Obs:
Não recomendado para menores de 18 anos: cenas de sexo, investigação policial e
ete cetera.
Previously in Point Pleasant
– Quer
ouvir algo assustador? – disse Edward, virando-se para o amigo. – Você está
certo.
Edward
recusou-se a abrandar as palavras e deixou que pairassem no silêncio que se
seguiu.
– O que
vai fazer? - Jacob já sabia da resposta antes mesmo que fosse dita.
– Nada.
Apenas ajudá-la.
Ambos
giraram nos pés ao som de uma aproximação sutil. Bella estava parada ali. A
princípio ela não se mexeu. Edward atravessou o corredor, puxou-a para seus
braços, comprimiu o rosto de Bella contra seu peito. Não queria ver aqueles
olhos dominados pelo medo. Mas podia senti-la tremer, o que era quase tão
inquietante.
Jacob os
deixou a sós. A partir do momento que escolheu ficar calado, se tornou tão
cúmplice quanto Edward.
“Estamos
quites, Edward.”–
pensou no instante em que um tremor percorreu seu corpo.
[...]
Capítulo 5 – No cair da noite
“A noite cai como um véu, ocultando toda a
luz e expondo as trevas.”
Mike
Newton fitava a parede de concreto pintada de azul a sua frente. Ele esperava,
as mãos nos bolsos do moletom, um pé encostado na cadeira, os olhos
semicerrados, o queixo projetado para frente. A sala era um perfeito quadrado,
apenas a distância da mesa o separava do oficial que o iria interrogar.
A raiva
borbulhava dentro de si como um purgante. Ele era inocente das acusações. Amava
Jessica. Ninguém poderia lhe roubar o que tiveram, ela o amava.
Ao seu
lado, Carmichael, o advogado contratado por seu pai indicava o que ele deveria
dizer. Depois de uma eternidade, ouviu-se um leve movimento. O advogado parou
de falar quando a porta foi aberta.
A
princípio Mike não se mexeu. Houve uma fração de segundos em que pensou em
Jessica, que não a conhecia. Se ela estivesse escondendo dele alguma coisa,
isso explicaria o medo em seus olhos. O guarda fechou a porta, permanecendo no
corredor.
Agora
estava Rosalie West, o sonho de consumo de todo adolescente de Twin Peaks. Mike
permaneceu calado, não era tão estúpido ao ponto de gracejar com a bela mulher,
principalmente porque outro homem a acompanhava. Devia ser o tal agente do FBI.
– Mike,
foi informado de seus direitos constitucionais? – disse Emmett, pondo a pasta
na mesa.
– Sim –
disse Mike rispidamente.
– Mike – o
advogado chamou sua atenção.
– Sim,
senhor. – disse entredentes, fitando Emmett com ar superior.
– Você
matou Jessica? – Emmett disse categórico.
– Não! Eu
amava!
– Você a
viu ontem?
– Sim, ela
passou em minha casa rapidamente. – Mike hesitou por vários segundos. – Disse
que havia discutido com Maida.
– Vocês
brigavam muito? – Emmett pegou um pequeno papel na pasta.
– Se
brigávamos, se cantávamos ou transávamos todos os dias... Que diferença isso
faz? Eu não a matei!
Rose riu
ironicamente. Até rindo, ela era deslumbrante.
– Calado,
Mike. Nós fazemos as perguntas e você responde, simples e objetivamente.
– Mike,
você usa drogas?
– Do que
meu cliente está sendo acusado? – o advogado interveio.
– Não, eu
não faço uso. – Mike disse.
–
Reconhece essa foto? – no centro da mesa Emmett colocou a foto sobre o olhar de
Mike. – É sua moto? Em que dia foi tirada?
– Não fui
quem tirei... – Mike parecia absorto.
– Sabia
que Jessica mantinha um romance secreto? Tem ideia de quem possa ser? – Rose
fitava o rosto de Emmett confusa. Qual
era seu plano?
– Não...
–Mike disse para si mesmo. Indiferente às perguntas de Emmett. – Ela não me
traiu. Me amava.
Emmett
continuou a estudar o rosto de Mike, depois do que pareceu o Rose um tempo
desnecessariamente longo.
– Tudo
bem, pode ir... Está livre.
Mike
deixou escapar um som de comemoração. Deixando imediatamente a pequena sala.
– Ele não
é seu homem, Rose.
Ela
franziu o rosto, engoliu em seco e disse:
– Como
pode ter tanta certeza? Obviamente mentiu quanto às drogas, e eu te disse que
era Shane o dono da moto. – Rose cerrou os punhos frustrada.
