Who kill me?
O vento tinha começado a chicotear a chuva, transformando-a num
turbilhão frenético. Isabella Swan protegeu o pulso com a manga e olhou o
relógio. Ela estava atrasada.
E porque tinham insistido num encontro aqui, à meia
noite? , Bella indagava obviamente contrafeita em ceder aos caprichos de sua
cunhada, Alice.
Bella era casada com Emmett, irmão mais velho de Alice. A união
contabilizava seis anos, nos quais Bella sofreu com humilhações constantes por
não ser boa o suficiente, como dizia a víbora de sua sogra, Esme. Até mesmo o
marido que tanto se dizia apaixonado, passou a maltratá-la, primeiro com
indiferença depois com suas inúmeras amante belíssimas e por fim com surras
memoráveis.
Enquanto pensava nisso, avistou em meio à chuva corriqueira de Forks, o
tal prédio em que Alice havia marcado o encontro absurdo. Bella rapidamente
entrou no espaço luxuoso, sentindo-se quente de imediato com ar condicionado, e
logo depois como um gato de sarjeta ensopando o carpete.
A recepção do prédio era grande, indubitavelmente luxuosa, lustres
espelhados apontavam sobre sua cabeça. Era o lugar onde somente um Cullen
poderia preferir.
Bella caminhou lentamente até onde o porteiro encontrava-se, suas botas
rangendo no carpete fino e elegante. O verde usado para trançar a peça
assemelhava-se os jades do olhar dele... Edward.
O fruto proibido, porém aquele que a levou ao paraíso. Bella afastou
tais pensamentos, sentia-se culpada pelo que havia entre eles, mas não o
suficiente para afastar-se. Eles se amavam.
Ela fitou o homem à frente.
O porteiro parecia ser a única peça que destoava desse arranjo elegante,
ele sentava-se frouxo na cadeira, parecendo um sapo gordo e pálido dobrado
sobre si mesmo.
— Vim me
encontrar com Alice Cullen — a voz dela
saiu em um breve sussurro. Nunca se sentiu tão desconfortável.
Não estava vestida para se encontrar em um lugar tão chique. Tentou
alisar a barra do vestido úmido.
— Ela ainda
não chegou, mas deixou a chave para a senhorita, pode subir. Sexto andar,
apartamento 68 — Bella
assentiu muda. — Indo direto
pelo corredor, à esquerda.
Dentro do elevador fitando sua imagem nos espelhos, retirou o casaco
puído totalmente encharcado. Soltou os cabelos de um coque displicente, os
cachos deslizaram até suas costas.
Sentiu um toque suave em seus cabelos, os dedos anelando nos cachos.
— Faça amor
comigo — Edward
sussurrou mordiscando o lóbulo da orelha de Bella.
Não importava que Edward fosse o irmão de seu marido, e nem que o estava
traindo.
Nesse momento eram apenas Edward e Bella, dois apaixonados.
— Me faça ser
somente sua... — Bella
desabotôo o primeiro botão. O peito largo e másculo à mostra.
— A, Bella!
Sim!
Começou devagar e suave. Devagar demais. Suave demais. As comportas
tinham se aberto, e Bella precisava dele com urgência. Fez um amor violento com
ele, e nunca sentiu nada tão maravilhoso na vida.
Quando estavam deitados nos braços um do outro, descansando, ela disse:
— Eu te amo.
— Eu te amo,
Bella. Nada nem ninguém vai nos separar. Você é minha e de mais ninguém. E eu
vou fazer de tudo, de tudo para ter você apenas para mim.
Bella abriu os olhos e continuava no pequeno espaço, e não nos braços de
Edward. Saiu do elevador perturbada, facilmente encontrou o apartamento. Girou
a chave lentamente até que ouviu o clique da porta, e sentiu segurança em
prosseguir.
O apartamento era um dupléx, arejado, com uma espaçosa sala de jantar,
janelas do chão ao teto e uma grande lareira de mármore. Havia dois sofás com
estofamento de couro, poltronas, uma estante embutida e uma televisão de tela
grande. As paredes eram um arco-íris de pinturas coloridas.
