quinta-feira, 15 de março de 2012

DV - Cena IV ( Primeiro Ato)


Cena 4 – Primeiro Ato 

Amor é um mistério sem fim, já que não há nada que o explique.

Apenas uma parede de vidro temperado — grosso e forte o suficiente para conter o demônio em Joseph — a separava daquele belíssimo homem com olhos azuis inquietantes. Com um sorriso polido ele indicou a cadeira de alumínio dobrável que o enfermeiro havia trazido.
— Não vai se sentar? — ela perguntou a Joseph, que permanecia de pé com os braços para trás — a postura de um duque.
— Sou um cavalheiro, senhorita Swan. Sente-se primeiro, meu conforto não é tão importante quanto o seu. — ela colocou a bolsa e a pequena pasta no chão, sentando-se com uma rapidez exagerada, as pernas pareciam molengas.
— Obrigada — ela disse educadamente. — O doutor é um espécime raro.
Então ela percebeu o equívoco. Edward era tão perfeitamente educado quanto Joseph, apesar de petulante e insistente. O psiquiatra observou atentamente o rosto de Swan, as bochechas coradas, presa a alguma lembrança.
— Vejo que não sou o único, senhorita Swan. E, por favor, me chame de Joseph. Não sou mais um psiquiatra, fui banido dessa ordem.
— Isso não quer dizer que todo seu conhecimento tenha se tornado inútil. — instintivamente ela se aproximou. Ele pode ver claramente a forma como as íris eram banhadas em um chocolate intenso, com as bordas derretidas que se fundiam belissimamente.
— Acredito que muitos homens se rendam a você, quando fala dessa forma. E não posso negar que é tentador, mas terá que se esforçar um pouco mais. — Swan engoliu em seco, mas mesmo assim não ousou se afastar. Ele não podia descobrir que a afetava de alguma maneira. — Me perdoe, que indelicadeza, a tratei por você.
— Não tem problema! Pode me chamar por você. — Joseph parecia estar se rejubilando. Então ela se lembrou das palavras do enfermeiro: Não lhe diga nada pessoal. Posso garantir que não vai querer Joseph dentro de sua cabeça. Havia cometido seu primeiro erro, dera liberdade. Tarde demais, impossível retroceder. — Eu gostaria de entrevistá-lo...
— Tsc... tsc... — ele levantou o indicador balançando de forma negativa. — Está mentindo. Pode ser uma jornalista, mas com certeza eu não sou o alvo de sua matéria. Devem existir coisas mais interessantes do que eu por aí.
— Não estou mentindo. — Swan estreitou os olhos em duas pequenas fendas. Não aceitava ser coagida por ninguém.
— Vários supersticiosos cultuam que os olhos são as janelas da alma. Não sou exatamente uma pessoa dada a superstições, mas de certa forma várias de nossas reações e sentimentos perpassam por nossos olhos, como aconteceu com você agora... a mentira. Suas pupilas reagiram retraindo-se, sua cabeça instintivamente se moveu em uma negativa clara, onde seu próprio corpo contraria sua mentira.
— Estou impressionada! — de alguma forma torpe, a falta do instinto de preservação de Swan, atraiu Joseph. Era um belo enigma, o mais belo, ousaria dizer.
— Não tanto quanto estou com você. Seria muito clichê dizer que é uma das mulheres mais lindas que já vi. Sem dúvida francesa, certo? — ele se aproximou do vidro, aspirando o ar pelas pequenas aberturas circulares. — Usa creme Victoria Secret, de morangos. E um perfume francês de grapefruit. As mulheres francesas têm verdadeiro fascínio por fragrâncias, acham que transmitem sua personalidade. Isso é uma verdade.
— Você me assusta ao mesmo tempo em que me intriga.
Depois Swan percebeu seu segundo erro: expor seus pensamentos. Mas, havia algo nesse homem que compelia as pessoas a despejarem seus temores, pensamentos.
— Você fez todos esses desenhos?
Ele se virou fitando suas obras.
— Aquele é o Duomo, visto de Belvedere — ele gesticulou para um desenho que era a réplica exata da Catedral (Duomo em italiano) Ravello e Púpiti, em Belvedere na cidade italiana Florença. Uma construção em estilo árabe siciliano. — Conhece Florença?
Swan decidiu não dar mais detalhes.
— Tantos detalhes são só da memória, Joseph?