– Eu sei.
–isso provocou mais ira em Rose, não esperava que ele concordasse. – Isso
indica que ele é inocente, digo dos assassinatos. Ele faz uso de drogas. Se ele
fosse Sangria não perderia a oportunidade de culpar a Shane. Porém, a dor de
cotovelo falou mais alto, ele vai atrás de Shane para acertar as contas. Temos
que ficar de olho nesse menino, ele nos levará a Shane. Façamos o mesmo
procedimento com o outro garoto, Benjamin.
– Você é
persuasivo. – Rose saiu chamando Ben.
[...]
Mike
aguardava impaciente por Ben no corredor. A cabeça encostada no concreto, os
dedos brincando com um isqueiro de titânio.
A porta
logo se abriu, e Bem saiu. O rosto cansado e assustado.
– Estou
liberado. – Bem disse entre uma lufada de ar. – Shane tinha um caso com
Jessica.
–Brilhante,
gênio. Viu a foto?
– Sim, mas
não disse nada...
– Ótimo,
vamos acertas as contas com o motoqueiro. Ele me deve algumas explicações.
– Red
House.
– disseram em uníssono.
Mike e Ben
saíram para o nevoeiro que se formava com a chegada da noite em Twin Peaks.
[...]
Agora, com
o sol desaparecendo por trás das árvores. Edward acelerou a picape ao máximo
possível nas ruas que voltavam a ficar congeladas. A atenção indispensável era
uma pausa oportuna em seus pensamentos, que variavam entre Bella e o quase
pânico de descobrir que houve outro assassinato. Dessa vez Jessica, melhor
amiga de sua filha.
Atento ao
sol que despencava para o horizonte, ele continuou a avançar. Graça a sua visão
periférica notou que Bella o fitava.
– Me deixe
na rodoviária... – ele freou o carro bruscamente. Os pneus guinchando.
– Ficou
maluca? – ele fez a pergunta com rispidez. Houve uma pausa, seguida por uma
resposta em tom gentil.
– Estou
dificultando as coisas para você. É óbvio que está preocupado com sua filha.
– E a
solução miraculosa é ir embora? – era irônico justamente ele dizer essas
palavras. Todos esses anos desde a morte de Lizzie, ele fugiu de si mesmo, das
recordações... De sua própria filha.
– Edward,
sabe que é o melhor. Minha presença somente complicará sua vida. – Bella
recostou-se no banco. Não sabia para que lado levar a conversa, na verdade
tinha consciência que mais longe de Edward seria o mais sensato.
Ela estava
assustada, era como se soubesse que algo terrível espreitava nas margens de sua
mente, como ter um sonho revelador e no dia seguinte não se recordar.
Edward
deixou escapar um silvo. Deveria estar com raiva.
– Fique,
por favor. Pelo menos até que esteja melhor. – gentilmente acariciou o rosto
dela. – De forma alguma quis te pressionar pelo que houve mais cedo.
Bella
sorriu, mesmo que não tivesse memória Edward Cullen não era como os outros
homens.
– Somos
adultos, Edward. Se transamos, foi porque te desejei da mesma maneira. – Bella
manteve o tom de voz firme, a todo custo tentando não fraquejar diante dele.
Edward não
gostou da forma como ela descreveu o momento de paixão que compartilharam.
– Me deixe
ir. – ela se empertigou na porta. Pronta para saltar a qualquer represália
dele.
Ele a
ignorou. Puxando sua mão, os dedos entrelaçados; os de Edward eram mais
masculinos e longos, mas se entrelaçavam com tanta perfeição.
– Por
favor. – os olhos com o verde mais profundo que Bella já viu.
Na verdade
seus olhos adquiriam essa tonalidade verde-escuro durante o sexo. Ela engoliu
em seco, a mente sendo levada para a cena erótica de mais cedo, ambos ligados
completamente. Edward mantinha a mesma linha de pensamentos. O calor
estendendo-se por todo seu corpo.
Ele
segurou o rosto dela entre as mãos. Passou o polegar pelos lábios dela, o
hálito roçando em seu rosto, esquentando suas bochechas. Era uma mulher sensual.
A boca de Edward fez um leve gracejo contra os lábios de Bella, arrancando-lhe
um gemido baixo.
Ele disse,
com a voz mais baixa, mais gentil, mais sensual:
– Vou
considerar como um “sim”.
Ela
encostou o nariz no ponto quente sob a orelha de Edward. Ela deixou o nariz
onde estava.