Bella sentiu um calafrio percorrer a espinha, por qual razão Alice iria
querer se encontrar nessas circunstâncias? Será que ela descobriu tudo?
Bella levou um susto com o som da campainha. Imediatamente abriu a
porta, seus olhos saltaram pela face.
— O que
significa isso? — seu braço
foi erguido, sentiu a picada de uma agulha hipodérmica no braço e um instante
depois se entregou à escuridão que a esperava.
--x--
O encarregado, o chefe de polícia Jacob Black, havia terminado os
procedimentos oficiais. Ninguém tinha permissão de se aproximar do corpo até
que as fotos tivessem sido tiradas.
Quil Ateara, o médico-legista, terminou o exame minucioso, levantou-se e
sacudiu a areia das calças.
— É todo seu,
Black.
— O que nós
temos?
— A causa da
morte é a garganta cortada, passando pela artéria carótida. Ela levou uma boa
surra, as duas patelas estão arrebentadas, e parece que algumas costelas estão
quebradas. Também há hematomas antigos por seu corpo. Sem falar que a
identificação foi impossível, o rosto foi desfigurado com uma espécie de
canivete.
— E a hora da
morte?
Atera olhou para a água que batia na cabeça da vítima.
— Difícil
dizer. Acho que ela foi jogada aí depois da meia-noite. Eu lhe dou o relatório
integral quando levarmos o corpo para o necrotério.
Jacob voltou à atenção para o corpo. Ele se ajoelhou e começou a
revistar os bolsos da vítima. Tirou uma carteira e abriu. Estava pesada, com
dinheiro. Com toda certeza não estavam atrás do dinheiro dela. – Pegou um
cartão na carteira.
— O nome da
vítima é Isabella Swan.
Ateara franziu o cenho.
A esposa de Emmet Cullen.
Os dois se viraram para olhar o corpo de Isabella Swan.
--x--
— Têm certeza
que deseja entrar, senhor Cullen? —
Ateara indagava ao homem de feições marcantes, os ombros extremamente largos e
com uma linha de músculos maciços. Na mão esquerda, exatamente no dedo anular –
uma grossa aliança de ouro atraiu o olhar do médico-legista — Eu recomendaria
que se prepara-se antes de atravessar essas portas. — o legista indicou as
portas corrediças, que facilitavam a ida e vinda dos cadáveres em macas
— Quero ver
minha esposa — Emmett disse decidido. Ele sabia que no momento que adentrasse o
necrotério e fitasse o corpo estendido na mesa de mármore, teria a plena
certeza que tudo não passava de um equívoco.
Sua mente
consternada trabalhava copiosamente em busca de uma explicação plausível para o
sumiço da esposa. Essa era vingança de Bella para com o marido, ainda devia
estar chateada com a última briga, e talvez dessa vez Emmett tivesse ido longe
demais. Não deveria ter se alterado ao ponto de agredi-la novamente.
— Tudo bem. —
Ateara empurrou as portas que cederam facilmente, dando uma ampla visão do
ambiente fúnebre.
Lá dentro o ar
era carregado, os pêlos do braço de Emmett se arrepiaram com a temperatura
abaixo do normal, provavelmente com o intuito de adequar a temperatura dos
corpos. O lugar recendia a formol, Emmett fungou o nariz com a ardência.
Ateara estava
postado ao lado de um catre, em cima jazia um corpo. Com o lençol branco era
impossível fitar as feições da mulher.
— Sinto muito.
— Ateara lançou um olhar angustiado, em seguida levantou o lençol.
Nos primeiros
segundos, Emmett não via mais nada além do rosto devastado. Ou que antes
poderia ter sido um rosto humano. Grandes nacos de pele foram arrancados
brutalmente, os ossos da face à mostra. A expressão presa em um último esgar
por socorro, por um momento ele assemelhou a aparência perturbadora a uma obra
impressionista.
Emmett deu um
passo desajeitado para frente, os olhos esbugalhados.
— Não é minha
mulher — ele olhou para trás, fitando o legista tentando falar com convicção,
no entanto ao pronunciar “mulher” sua voz falhou.
