquerda, exatamente no dedo anular – uma grossa aliança de ouro atraiu o olhar do médico-legista — Eu recomendaria que se prepara-se antes de atravessar essas portas. — o legista indicou as portas corrediças, que facilitavam a ida e vinda dos cadáveres em macas

— Quero ver minha esposa — Emmett disse decidido. Ele sabia que no momento que adentrasse o necrotério e fitasse o corpo estendido na mesa de mármore, teria a plena certeza que tudo não passava de um equívoco.

Sua mente consternada trabalhava copiosamente em busca de uma explicação plausível para o sumiço da esposa. Essa era vingança de Bella para com o marido, ainda devia estar chateada com a última briga, e talvez dessa vez Emmett tivesse ido longe demais. Não deveria ter se alterado ao ponto de agredi-la novamente.

— Tudo bem. — Ateara empurrou as portas que cederam facilmente, dando uma ampla visão do ambiente fúnebre.

Lá dentro o ar era carregado, os pêlos do braço de Emmett se arrepiaram com a temperatura abaixo do normal, provavelmente com o intuito de adequar a temperatura dos corpos. O lugar recendia a formol, Emmett fungou o nariz com a ardência.

Ateara estava postado ao lado de um catre, em cima jazia um corpo. Com o lençol branco era impossível fitar as feições da mulher.

— Sinto muito. — Ateara lançou um olhar angustiado, em seguida levantou o lençol.

Nos primeiros segundos, Emmett não via mais nada além do rosto devastado. Ou que antes poderia ter sido um rosto humano. Grandes nacos de pele foram arrancados brutalmente, os ossos da face à mostra. A expressão presa em um último esgar por socorro, por um momento ele assemelhou a aparência perturbadora a uma obra impressionista.

Emmett deu um passo desajeitado para frente, os olhos esbugalhados.

— Não é minha mulher — ele olhou para trás, fitando o legista tentando falar com convicção, no entanto ao pronunciar “mulher” sua voz falhou.

— Receio que se trate realmente de Isabella Marie Swan, os documentos traziam o nome de solteira. – Ateara segurou delicadamente com devido respeito a mão pequenina de Bella, a pele exibia uma coloração azulada. Mas não foi isso que fez com que Emmett arfasse. A mão estava mutilada, sem os cinco dedos apenas restaram cotocos. Porém a aliança de ouro cintilava contra a luz fluorescente não dando qualquer margem para erros.

Mesmo assim ele não estava convencido. Ateara parecia ter conhecimento dos pensamentos de Emmett, então completou pragmático:

— Foi impossível fazer o reconhecimento de sua esposa, o rosto foi desfigurado — Emmett iria protestar, porém Ateara ergueu o dedo. — A arcada dentária dela fora arrancada, além dos dedos terem sido cortados. No entanto ela carregava os documentos, e usava a aliança. Tenho uma dúvida, senhor Cullen? — Ateara usava um tom extremamente formal e frio, os dois tinham estudados juntos no colégio. E com amigo, o legista conhecia a natureza violenta de Emmett. 

— Sim, Quil. — Emmett lançou um olhar indiferente ao cadáver de sua esposa. Ela nada significava agora, era apenas um monte de carne morta e fadada a podridão. 

— Ao fazer a autópsia o corpo exibia inúmeros hematomas em diversas regiões do corpo, especialmente nos flancos. E já estavam aí há várias semanas.

— Minha esposa era muito desastrada. A um ponto que se via um hematoma já sabia que ela tinha caído.

Ateara estudou a frieza de Emmett por um longo momento.

— Certo. Posso lhe dar um conselho de amigo? — Emmett meneou a cabeça. — Vai precisar de um advogado, Jacob me fez perguntas a seu respeito. E sinceramente não mentirei... Todos em Forks conhecemos bem a sua natureza. Não vou mentir.

Emmett estreitou os olhos, embora a respiração mantivesse estável. “O homem era uma pedra de gelo”, pensou Ateara. Ele acabara de receber a notícia do assassinato da esposa, e mesmo com a possível ameaça de vir o assassino, não esboçava a mínima reação.

— Está insinuando que eu assassinei minha mulher? — Emmett soltou uma gargalhada, que ecoou pelos azulejos. Um som desprovido de humor e sanidade. — Não tinha qualquer motivo para isso. Bella era completamente submissa. Nem ao mesmo reclamava quando eu chegava tarde em casa cheirando a outras mulheres.