– Não sabe
onde está se metendo... – frase recheada de duplo sentido. Com essa mulher a
mente de Edward não funcionava.
Antes, até
mesmo com Lizzie, o cérebro sobressaía aos desejos da carne. Porém, com Bella
não havia espaço para pensamentos, indagações.
Bella deu
um beijo no ponto em que antes estivera seu nariz. Passou a língua pelo mesmo
ponto, além da sombra da barba. A pele era surpreendentemente macia.
Edward não
disse nada. Aquilo era um desafio, e tinha a sensação que Bella sabia muito
sobre desafios. O que tinha vontade de fazer, ela fazia. Ela não protestou
quando ele a abaixou para o banco. Estava absorvida demais, a beijar seu
queixo, para protestar.
Ele deixou
escapar um suspiro irregular, quando uma das mãos de Bella acariciou seu
volume, na virilha. Edward a fitou no mesmo instante tinha as faces coradas, a
respiração trêmula. Ele estendeu as mãos por baixo dela e levantou-a.
Ele a
segurou pelo queixo.
–Preciso
ligar para minha filha.
Ela maneou
com a cabeça.
– Qual sua
resposta?
– Eu fico
– um sorriso torto contraiu o rosto de Edward, as ruguinhas encolhendo ao redor
dos olhos.
– Espero
que tenha consciência que isso pode nos consumir.
– Um preço
justo – ele compreendia, no final de contas.
Novamente ligou
o motor, deixou esquentar por um ou dois minutos, e partiu em seguida. Quando
chegou ao ponto exato da estrada em que a recepção começa, parou, ligou o
pisca-alerta e telefonou para Jasper.
– Edward–
Jasper respondeu no outro lado da linha.
– Alice está
com você?
– Claro,
eu a busquei na escola. – relaxou o corpo aliviado. Não vinha sendo um bom
pai.– Aonde se meteu a tarde inteira? Alice comentou algo sobre Alec... O que
ele aprontou?
Edward não
respondeu de imediato, tinha que pensar em uma coisa de cada vez.
– Está
tudo sob controle – Bella o olhou curiosa. – Pode levar Alice até o Red House?
– Agora?
Ela está dormindo, Edward. Chegou muito abalada. Deixe-a passar a noite aqui em
casa, vai ser melhor.
– Tem
razão. Diga-lhe que a amo. Obrigado, Jasper.
– Fique
tranquilo. Ela estará segura.
Edward
passou a mão pelos cabelos, os fios totalmente desgrenhados, mais do que o
habitual, com toda certeza refletindo sua falta de controle em relação a mulher
misteriosa ao seu lado.
– Aonde
vamos? – ela gostou de fazer uso do plural. Era perigoso, algo dizia para si.
Porém, o perigo sempre a atraiu.
–Trabalhar.
Vou te apresentar ao seu novo emprego... – guiou a picape em direção ao Red
House.
Red House
havia se tornado uma tradição nas noites dos cidadãos de Twin Peaks.
Antigamente havia pertencido a uma velha excêntrica chamada Annette Senior, á
mais tempo do que qualquer um pudesse lembrar, a não ser, os mais antigos
habitantes.
Os anos de
glória ultrapassados, fadado ao esquecimento e a lamentável destruição. Com uma
analogia de si mesmo. Edward restaurou Red House.
As
fileiras de bancos foram substituídas por mesas e cadeiras. Também fora
instalado um novo sistema de som. A não ser por um reforço nas escoras, o
pequeno palco não mudara. Nem a estufa, que irradiava um calor bem vindo, no
frio. O lugar ainda recendia a madeira de estábulo antiga.
O número
de abertura daquela noite seria um garoto que tocava guitarra acústica. Red
House era dono de uma atmosfera familiar, diferente do Castle, que fica aos
extremos de Blackcat.
Bella
acompanhava o entusiasmo com que Edward administrava o estabelecimento. O muro
que ele ergueu por alguns momentos totalmente dissipado.
– Está
cansada? – observou preocupado a fisionomia de Bella. A procura de algum sinal
de exaustão pelas emoções do dia. Ela parecia feliz.
–Definitivamente
não. É lindo! – Bella sacudiu a cabeça com absoluta convicção – Quando começo?
– Agora
mesmo – sussurrou Edward, jovial. Com um sorriso, ela o abraçou.
Bella
sentia um lado novo crescendo dentro de si. Edward afastou-a para fitá-la nos
olhos.
– Estou
feliz que tenha ficado.