— Memória, Swan, é o que tenho em vez de vista.
— Talvez queira expressar sua opinião em um questionário que fiz.
— Não, não. Estava indo tão bem! — ele deu uma risada que constrangeu Swan. — Foi educada e receptiva à educação. Estabeleceu confiança com a verdade de seus comentários. E agora essa canastrice de tentar passar seu questionário. Não foi boa.
— Só estou pedindo que olhe. É um simples sim ou não.
— Me diga... O que você procura exatamente? Talvez alguma ajuda com esse novo Dragão Vermelho? Que garoto levado ele é. Sabe por que ele é chamado de “Dragão Vermelho”? Por favor, diga-me. Não tenho acesso a tais informações.
Ela mordeu os lábios, então disse:
— Pelo fato dele esfolar suas vítimas e esculpir um grande dragão em suas costas nuas, banhado a sangue das mulheres.
— Por que acha que ele esculpe esse dragão? Choque-me com sua perspicácia.
— Isso o excita. A maioria dos assassinos seriais guarda “troféus” das vítimas.
— Eu não.
— Não. Você comia os seus.
— Sabe qual o significado do dragão?
— Não, espero que você me esclareça.
— Absolutamente. Na cultura chinesa, os dragões são criaturas fabulosas. Eles simbolizam o próprio povo chinês, para eles é uma figura divina. Contudo o dragão vermelho é a personificação de bestas ferozes cujas lutas causavam tempestade. Mas, eles têm outro lado, depois da luta vem o tempo de paz que eles também representam.
A mente de Swan trabalhava arduamente.
— Isso quer dizer que o assassino pode ter tido uma infância ou adolescência traumatizante. E busca nessas mortes alguma paz.
Joseph ficou admirado, mas mesmo assim não esboçou suas conclusões. Queria vê-la de novo.
— Me passe o questionário.
Ela se levantou e abriu a gaveta lateral, colocando rapidamente os papéis com inúmeras questões em sua própria caligrafia. Ele folheou algumas páginas com os olhos presos em Swan.
— Acha que consegue me dissecar com esse instrumento cego? — Não. Apenas... gostaria de entendê-lo melhor.
— Não é a mim que buscar entender, certo? É uma pessoa muito ambiciosa. Tudo bem, eu também fui muito audacioso, vou ajudá-la. Mas, primeiro quais são suas idéias?
Swan se aconchegou melhor na cadeira, abrindo sua pasta.
— Eu acredito que ele seja um cidadão de Chicago.
— Certo. Ele tem um bom conhecimento da geografia. Mas, isso qualquer leigo saberia. O que mais?
— Muitos cultuam o bicho-papão, mas acho que ele seja um homem atraente — seu olhar se encontrou com o de Joseph, ele parecia interessado. — Afinal, haveria ocorrências se essas mulheres fossem levadas a força por algum sujeito de má aparência. Eram lindas mulheres. E certamente foram de livre e espontânea vontade.
— Muito perspicaz. Mas, quanto a sua teoria anterior, sobre uma infância ou adolescência conturbada, sinto lhe dizer que está equivocada. Nosso garoto foi bem criado e frequentou os melhores lugares. Alguém tão marcado certamente não chegaria a tanto, seria um forte candidato a reformatórios, e pelo que posso perceber ele freqüentou altas rodas. E as melhores escolas. Possivelmente é um médico, alguém com acesso a esse tipo de conhecimento. E é claro, que a paz que ele busca não é para si, ele já tem uma grande paz em seu interior quando executa tais rituais.
— Então é um ritual? Não é aleatória a escolha das vítimas?
— Não. Ele parece ter o conhecimento do que agradaria suas vítimas, como palavras, preferências, assuntos...
— O que significa esse ritual?
— Pense um pouco, Swan.
Passaram-se alguns minutos e Swan não conseguiu ter nenhum brilhante pensamento.
— Acho que estou sendo muito exigente. Um hábito antigo de professor. Bom, ele busca a libertação das vítimas. É tudo que posso dizer. Nosso tempo acabou.
— Como? — e sua visão periférica revelou que o enfermeiro vinha em sua direção. Ela se levantou pegando a bolsa e a pasta no colo.
— Espero revê-la, Isabella. — ele fez um cumprimento cortês, mas aqueles olhos eram de um caçador.
Swan apenas maneou a cabeça. Algo lhe dizia que era apenas o começo.
–-x—