— Você me enoja. 

— Obrigado pelo conselho, velho amigo. Mas disponho... Nada pode abalar um Cullen, nem mesmo a morte da minha inútil esposa.

--x--

O chefe de polícia Jacob Black analisava o relatório da autópsia enviado pelo legista, Quil Ateara. Basicamente já tinha conhecimento de tudo, o que lhe despertou a atenção fora os antigos hematomas e com mais alguns exames – Ateara descobriu que Bella tinha uma das costelas quebradas muito antes do ataque.

Jacob tinha conhecimento da fama de mulherengo de Emmett. Um suspeito irrefutável.

E o celular encontrado na bolsa de Isabella em que a última mensagem havia sido de Alice Cullen, irmã de Emmett. E é claro a proprietário do apartamento Edward Cullen. Ao que tudo indicava iria passar uma tarde esclarecedora em companhia da nobre família.

# Emmett Cullen – Gravação 1

Jacob: — Senhor Cullen, poderia me dizer aonde estava na noite em que sua esposa foi morta?

Emmett: — Exatamente nesse lugar onde o senhor está pensando. — Emmett respondeu com escárnio.

Jacob: — Poderia verbalizar? Eu não estou aqui com uma bola de cristal.

Emmett: — Certamente, detetive. Pois se fizesse o uso de uma não me faria perder tempo com essa brincadeirinha de criança! Sabe com quem está lidando?

Jacob: — Foi uma ameaça? Acaba de ganhar uma estadia de uma noite na cela da minha delegacia – Desacato a autoridade. Aqui eu faço as perguntas, então cale-se. Eu no seu lugar chamaria um bom advogado para livrar essa sua bunda de almofadinhas. Está encrencado, ouviu bem? Agora me responda o que lhe perguntei!

Emmett: — Estava na casa de Tanya Denali.

Jacob: — O que fazia na casa da sócia de sua esposa?

Emmett: — Eu tinha um caso com ela. — Emmett respondeu friamente, sem um mínimo resquício de remorso.

Jacob: ­ — Ela pode confirmar isso?

Emmett: — Não, ela é casada. Mas, eu estive lá.

Jacob: — Certo, falaremos com ela. Caso ela confirme sua história estará livre de suspeitas. No entanto bem vindo a delegacia de Forks. Podem levar ele...

O detetive nunca ficou tão satisfeito em ver um homem sendo preso.

 # Alice Cullen – Gravação 2

Jacob: — Senhoria Cullen? Poderia me explicar o motivo para ter combinado um encontro com sua cunhada à meia-noite?

Jacob se sentiu um pouco mal por coagir uma criatura tão pequena e indefesa.

Alice: — Detetive, eu juro que não mandei mensagem alguma. Esse número que foi usado nem era mais meu...

Jacob: — De quem era então?

Alice se calou por um momento.

Jacob: Alice, essa seria uma boa hora de falar verdade. Realmente quer se ver acusada de um crime que não cometeu?
 
Com os olhos marejados Alice respondeu.

Alice: — Meu irmão Emmett, ele passou em casa de tarde. Ele me disse que havia perdido o celular, então emprestei o meu... Mas, pode não ser ele...

Jacob: — Como assim?

Alice: — Depois de umas horas, ele me disse que havia sido roubado e levaram meu celular.

Jacob: — Realmente acredita nisso? Senhorita tinha conhecimento que Bella era agredida pelo marido?

Alice abaixou a cabeça envergonhada.

Alice: — Sim.

Jacob: — E não fez nada a respeito?

Alice desatou a chorar sob o olhar infalível do detetive.

Alice: — Ele é meu irmão... Ele me prometeu que mudaria!

Jacob: — Olha aonde a mudança do seu querido irmão nos levou. Posso não poder acusá-la senhorita Cullen, mas carregue na sua consciência o peso da morte de sua cunhada. Isso é tudo.

# Edward Cullen – Gravação 3

Jacob: — Senhor Cullen, poderia dizer que era íntimo de Isabella Cullen?

Edward levantou o rosto. O detetive teve um sobressalto ao fitar o sofrimento do rapaz. A face pálida, a barba crescida no queixo, profundas olheiras ao redor dos olhos que destacavam o verde.

Edward: — Detetive se está me fazendo essa pergunta é porque tem conhecimento de meus sentimentos por Bella.