O sorriso
de Bella se desvaneceu. Os olhos se tornaram tristes.
– Não se
envolva. Somente por um tempo.
Edward não
sabia explicar a tristeza que ameaçava virá-lo do avesso. A raiva era mais
fácil de suportar do que a tristeza, o que o levava a se esconder por trás dela
todos esses anos. Bella mantinha segredos. O que era motivo para sentir raiva.
Mas, dessa vez lamentava que ela não se sentisse como ele. Ansiando sua
companhia. Era como se sentia agora.
Jacob
tinha razão, estava muito envolvido. Estava apaixonado.
[...]
Shane
avistou a residência de Jasper West. Parou ali, deixando sua moto em ponto
morto. Ergueu os braços, olhando para o relógio de pulso, estava apenas cinco
minutos atrasado Será que Alice desistirá?
Tentou se
controlar respirando fundo, devagar; tentou se distrair, tentou olhar para
qualquer outro lugar que não fosse à janela do quarto de Alice. Os bordos
estavam absolutamente imóveis, parecendo sentir frio demais para sequer
estremecer. Eram espaçados com todo o cuidado.
Se a
temperatura estava caindo, ele não sentia. Vestia roupas adequadas para
aguentar o vento cortante que os motociclistas eram vitimados. Preocupou-se
instantaneamente com Alice. Se ela vestirá roupas quentes, tão pequena frágil
temia por ela.
Sua
cintura foi adornada por um abraço quente, o aroma de girassol e rosas. Nesse
instante sentiu um fluxo de prazer.
–Alice...
– ele se virou para recebê-la em seu ninho protetor.
Ele podia
ver que Alice estivera chorando, os olhos injetados de tristeza.
– Me tira
daqui – ela pediu em um tom de súplica, os lábios tremendo levemente.
– Vamos–
ele estendeu a mão. Na qual Alice apoiou-se como uma tábua de salvação.
Shane
tentou a toda custo refrear o impulso de abraça-la, e perguntar o que houve.
Na garupa,
Alice estava apertando-o com tanta força, que Shane lamentou que a jaqueta de
couro o impedisse de sentir o calor dela estendendo-se por seu corpo.
Jasper
estava subindo as escadas até o quarto de Alice, recordando-se de quando ela
era pequena. E podia colocá-la em sua cama, e fazendo ninar com conto de fadas.
Poderia ser doentio, mas a desejava em sua cama. Como sua mulher.
Os cabelos
espalhados de forma gloriosa nos travesseiros, o corpo nu, em uma dança suave
contra o seu. Os seios redondos virginais com os mamilos róseos apontando. As
linhas sensuais da intimidade exposta. Jasper impediu o fluxo de pensamentos,
antes que tivesse uma ereção poderosa.
Era
incrível a semelhança de Alice com a mãe. Quando ela nasceu acalentou a
esperança que talvez ela fosse um pedacinho seu e de Elizabeth preservado. A
felicidade durou pouco tempo, os olhos de Alice eram a exata cópia dos de
Edward. Jasper nunca pensou ou desejou ter um filho, mas com Elizabeth era
diferente. Como seria se aquela criança tivesse sobrevivido? Ou até mesmo se
engravidasse Alice, como a sociedade veria sua união com a afilhada?
Alguém se
interporia na relação dos dois? Edward nunca permitiria tal infâmia. Era
incrível que após todos esses anos não tivesse descoberto a verdade... Jacob
mantinha sua palavra, era um homem de honra.
Atravessou
o corredor em passos ininterruptos, ansiosa por fitar o rosto de seu pequeno
anjo. O quarto precedia um perfume de rosas com sutis notas de girassol. Seu
coração galopava como um garanhão prestes a correr. Seus olhos percorreram a
cama, estava vazia, apenas um emaranhado de lençóis.
Rapidamente
olhou a porta da suíte, estava aberta. E não havia visto-a descer, a menos que
o tivesse visto com Charlotte. Impossível.
A brisa
gélida transcorreu pelo quarto, a janela aberta. Ouviu o ronronar mecânico de
um motor robusto. Foi até a janela, exasperado. Alice na garupa da moto de
Shane Marshall.
“Desgraçado”
amaldiçoou todas as gerações de Marshall.
Ficou
alguns instantes parado, planejando o que faria quando tivesse esse garoto em
suas mãos. Tinha certeza de uma coisa, depois que o fizesse pagar todos os
diabos do inferno fariam o sinal da cruz antes de arrastar seu corpo ao
inferno.