— Receio que se
trate realmente de Isabella Marie Swan, os documentos traziam o nome de
solteira. – Ateara segurou delicadamente com devido respeito a mão pequenina de
Bella, a pele exibia uma coloração azulada. Mas não foi isso que fez com que
Emmett arfasse. A mão estava mutilada, sem os cinco dedos apenas restaram
cotocos. Porém a aliança de ouro cintilava contra a luz fluorescente não dando
qualquer margem para erros.
Mesmo assim ele
não estava convencido. Ateara parecia ter conhecimento dos pensamentos de
Emmett, então completou pragmático:
— Foi
impossível fazer o reconhecimento de sua esposa, o rosto foi desfigurado —
Emmett iria protestar, porém Ateara ergueu o dedo. — A arcada dentária dela
fora arrancada, além dos dedos terem sido cortados. No entanto ela carregava os
documentos, e usava a aliança. Tenho uma dúvida, senhor Cullen? — Ateara usava
um tom extremamente formal e frio, os dois tinham estudados juntos no colégio.
E com amigo, o legista conhecia a natureza violenta de Emmett.
— Sim, Quil. —
Emmett lançou um olhar indiferente ao cadáver de sua esposa. Ela nada
significava agora, era apenas um monte de carne morta e fadada a podridão.
— Ao fazer a
autópsia o corpo exibia inúmeros hematomas em diversas regiões do corpo,
especialmente nos flancos. E já estavam aí há várias semanas.
— Minha esposa
era muito desastrada. A um ponto que se via um hematoma já sabia que ela tinha
caído.
Ateara estudou
a frieza de Emmett por um longo momento.
— Certo. Posso
lhe dar um conselho de amigo? — Emmett meneou a cabeça. — Vai precisar de um
advogado, Jacob me fez perguntas a seu respeito. E sinceramente não mentirei...
Todos em Forks conhecemos bem a sua natureza. Não vou mentir.
Emmett
estreitou os olhos, embora a respiração mantivesse estável. “O homem era uma pedra de gelo”, pensou
Ateara. Ele acabara de receber a notícia do assassinato da esposa, e mesmo com
a possível ameaça de vir o assassino, não esboçava a mínima reação.
— Está
insinuando que eu assassinei minha mulher? — Emmett soltou uma gargalhada, que
ecoou pelos azulejos. Um som desprovido de humor e sanidade. — Não tinha
qualquer motivo para isso. Bella era completamente submissa. Nem ao mesmo
reclamava quando eu chegava tarde em casa cheirando a outras mulheres.
— Você me
enoja.
— Obrigado pelo
conselho, velho amigo. Mas disponho... Nada pode abalar um Cullen, nem mesmo a
morte da minha inútil esposa.
--x--
O chefe de
polícia Jacob Black analisava o relatório da autópsia enviado pelo legista,
Quil Ateara. Basicamente já tinha conhecimento de tudo, o que lhe despertou a
atenção fora os antigos hematomas e com mais alguns exames – Ateara descobriu
que Bella tinha uma das costelas quebradas muito antes do ataque.
Jacob tinha
conhecimento da fama de mulherengo de Emmett. Um suspeito irrefutável.
E o celular
encontrado na bolsa de Isabella em que a última mensagem havia sido de Alice
Cullen, irmã de Emmett. E é claro a
proprietário do apartamento Edward Cullen. Ao que tudo indicava iria passar uma
tarde esclarecedora em companhia da nobre família.
# Emmett Cullen – Gravação
1
Jacob: — Senhor Cullen, poderia me dizer aonde
estava na noite em que sua esposa foi morta?
Emmett: — Exatamente nesse lugar onde o senhor
está pensando. — Emmett respondeu com escárnio.
Jacob: — Poderia verbalizar? Eu não estou aqui com uma bola de
cristal.
Emmett: — Certamente, detetive. Pois se fizesse
o uso de uma não me faria perder tempo com essa brincadeirinha de criança!
Sabe com quem está lidando?