Jacob: — Seja mais explícito, por favor.

Edward: — Eu a amava, detetive. Isabella era o amor de minha vida.

Jacob: — Certo. Encontramos uma foto de vocês dois juntos na bolsa dela. Com uma dedicatória sua atrás, escrita...

Edward: — Fomos destinados a ficar juntos. Não importa o que aconteça, nosso amor é eterno. Para sempre seu, Edward Cullen.

Uma lágrima solitária escorria por entre o nariz de Edward.

Jacob: — Você marcou o encontro com Isabella?

Edward: — Não. Eu passei o dia inteiro ligando para o celular dela. Estava muito preocupado com que poderia acontecer...

Jacob: — Como assim?

Edward: — Tanya Denali trabalha como enfermeira no hospital onde sou. Ela me flagrou junto com Bella no meu consultório, em seguida contou o que viu ao meu irmão mais velho.

Jacob: — Como seu irmão reagiu?

Edward: — Ele ficou transtornado. Me disse que Bella lhe pertencia, e que mesmo que não a quisesse ninguém a tomaria dele. Tivemos uma briga horrível, depois os seguranças os expulsaram do hospital. Imediatamente liguei para Bella.

Jacob: — Como ela estava?

Edward: — Me dizia que estava bem, mas eu a conhecia. O bastardo a tinha surrado de novo. 

Ele infiltrou as mãos nos cabelos, arrancando alguns frios da raiz.

Edward: — Eu tenho todos os motivos para querer matar meu irmão. Porém Bella não. Nunca faria qualquer mal a ela... eu a amava.

Jacob fitou sem reação o pesar e as lágrimas estampados no rosto do médico.

--x--

Após o interrogatório Jacob poderia dizer com absoluta convicção que Emmett encomendou a morte da esposa, ou havia feito com as próprias mãos. Ele fora movido pelos motivos mais sórdidos e mesquinhos. De qualquer maneira, a academia havia ensinado a ter todos como suspeitos até o último instante. Manteve o principal suspeito em prisão preventiva.

A matriarca da família, Esme Cullen veio ao distrito acompanhada de seu novo marido, Jasper Hale. E mesmo com os maiores advogados comprados pelo seu dinheiro ainda assim Emmett passaria a noite na delegacia, o juiz havia decretado prisão preventiva. Esme não esboçou qualquer sentimento com a morte da borá. Pelo contrário carregava uma expressão de profundo alívio. Emmett certamente foi feito do mesmo gelo que esculpiu sua mãe.

Naquela mesma noite Jacob adentrou a residência de Isabella e Emmett Cullen. Era uma casa muito ampla, com cômodos suficientes para receber um pelotão de filhos.

O detetive fazia uma busca entre os cômodos vazios. Ele podia ver o fantasma da moça em cada detalhe feminino, o aroma de flores que recendia por todo o ambiente. A delicadeza com os detalhes da decoração.

Seus pensamentos foram interrompidos quando um de seus policiais o chamou do dormitório do casal.

— Essa são provas irrefutáveis, chefe.

Embry apontava o dedo para o armário aberto, a expressão enojada para uma caixa escondida sob o piso de assoalho solto.

Um odor desagradável exalava da caixa de madeira. Jacob calçou luvas de látex, e destampou-a. Comprimiu os lábios em duas linhas rígidas, o maxilar tenso refreando a náusea. Dentro havia um canivete totalmente ensanguetado, uma corda tingida com gotículas escarlates e diversas fotos registrando Isabella no seu cativeiro. Com as cordas apertando seus pulsos e pernas até que sangrassem.

— Ele guardou um souvenir. — Embry disse atrás de Jacob ajoelhado.

— Mande o juiz decretar a prisão oficial de Emmett Cullen.

— Certo, chefe.

Após alguns minutos, Jacob sentado na beirada da cama. O estômago inquieto por ter fitado parte do sofrimento infligido aquela pobre mulher.

— Chefe? — Embry subia afoito as escadas, a respiração descompassada. Uma gota de suor escorrendo por seu rosto. — Recebemos uma ligação de Alice Cullen. Ela sabe algo sobre o assassinato.

— O que estão esperando?

— A Central ligou de volta, no entanto a ligação foi interrompida. Acho que ela foi atacada.

— Como? Emmett Cullen está preso!

— Claro, um cúmplice...

--x--

— Alice! ­ — Esme puxou o telefone das mãos da filha.