[...]
Após a
maratona de interrogatórios, Rosalie e Emmett seguiram para o gabinete. Rose
olhou para o relógio, havia convocado seus oficiais para uma reunião que
definiria as coordenações da investigação.
Abriu a
porta e seus melhores oficiais, aguardavam, todos em diferentes máscaras de
estresse e preocupação.
– Certo,
todos aqui... – Rose percorreu os olhos pelos rostos conhecidos. Hank, Quil,
Andy e o desprezível, Goldman. – Esse é o agente McCarthy, de agora em diante
ele chefiara as investigações. Portanto, veja bem, eu exijo respeito a ele.
Emmett se
surpreendeu, e por um momento desejou nunca ser o causador da ira de Rose.
– Esses
são Hank, Quil, Andy e Goldman – Rosalie dizia gesticulando para cada policial
em sua sala.
– Obrigado
pela introdução, Rose – disse Emmett gentilmente.
Hank pousou
os olhos em Emmett. Ele não disse nada, mas incomodou-se com a intimidade entre
os dois. Rosalie nunca foi dada a esse tipo de simpatia.
– Alguma
novidade, Rose? – Goldman ironizou.
– Você é
Goldman, certo? - Emmett foi em sua direção estendendo uma mão de dedos grandes
e fortes, reservando para ele um sorriso aberto. –Ouvi muitas coisas a seu
respeito, esposa adorável.
Goldman
enfrentou o aperto vigoroso de Emmett, e teve a impressão de que se quisesse,
poderia esmagar seus dedos. Goldman conclui que ele era o tipo de sujeito que
não esquecia uma ofensa. Hank mudou a percepção que tinha sobre o agente.
Emmett merecia sua simpatia, um rival à altura.
Roselie
ignorou a tensão masculina, sentando em sua cadeira de couro. Andy indicou a
cadeira onde estava sentado á pouco tempo para Emmett.
– Não,
obrigado – Emmett olhou o assento, tinha uma mania que não o deixava sentar em
cadeiras usadas á pouco tempo por outras pessoas.
O assento
quente o incomodava profundamente. Emmett fitou os lábios de Rose contraindo,
como se segurasse o riso. Ela era observadora.
Todos
pareciam filhos do silêncio, certamente preparando suas mentes para o que devia
ser o caso de suas vidas.
–Desconhecemos
totalmente o motivo dos crimes. Obviamente, não foram meros assassinatos ao
acaso, as vítimas não foram saqueadas. E também, não há uma ligação conclusiva
entre as vítimas. – Emmett percorreu os olhos pelas fichas em suas mãos, Rose
notou que ele era capaz de atrair atenção para o que dizia– Os primeiros
assassinatos foram de usuários de drogas, e um motoqueiro. A primeira conclusão
que poderíamos tirar, seria algum traficante cobrando dívidas, talvez alguma
inimizade. Claro que o cenário mudou, pois a próxima vítima foi Carlisle
Cullen, médico conceituado. Diretor do hospital estadual. E claro, a nossa
vítima mais recente Jessica Stanley. Conseguem visualizar o elemento em comum
entre todos os assassinatos?
Deu uma
olhada ao redor para se certificar de que todos os presentes o acompanhavam.
– A
carnificina, sua assinatura pessoal – Andy pensou alto, ainda com receio de se
manifestar. Emmett mostrou uma expressão de dúvida.
– Não.
Isso nos mostra que os assassinatos foram cometidos pela mesma pessoa. Um
serial killer.
Rose
apoiou as costas no espaldar da cadeira.
– O único
elemento que consigo assimilar, é que todos os corpos foram encontrados na
floresta.
Emmett não
podia deixar de admirá-la. Rosalie era dona de um cérebro e de um corpo de
primeira linha. Todos os olhares masculinos voltados em sua direção, alguns
admirados e outros cobiçosos. Emmett podia incluir nas duas categorias.
–Brilhante!
Independente da cena do crime, os corpos sempre foram encontrados na floresta.
Trata-se de um ritual que, para ele, tem algum significado preciso que nós
desconhecemos.
–Montaremos
uma guarda na floresta? – disse Goldman irritado.
– Não
seria de nenhuma serventia. Não leu as fichas, Goldman? – Rosalie jogou a pasta
em seu colo. – O assassinato de Carlisle, foi cometido em sua própria casa, e o
local do assassinato da vítima Jason Raymond é desconhecido até hoje. A partir
do momento que percebesse nosso esquema. Ele não teria problema algum, em
encontrar outro lugar para desovar os corpos.