Jacob: — Foi uma ameaça? Acaba de ganhar uma estadia de uma noite
na cela da minha delegacia – Desacato a autoridade. Aqui eu faço as perguntas,
então cale-se. Eu no seu lugar chamaria um bom advogado para livrar essa sua
bunda de almofadinhas. Está encrencado, ouviu bem? Agora me responda o que lhe
perguntei!
Emmett: — Estava na casa de Tanya Denali.
Jacob: — O que fazia na casa da sócia de sua esposa?
Emmett: — Eu tinha um caso com ela. — Emmett
respondeu friamente, sem um mínimo resquício de remorso.
Jacob: — Ela pode confirmar isso?
Emmett: — Não, ela é casada. Mas, eu estive lá.
Jacob: — Certo, falaremos com ela. Caso ela confirme sua história
estará livre de suspeitas. No entanto bem vindo a delegacia de Forks. Podem
levar ele...
O detetive
nunca ficou tão satisfeito em ver um homem sendo preso.
# Alice Cullen – Gravação 2
Jacob: — Senhoria Cullen? Poderia me explicar o
motivo para ter combinado um encontro com sua cunhada à meia-noite?
Jacob se sentiu
um pouco mal por coagir uma criatura tão pequena e indefesa.
Alice: — Detetive, eu juro que não mandei mensagem alguma. Esse
número que foi usado nem era mais meu...
Jacob: — De quem era então?
Alice se calou
por um momento.
Jacob: Alice, essa seria uma boa hora de falar verdade. Realmente
quer se ver acusada de um crime que não cometeu?
Com os olhos
marejados Alice respondeu.
Alice: — Meu irmão Emmett, ele passou em casa de tarde. Ele me
disse que havia perdido o celular, então emprestei o meu... Mas, pode não ser
ele...
Jacob: — Como assim?
Alice: — Depois de umas horas, ele me disse que havia sido
roubado e levaram meu celular.
Jacob: — Realmente acredita nisso? Senhorita tinha conhecimento
que Bella era agredida pelo marido?
Alice abaixou a
cabeça envergonhada.
Alice: — Sim.
Jacob: — E não fez nada a respeito?
Alice desatou a
chorar sob o olhar infalível do detetive.
Alice: — Ele é meu irmão... Ele me prometeu que mudaria!
Jacob: — Olha aonde a mudança do seu querido irmão nos levou.
Posso não poder acusá-la senhorita Cullen, mas carregue na sua consciência o
peso da morte de sua cunhada. Isso é tudo.
# Edward Cullen – Gravação
3
Jacob: — Senhor Cullen, poderia dizer que era
íntimo de Isabella Cullen?
Edward levantou
o rosto. O detetive teve um sobressalto ao fitar o sofrimento do rapaz. A face
pálida, a barba crescida no queixo, profundas olheiras ao redor dos olhos que
destacavam o verde.
Edward: — Detetive se está me fazendo essa
pergunta é porque tem conhecimento de meus sentimentos por Bella.
Jacob: — Seja mais explícito, por favor.
Edward: — Eu a amava, detetive. Isabella era o
amor de minha vida.
Jacob: — Certo. Encontramos uma foto de vocês dois juntos na
bolsa dela. Com uma dedicatória sua atrás, escrita...
Edward: — Fomos destinados a ficar juntos. Não
importa o que aconteça, nosso amor é eterno. Para sempre seu, Edward Cullen.
Uma lágrima
solitária escorria por entre o nariz de Edward.
Jacob: — Você marcou o encontro com Isabella?
Edward: — Não. Eu passei o dia inteiro ligando
para o celular dela. Estava muito preocupado com que poderia acontecer...
Jacob: — Como assim?
Edward: — Tanya Denali trabalha como enfermeira
no hospital onde sou. Ela me flagrou junto com Bella no meu consultório, em
seguida contou o que viu ao meu irmão mais velho.
Jacob: — Como seu irmão reagiu?
Edward: — Ele ficou transtornado. Me disse que
Bella lhe pertencia, e que mesmo que não a quisesse ninguém a tomaria dele.
Tivemos uma briga horrível, depois os seguranças os expulsaram do hospital.
Imediatamente liguei para Bella.
Jacob: — Como ela estava?