— Enlouqueceu?
 
— Não. Você vai presa junto com seu adorado filho por ter assinado Bella.

— Sobre o que está falando? Nem eu ou seu irmão fizemos isso... Claro que adoraria parabenizar a nobre alma que nos livrou daquela parasita. Ela estava destruindo nossa família, primeiro se casou com Emmett, e depois pretendia arruinar a carreira brilhante de Edward. Que queime no mais profundo inferno.

Alice jogou a cabeça para trás, rindo abertamente. Estava em júbilo, absolutamente cada mínimo detalhe sairá como planejado.

— Então me dê os parabéns, mamãe.

— Como? Você matou a sonsa? — os olhos de Esme esbugalharam ao fitar sua filha caçula.

— Tão estúpidos — Alice ridicularizou. — Bella não está morta. Foi tudo um plano armado por nós.

— Nós? — Esme repetiu debilmente. Não reconhecendo sua garotinha meiga nos olhos daquela mulher psicótica.

— Nunca pensei que fosse tão burra, Esme. Eu, Bella e Edward. Nós planejamos tudo. Estávamos cansados de vocês – as malditas pragas infelizes em nosso mundo.

— Isso não faz sentido. Eu vi o corpo daquela mulher.

— Viu o que seus olhos queriam ver. Aquela não era Bella, e sim uma prostituta qualquer que Edward arranjou. Ninguém sentiria falta mesmo. 

— Não! Por que você faria uma coisa dessas? Seu irmão estava enfeitiçado pela sonsa, mas você?

— Sim, esse plano foi perfeito. E além de nos livrar finalmente de Emmett, eu me livraria de você — Alice disse em júbilo, os olhos verdes distorcidos em brilho lunático.

— Por quê? Eu sempre te dei tudo... Era minha filhinha, minha bonequinha...

— Você é uma hipócrita mesmo — Alice estapeou a face da própria mãe, observando um filete de sangue escorrer pelos lábios cortados. — Além de ter traído meu pai enquanto estava no leito de morte, foi com Jasper. Você sabia o quanto eu o amava. Poderia ter qualquer homem, mas escolheu eclipsar minhas chances dele se apaixonar por mim. Afinal quem olharia para a filha com a mãe estonteante ao lado? Eu te odeio!

As pernas de Esme estavam petrificadas ao chão, como se Alice fosse o predador e ela a presa.

— E as mensagens que ela recebeu? 

— Foi tão fácil essa parte... Bella destruiu o celular de Emmett, e eu prontamente emprestei o meu. E na hora da briga entre ele e Edward. Foi fácil para Edward roubar o celular, e mandar as mensagens... E agora tudo acaba aqui — Alice ergueu umas das facas do faqueiro de prata. No entanto ela deslizou a faca na pele macia do antebraço O sangue brotando no lugar aonde a lâmina deslizava. ­— Segura Esme! — Alice jogou a faca, Esme a pegou desnorteada.

O barulho da porta sendo arrombada sobressaltou a mulher. Ao se virar novamente para filha. Alice tirava o celular “roubado” das vestes e jogava aos pés da mãe.

— Largue a faca! — Black gritava com a arma erguida, ela demorou um instante para perceber que ela era o alvo.

— Não! Alice... — Esme foi em direção a filha exigir que contasse a verdade. Aos olhos dos policiais, Esme partia novamente em cima da filha indefesa e ferida com o intuito de finalizar seu trabalho.
Jacob apertou o gatilho sem pestanejar, seguido de outros dois tiros de seus policiais. A matriarca caiu no carpete felpudo branco, o tingindo com seu sangue.

O detetive se aproximou colocando o dedo no pescoço da mulher. Não havia pulsação, agora jazia o cadáver de Esme Cullen. Matriarca e cúmplice do assassinato da nora.

Alice chorava copiosamente jogada ao lado com o braço ensanguetado.

Um homem de cabelos louros entrou no apartamento, fitando atônico o corpo da esposa.

— Foi ela... Minha mãe planejou a morte de Bella. Ela ajudou o Emmett, e iria me matar quando descobri o celular — instintivamente Jasper puxou Alice para os seus braços.

— Shii... Tudo vai ficar bem, estou aqui. Eu não vou te abandonar.

Jasper tranquilizar Alice. E por dentro a garota festejava o sangue derramado da mãe que foi sua oferenda para ter seu amor de volta.