– Não se
deve subestimar um homem assim – Andy interveio.
– Algo que
me intriga é aquele papel escrito: O
fogo caminha comigo. O que significa? – Quil era extremamente
calado, dificilmente se manifestava, porém suas palavras foram precisas.
– É um
pedido... – Emmett resolveu dar voz a seus pensamentos. Por um instante, fez-se
silêncio. A seu modo, cada um dos cinco pensava no que tinha sido dito. – Ele
está pedindo para ser parado. Para o pegarmos se formos capazes, ele não vai
parar. No entanto, alguma parte de si, pede socorro. Esse papel é seu pedido.
– Hank,
você tem extrema habilidade em farejar os rastros – Rose disse. – Acha que pode
ter algum significado?
– Talvez
uma música, trecho de algum livro, poema. Não sei ao certo. É o que me vem á
cabeça.
– E os
suspeitos? – Andy perguntou.
– Mike e
Bem, tem álibis, nas horas em que o crime ocorreu. Mas, temos alguém que
precisamos encontrar: Shane Marshall.
Quando
terminou, Emmett passou os olhos pelos presentes. Rosalie levantou-se da
cadeira. Foi o sinal de que a reunião podia ser dada como encerrada.
– Você
fica, Goldman. – Rosalie virou as costas.
Um a um,
saíram da sala. Emmett gostaria de ficar ao lado de Rose, mas saiu para evitar
um confronto. Houve um silêncio intimidador.
Goldman a
olhava satisfeito com que via. Teve vontade de dizer que gostaria das pernas
dela ao redor de seu pescoço.
– Vou ser
o mais breve possível. Meu tempo é muito precioso para desperdiçar com um merda
como você.
– Sua...
– Cala a
boca! Se é que tem amor por seu rosto desprezível. Cala a porra da sua boca! –
ela se encaminhou para perto de Harry Goldman. O rosto de feições marcadas, o
nariz quebrado de inúmeras brigas a qual tinha protagonizado. Tinha uma
compleição maciça. Por nenhum momento Rosalie se intimidou. – Coitada de Stacy,
qualquer dia o marido poderá voltar para casa com os dentes quebrados e sem uma
das mãos, que sempre se levantaram para agredi-la.
– Isso é
alguma espécie de ameaça?
– Não, é
uma promessa. Ouse levantar a mão para ela novamente, e eu juro que não restará
nada no meio de suas pernas que possa usar.
Goldman
sorriu, mas não havia humor em sua atitude. O teor era maquiavélico.
– Já sei,
isso tudo é carência de levar umas boas palmadas? – Hank empurrou Rose com
violência contra a parede.
Os braços
em cada lado de sua cabeça para não lhe dar opção, além de fitar os olhos
doentios de Goldman.
– Não se
preocupe. Royce logo voltará para casa. Ele está louco de saudades de sua
bonequinha.
Rose
impediu que seus pensamentos a levassem ao passado. Aquele homem era um maníaco
e mereceu o destino que teve, pena que não durasse para sempre. Rápida como um
raio, Rose acertou um chutem suas partes baixas.
Roselie
ouviu claramente o curdo gemido de dor.
– Dê este
recado ao Royce. Não sou mais a mulher dele.
[...]
Red House
estava apinhado de pessoas. Todos os cidadãos pareciam desesperados em manter a
rotina, alguns queriam ocupar a mente com o único motivo de esquecer os
acontecimentos sórdidos daquela manhã.
Rapidamente,
Bella pegou o ritmo de Red House, ninguém esboçou surpresa com a forasteira.
Talvez todos achassem que Edward permanecera tempo demais sem uma companheira.
O estabelecimento precisava de uma mão feminina que o gerenciasse. E uma mulher
que fizesse o proprietário se sentir como homem novamente.
Edward a
observava de longe, ela servia as mesas com bastante carisma, ganhando sorrisos
gentis e acenos de cabeça satisfeitos.
O melhor
de tudo, na opinião de Bella, era o aroma dos biscoitos com lascas de
chocolate, servidos no instante em que saíam do forno. Ela achava inacreditável
que Edward conseguisse manter Red House, na mais perfeita ordem e harmonia, com
apenas a ajuda de John, uma espécie de barman e faz tudo.
Um rapaz
simpático e muito extrovertido, ao qual em pouco tempo batizou Bella com o
apelido carinhoso de Bells.
– Pare um
pouco, Bells. Agora eu sirvo as mesas. Se sente no bar, que já vai começar a
apresentação. – Bella sorriu.