Edward: — Me dizia que estava bem, mas eu a
conhecia. O bastardo a tinha surrado de novo.
Ele infiltrou
as mãos nos cabelos, arrancando alguns frios da raiz.
Edward: — Eu tenho todos os motivos para querer
matar meu irmão. Porém Bella não. Nunca faria qualquer mal a ela... eu a amava.
Jacob fitou sem
reação o pesar e as lágrimas estampados no rosto do médico.
--x--
Após o
interrogatório Jacob poderia dizer com absoluta convicção que Emmett encomendou
a morte da esposa, ou havia feito com as próprias mãos. Ele fora movido pelos
motivos mais sórdidos e mesquinhos. De qualquer maneira, a academia havia
ensinado a ter todos como suspeitos até o último instante. Manteve o principal
suspeito em prisão preventiva.
A matriarca da
família, Esme Cullen veio ao distrito acompanhada de seu novo marido, Jasper
Hale. E mesmo com os maiores advogados comprados pelo seu dinheiro ainda assim Emmett
passaria a noite na delegacia, o juiz havia decretado prisão preventiva. Esme
não esboçou qualquer sentimento com a morte da borá. Pelo contrário carregava
uma expressão de profundo alívio. Emmett certamente foi feito do mesmo gelo que
esculpiu sua mãe.
Naquela mesma
noite Jacob adentrou a residência de Isabella e Emmett Cullen. Era uma casa
muito ampla, com cômodos suficientes para receber um pelotão de filhos.
O detetive
fazia uma busca entre os cômodos vazios. Ele podia ver o fantasma da moça em
cada detalhe feminino, o aroma de flores que recendia por todo o ambiente. A
delicadeza com os detalhes da decoração.
Seus
pensamentos foram interrompidos quando um de seus policiais o chamou do
dormitório do casal.
— Essa são
provas irrefutáveis, chefe.
Embry apontava
o dedo para o armário aberto, a expressão enojada para uma caixa escondida sob
o piso de assoalho solto.
Um odor
desagradável exalava da caixa de madeira. Jacob calçou luvas de látex, e
destampou-a. Comprimiu os lábios em duas linhas rígidas, o maxilar tenso refreando
a náusea. Dentro havia um canivete totalmente ensanguetado, uma corda tingida
com gotículas escarlates e diversas fotos registrando Isabella no seu
cativeiro. Com as cordas apertando seus pulsos e pernas até que sangrassem.
— Ele guardou
um souvenir. — Embry disse atrás de Jacob ajoelhado.
— Mande o juiz
decretar a prisão oficial de Emmett Cullen.
— Certo, chefe.
Após alguns
minutos, Jacob sentado na beirada da cama. O estômago inquieto por ter fitado
parte do sofrimento infligido aquela pobre mulher.
— Chefe? —
Embry subia afoito as escadas, a respiração descompassada. Uma gota de suor
escorrendo por seu rosto. — Recebemos uma ligação de Alice Cullen. Ela sabe
algo sobre o assassinato.
— O que estão
esperando?
— A Central
ligou de volta, no entanto a ligação foi interrompida. Acho que ela foi
atacada.
— Como? Emmett
Cullen está preso!
— Claro, um
cúmplice...
--x--
— Alice! —
Esme puxou o telefone das mãos da filha.
— Enlouqueceu?
— Não. Você vai
presa junto com seu adorado filho por ter assinado Bella.
— Sobre o que
está falando? Nem eu ou seu irmão fizemos isso... Claro que adoraria
parabenizar a nobre alma que nos livrou daquela parasita. Ela estava destruindo
nossa família, primeiro se casou com Emmett, e depois pretendia arruinar a
carreira brilhante de Edward. Que queime no mais profundo inferno.
Alice jogou a
cabeça para trás, rindo abertamente. Estava em júbilo, absolutamente cada
mínimo detalhe sairá como planejado.
— Então me dê
os parabéns, mamãe.
— Como? Você
matou a sonsa? — os olhos de Esme esbugalharam ao fitar sua filha caçula.