Dois meses depois...

Alice esperava o irmão Edward em uma cafeteria na esquina do hospital. Não estava sozinha, ao seu lado Jasper entrelaçava suas mãos depositando um beijo carinhoso nos lábios rosados da linda menina a sua frente. Ele se perguntava como pôde ter sido tão cego? Alice era a mulher de sua vida.

— Lice — Edward tirava o jaleco ao se sentar em frente aos dois. — Tudo bem? Fiquei preocupado quando me ligou...

Jasper deu uma risada, e Alice ruborizou com o olhar dele.

— Sabe como é sua irmã. Não espera por ninguém, eu fiz o pedido a algumas horas e toda família Cullen já sabe.

— Pedido? Edward arqueou as sobrancelhas.

— Vamos nos casar! — Alice gritou, todos os olhares do lugar direcionados ao casal. Ela ergueu a mãe esquerda, o diamante da aliança brilhava.

— Parabéns! — Edward cumprimentava o cunhado, e por cima de seu ombro lançava um sorriso cúmplice à irmã. — Bom, então aproveite a oportunidade para anunciar minha mudança. Embarco hoje à noite para a Itália. Recebi uma ótima proposta, e vou recomeçar...

— Isso está me cheirando a mulher — Alice deu uma cotovelada afetuosa no noivo.

— Nunca vou esquecer Bella, mas...

— Mas, o quê querido?

Uma loura estonteante enlaçou o pescoço de Edward. O rosto delicado em formato de coração, o nariz fino levemente arrebitado. Os lábios rubros como pétalas de rosa, evidenciando um sorriso sensual. Ela usava óculos escuros que ocultavam seus olhos.

— Pietra! — Alice saltou da cadeira indo abraçar a cunhada.

— Mi bambina — Pietra respondeu em seu italiano fluente.

— Quero te apresentar ao meu noivo. Esse é Jasper Hale — Alice abraçou a cintura de Jasper.

— Muito prazer. Ela é uma menina de ouro. Cuide muito bem dela — Pietra disse enquanto Edward se levantava da cadeira e puxava a namorada para seu peito, lhe dando um beijo ardente.

— Nem preciso dizer para cuidar desse rapaz — todos riram juntos com o entusiasmo de Edward.

— Vamos amor? — Pietra entrelaçou sua mão pequena a de Edward.

Os dois casais se despediram.

— Aonde vamos? — Pietra indagou ao namorado, quando ele tomou um caminho diferente na rodovia.

— Há uma coisa que preciso fazer antes de irmos embora para sempre, Bella. — Edward tirou a armação do rosto de Bella, perdendo o ar ao fitar os dois grandes globos imersos em chocolate.
Bella sorriu acariciando o rosto do seu grande amor.

Emmett se sentou na cadeira dobrável, uma divisória de vidro temperado o impedia de um conato mais íntimo com a pessoa a sua frente. Ele se sentou de mais gosto, enfiando as grandes mãos no macacão laranja.

— O que está fazendo aqui? — Emmett perguntou mal-humorado, a hostilidade para com o irmão em cada sílaba.

— Vim lhe dizer que essa é a última vez que vai me ver. Pretendo ir embora desse país.

— Já vai tarde. Só isso? — Emmett se preparava para se levantar e dar as costas para o irmão, quando uma loura entrou em seu campo de visão. Ele arquejou, conhecia aquela silhueta, aquele sorriso...

— Adeus, Emmett Cullen ­— a mulher retirou os óculos escuros, seus profundos olhos castanhos presos ao do ex-marido.

— Bella? — Emmett teve dificuldade em pronunciar o nome, como se chamasse más lembranças. — Você está morta...

— Não, você quem vai morrer nessa jaula. Preso por um crime que não cometeu. Tadinho de você... 
— ela deu uma risada de puro escárnio, se divertindo com a confusão do homem que por tantos anos foi seu algoz. — Eu te disse que um dia se arrependeria por tudo que me fez passar. Adeus, e a propósito... Não sou mais sua mulher. Nos vemos no inferno.

Fim?


--x--

N/A:

Então? Mereço comentários? Essa one foi culpa do Sidney Sheldon, ele quem me inspirou a soltar meu lado vingativo e dumal muaaaaaaaa!

Estou pensando em fazer outro capítulo contanto como tudo foi planejado e arranjado. O que acham?

Um beijãooo!



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