Após se despedir de Jasper, que parecia muito chocado com a coragem da colega. Ela subiu pelas escadas do prédio, o elevador estava em manutenção. Em um dado momento Swan sentiu que sua pele formigava. Não estava sozinha.
Ela respirou fundo e acelerou o ritmo, subindo de dois em dois degraus. A sensação se tornava mais forte a cada instante. Até que em um descuido o salto escorregou no piso e quando pensou que rolaria as escadas abaixo, mãos firmes a ampararam. Porém, o alívio durou pouco, ela foi parar nos braços do predador. A figura negra tapou sua boca, seu grito saindo abafado por entre os dedos daquela mão forte.
— Shi... Sou eu, Edward. Eu precisava vê-la! — em seguida sentiu as mãos quentes dele percorrendo seu corpo. A respiração muito próxima de seu rosto. — Sentir você... — Swan foi prensada contra a parede, os olhos verdes de Edward pareciam transtornados, fora de si. Ela teve medo.
A mão dele infiltrou-se por entre suas pernas, afastando sua calcinha, e então a penetrou, duro e só.
— Para, Edward! Está me machucando! — ela esperneou, mas ele era muito mais forte. E parecia irredutível.
Não era a mesma pessoa.



 Continua no próximo Ato...

--x--

N/A: 
 Enfim volteiiiiiiiii!
Estava de féria on the beach u.u
Me perdoem pelo sumiço e pela falta de notícias, estou sob vigilância paterna. Portanto serei breve, antes que metam o bedelho aqui.
Próximo capítulo prometo ser mais misteriosa ainda muaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
Sou dumal, eu sei. E outra coisa, eu amo o Joseph RUN.
Passione, não levarei em conta a ameaça feita pelos SMS U.U, eu sei que nunca me abandonaria kkkkk
Te Amoo muitooo!

Beijos e comentem muito!
N/B:

Êba!! Mais um capítulo de DV! lol
OMG!!! Estou quase parindo Reneesme de tão nervosa/ansiosa/confusa aqui. Paixão, ficou fodástico. *o*
Esse Joseph me dá arrepios. Fato!! E Swan é mais doida do que corajosa em ir atrás desse cara. Eu sou bem Jasper nessa. Medrosa e pronto. Ele é inteligente demais, manipulador demais...e isso me apavora. Ele faz com que ela dance no ritmo dele. Ele sorri, internamente, quando a manipula ou a surpreende. Medooooooo. Não me importa a aparência atraente dele. Medo dele. Corre pra loooooonge.
E só fiquei mais confusa. Achei que DV era maluco...apesar dele me fascinar, sim tenho uma queda pelo DV. Louca? Só um tiquinho. Kkkkkkkkkk.....tá, parei. Então, achei que ele tivesse algum trauma, uma adolescência sofrida e tals. Mas, Joseph afirma que não.
Aí lascou tudo.¬¬
E OMG...como assim Edward aparece do nada, transtornado, a atacando dessa forma? Medo dele também, agora.
Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah não quero ver o óbvio. Me recuso!! Kkkkkkkkkkk...tô ficando surtada com DV.
Paixão....MUITO BOM!!!! Parabéns!!!!
Te amo muitoooo!! ♥
Gente, comentem bastante. Façamos essa autora linda, surtadinha e um tiquinho dumal, feliz. lol
Cris *o*

Nenhum comentário:

Postar um comentário