— Tão estúpidos
— Alice ridicularizou. — Bella não está morta. Foi tudo um plano armado por
nós.
— Nós? — Esme
repetiu debilmente. Não reconhecendo sua garotinha meiga nos olhos daquela
mulher psicótica.
— Nunca pensei
que fosse tão burra, Esme. Eu, Bella e Edward. Nós planejamos tudo. Estávamos
cansados de vocês – as malditas pragas infelizes em nosso mundo.
— Isso não faz
sentido. Eu vi o corpo daquela mulher.
— Viu o que
seus olhos queriam ver. Aquela não era Bella, e sim uma prostituta qualquer que
Edward arranjou. Ninguém sentiria falta mesmo.
— Não! Por que
você faria uma coisa dessas? Seu irmão estava enfeitiçado pela sonsa, mas você?
— Sim, esse
plano foi perfeito. E além de nos livrar finalmente de Emmett, eu me livraria
de você — Alice disse em júbilo, os olhos verdes distorcidos em brilho
lunático.
— Por quê? Eu
sempre te dei tudo... Era minha filhinha, minha bonequinha...
— Você é uma
hipócrita mesmo — Alice estapeou a face da própria mãe, observando um filete de
sangue escorrer pelos lábios cortados. — Além de ter traído meu pai enquanto
estava no leito de morte, foi com Jasper. Você sabia o quanto eu o amava.
Poderia ter qualquer homem, mas escolheu eclipsar minhas chances dele se apaixonar
por mim. Afinal quem olharia para a filha com a mãe estonteante ao lado? Eu te
odeio!
As pernas de
Esme estavam petrificadas ao chão, como se Alice fosse o predador e ela a presa.
— E as
mensagens que ela recebeu?
— Foi tão fácil
essa parte... Bella destruiu o celular de Emmett, e eu prontamente emprestei o
meu. E na hora da briga entre ele e Edward. Foi fácil para Edward roubar o
celular, e mandar as mensagens... E agora tudo acaba aqui — Alice ergueu umas
das facas do faqueiro de prata. No entanto ela deslizou a faca na pele macia do
antebraço O sangue brotando no lugar aonde a lâmina deslizava. — Segura Esme! —
Alice jogou a faca, Esme a pegou desnorteada.
O barulho da
porta sendo arrombada sobressaltou a mulher. Ao se virar novamente para filha.
Alice tirava o celular “roubado” das vestes e jogava aos pés da mãe.
— Largue a
faca! — Black gritava com a arma erguida, ela demorou um instante para perceber
que ela era o alvo.
— Não! Alice...
— Esme foi em direção a filha exigir que contasse a verdade. Aos olhos dos
policiais, Esme partia novamente em cima da filha indefesa e ferida com o
intuito de finalizar seu trabalho.
Jacob apertou o
gatilho sem pestanejar, seguido de outros dois tiros de seus policiais. A
matriarca caiu no carpete felpudo branco, o tingindo com seu sangue.
O detetive se
aproximou colocando o dedo no pescoço da mulher. Não havia pulsação, agora
jazia o cadáver de Esme Cullen. Matriarca e cúmplice do assassinato da nora.
Alice chorava
copiosamente jogada ao lado com o braço ensanguetado.
Um homem de
cabelos louros entrou no apartamento, fitando atônico o corpo da esposa.
— Foi ela...
Minha mãe planejou a morte de Bella. Ela ajudou o Emmett, e iria me matar
quando descobri o celular — instintivamente Jasper puxou Alice para os seus
braços.
— Shii... Tudo
vai ficar bem, estou aqui. Eu não vou te abandonar.
Jasper tranquilizar
Alice. E por dentro a garota festejava o sangue derramado da mãe que foi sua
oferenda para ter seu amor de volta.
Dois
meses depois...
Alice esperava
o irmão Edward em uma cafeteria na esquina do hospital. Não estava sozinha, ao
seu lado Jasper entrelaçava suas mãos depositando um beijo carinhoso nos lábios
rosados da linda menina a sua frente. Ele se perguntava como pôde ter sido tão cego?
Alice era a mulher de sua vida.