John
facilmente assumiu o lugar de irmão mais novo. Ela bagunçou os cabelos dele
com a ponta dos dedos.
A multidão
aquietou-se quando o rapazinho começou a tocar. Devia ter uns quinze anos, mas
seus dedos dançavam na guitarra. Infelizmente, seu repertório era limitado. A
apresentação acabou em quinze minutos e as conversas paralelas recomeçaram.
– Quer ir
para casa? – sussurrou Edward em seu ouvido.
A
proximidade de Edward provocou ondulações de calor, que viajaram tão profundo
que ela estremeceu.
– Casa?–
em um arranjo fadado ao fracasso, Bella tentou parece zombeteira.
– Aonde
pensou que dormiria? – ele comprimiu seu corpo nas costas de Bella. – Meu
colchão é suficientemente grande para nós dois.
Ela
parecia chocada de uma forma total e cômica. Ela ficou apavorada. Mas não podia
mantê-lo fora, mesmo que sua vida dependesse disso.
Ela se
virou, o corpo roçando propositalmente em partes de Edward que despertaram no mesmo
instante. Uma coisa foi se avolumando em sua mente quanto mais Edward
sustentava seu olhar. O que havia feio mais cedo era particular. Fora sensual e
excitante. Bella queria fazer de novo. E queria muito. Mas não ali. Ou pelo
menos era que sua mente tentava pregar.
Ele enfiou
as mãos por baixo da blusa de Bella, buscando um contato mais íntimo. Fez isso
com extrema gentileza, as mãos grandes formando conchas nos seios de Bella. Sua
respiração era acelerada, mas ele parecia ter pleno controle.
O balcão de
madeira envelhecida ocultava boa parte de seus corpos.
–Relaxa,
não dá para nos verem – uma mão percorria a curvatura das costas de Bella.
Enquanto a outra, permanecia em seu seio, beliscando o pequeno mamilo.
A parte superior
da coluna de Bella relaxou e seus braços enlaçaram-no pelo pescoço com mais
vontade do que necessidade. Subitamente, ela decidiu não se importar com mais
nada. Podia morrer de culpa pela manhã, mas queira fazer... Agora.
Arrancou
pequenos gemidos ao fazer um caminho sôfrego pelo abdômen de Edward até a
cintura do jeans, enfiou a mão ali. Edward teve uma ereção ao sentir as mãos
delicadas de Bella envolverem sedutoramente seu membro. Os movimentos eram
lentos, apenas instigando o calor de ambos os corpos. Para depois aumentar a
intensidade mais e mais. Como um meio de se esquivar dos pequenos pensamentos
assustadores.
Ele
mordiscou o pescoço de Bella, abafando um gemido de prazer, havia alcançado o
orgasmo. Todo o corpo tremendo com força. Pegou o rosto dela entre as mãos e
beijou-o. Ela se regozijava por proporcionar prazer a ele. Edward ainda não
estava satisfeito, queria dar a ela o mesmo presente.
Passou as
mãos pelas pernas de Bella, subindo até abrir o zíper da calça dela. Afastou a
calcinha, suspirando ao encontrar a fenda molhada.
– Teve um
orgasmo... – a voz dele se tornara rouca.
Ela ficou
envergonhada. O sorriso de Edward foi extremamente sensual.
– Ainda
nem comecei...
Penetrou
um dedo causando uma contração em seu ventre.
–Chefinho,
tenho uma dúvida. – Bella se afastou de Edward, ofegando.
John notou
uma atmosfera carregada, arrependeu-se da intromissão. Ele ruborizou, cobrindo
os olhos teatralmente.
–Procurem
um quarto. Aqui é um ambiente familiar.
Bella no
mesmo instante saiu de trás do balcão, procurando algo para fazer. Edward o
fuzilou com o olhar.
–Moleque!
– sibilou. – Vai trabalhar! Olha quem fala... Se eu contar ao pai da Daisy, o
que vocês fazem no meu estoque.
John fez
uma careta constrangida.
– O certo
seria o que eu não faço com a Daisy no seu estoque.
Edward
soltou diversos xingamentos para John que ria descaradamente, de certa maneira
nunca tinha visto o patrão tão bem humorado.
[...]
Mesmo com
a viseira do capacete bloqueando sua visão, Alice não desviava os olhos dos
pinheiros à frente.