— Lice — Edward
tirava o jaleco ao se sentar em frente aos dois. — Tudo bem? Fiquei preocupado
quando me ligou...
Jasper deu uma
risada, e Alice ruborizou com o olhar dele.
— Sabe como é
sua irmã. Não espera por ninguém, eu fiz o pedido a algumas horas e toda
família Cullen já sabe.
— Pedido? —
Edward arqueou as sobrancelhas.
— Vamos nos
casar! — Alice gritou, todos os olhares do lugar direcionados ao casal. Ela
ergueu a mãe esquerda, o diamante da aliança brilhava.
— Parabéns! —
Edward cumprimentava o cunhado, e por cima de seu ombro lançava um sorriso
cúmplice à irmã. — Bom, então aproveite a oportunidade para anunciar minha
mudança. Embarco hoje à noite para a Itália. Recebi uma ótima proposta, e vou
recomeçar...
— Isso está me
cheirando a mulher — Alice deu uma cotovelada afetuosa no noivo.
— Nunca vou
esquecer Bella, mas...
— Mas, o quê
querido?
Uma loura
estonteante enlaçou o pescoço de Edward. O rosto delicado em formato de
coração, o nariz fino levemente arrebitado. Os lábios rubros como pétalas de
rosa, evidenciando um sorriso sensual. Ela usava óculos escuros que ocultavam
seus olhos.
— Pietra! —
Alice saltou da cadeira indo abraçar a cunhada.
— Mi bambina —
Pietra respondeu em seu italiano fluente.
— Quero te
apresentar ao meu noivo. Esse é Jasper Hale — Alice abraçou a cintura de
Jasper.
— Muito prazer.
Ela é uma menina de ouro. Cuide muito bem dela — Pietra disse enquanto Edward
se levantava da cadeira e puxava a namorada para seu peito, lhe dando um beijo
ardente.
— Nem preciso
dizer para cuidar desse rapaz — todos riram juntos com o entusiasmo de Edward.
— Vamos amor? —
Pietra entrelaçou sua mão pequena a de Edward.
Os dois casais
se despediram.
— Aonde vamos? —
Pietra indagou ao namorado, quando ele tomou um caminho diferente na rodovia.
— Há uma coisa
que preciso fazer antes de irmos embora para sempre, Bella. — Edward tirou a
armação do rosto de Bella, perdendo o ar ao fitar os dois grandes globos
imersos em chocolate.
Bella sorriu
acariciando o rosto do seu grande amor.
Emmett se
sentou na cadeira dobrável, uma divisória de vidro temperado o impedia de um
conato mais íntimo com a pessoa a sua frente. Ele se sentou de mais gosto,
enfiando as grandes mãos no macacão laranja.
— O que está
fazendo aqui? — Emmett perguntou mal-humorado, a hostilidade para com o irmão
em cada sílaba.
— Vim lhe dizer
que essa é a última vez que vai me ver. Pretendo ir embora desse país.
— Já vai tarde.
Só isso? — Emmett se preparava para se levantar e dar as costas para o irmão,
quando uma loura entrou em seu campo de visão. Ele arquejou, conhecia aquela
silhueta, aquele sorriso...
— Adeus, Emmett
Cullen — a mulher retirou os óculos escuros, seus profundos olhos castanhos
presos ao do ex-marido.
— Bella? —
Emmett teve dificuldade em pronunciar o nome, como se chamasse más lembranças. —
Você está morta...
— Não, você
quem vai morrer nessa jaula. Preso por um crime que não cometeu. Tadinho de
você...
— ela deu uma risada de puro escárnio, se divertindo com a confusão do
homem que por tantos anos foi seu algoz. — Eu te disse que um dia se
arrependeria por tudo que me fez passar. Adeus, e a propósito... Não sou mais
sua mulher. Nos vemos no inferno.
Fim?
--x--
N/A:
Então? Mereço comentários? Essa one foi culpa do Sidney Sheldon, ele quem me inspirou a soltar meu lado vingativo e dumal muaaaaaaaa!
Estou pensando em fazer outro capítulo contanto como tudo foi planejado e arranjado. O que acham?
Um beijãooo!
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