Shane
continuou acelerando, logo Red House não parecia tão distante. Após alguns
minutos, ele estacionou a moto. Alice fitou momentaneamente a família de seu
pai, desde pequena sempre viu o bar, como um rival. Roubando o afeto e atenção
de seu pai.
O lugar
era feito de troncos encantador em sua rusticidade, pintados em vermelho. A
lenha estava empilhada à esquerda, sob a saliência de um telhado. O que não
impedira que a neve fosse soprada para cobri-la.
– Venha,
precisamos conversar. – Alice pegou a mão de Shane. Um gesto tão comum entre os
dois.
– Têm
certeza?
– Não se
preocupe, meu pai está aqui – Alice notou pela forma que pronunciou a palavra
pai, que tudo que mais necessitava era o carinho de Edward. – Tem uma parte
reservada no Red House, a gente fica lá...
– Tudo bem
– em um ímpeto puxou Alice para seus braços. Seu queixo sobre a cabeça dela,
tão pequena.
Ansiosa
por abrigo, Alice levou pela entrada dos fundos. Avistou o interruptor na
parede e o acionou, estavam no estoque. Atravessou o lugar, com suas inúmeras
prateleiras com mantimentos. Adentraram na cozinha, seus corpos de animaram com
o calor do fogo. Uma fornalha de biscoitos prestes a sair, de longe, sabia que
Edward havia preparado esta, em especial. As gotas de baunilha nos pequenos
cookies, assinatura pessoal de Edward.
A porta
vaivém que usavam para separa a cozinha do bar balançou bruscamente. Edward
acabara de entrar.
– Alice–
disse surpreso. Não se incomodou que Shane envolvesse a cintura de Alice
protetoramente com o braço. Gostava do rapaz, muito melhor que Jared Dowey.
– Papai!–
Alice descarregou todas as emoções contidas naquele abraço.
Edward a
amparou, os braços fortes adornando a silhueta da filha. Como costumava fazer
quando era criança, ele a levantou do chão.
As lágrimas
vieram nesse momento, ela não as conteve. Com as mãos apertando a camisa do
pai, chorou por Jessica e Angela. Chorou por sua própria família, em como
Edward perdeu a infância da filha, alheio em seu próprio turbilhão de pesares.
Chorou por si mesma, por tudo que teve de aguentar. E chorou por coisas pelas
quais sabia que não deveria derramar quaisquer lágrimas – coisas como sua
autocompaixão, pois nunca Jasper poderia amá-la como mulher – mas, também não
resistiu a emoção.
Chorou até
as lágrimas esgotarem.
Edward
esperou pacientemente, certo que em grande parte era o culpado.
– Me
desculpe – ela enxugou os olhos com a manga do casaco. Os olhos verdes límpidos
novamente.
– Eu te
amo, minha filha.
– Eu
também, papai.
A porta
vaivém guinchou, John entrou.
–Chefinho,
os biscoitos? – novamente se envergonhou de atrapalhar outra atmosfera de
carinho e afeto.
– John –
Edward o repreendeu.
– Tudo
bem, pai – afagou com a mão aberta a face do pai. A ponta dos dedos
acompanhando as linhas de expressão, que o deixavam mais másculo e bonito. –Vou
ficar lá atrás com o Shane.
–Edward. –
Shane lançou um leve aceno de cabeça.
– Tudo
bem, filho?
Uma linha
rígida se formava no rosto de Shane.
– Não
totalmente – Shane disse entre uma lufada de ar. – Com licença.
Shane e
Alice foram em direção à área reservada. Geralmente casais usavam esse espaço
por ter uma divisória de madeira. Ao passar entre as mesas, Alice franziu o
cenho. Uma linda moça servia os clientes, mas não foi isso que chateou ela. E
sim, o fato dela usar suas roupas. Para isso ter acontecido, era porque ela
estava em sua casa. Há hipóteses de ser um envolvimento de Alec era nula, pois
ele nunca trairia Chelsea.
Dispersou
esses pensamentos por enquanto. Shane pegou as mãos de Alice em cima da mesa,
as levando para o rosto. Aspirou o perfume que vinha de seu pulso.
– Eu vou
ser preso – em outra ocasião soaria como uma piada de mau gosto. Os tempos de
paz se foram.
– Por quê?
– Alice tentava enxergar através das sombras que se formavam nas íris castanhas
de Shane.
– Não
tenho um álibi. Eu estava com ela.
– O que
aconteceu na noite passada?
– Foi como
um pesadelo. Ela parecia uma pessoa diferente. – um calafrio percorreu a
espinha de Shane. As lembranças da noite passada não o deixaram dormir.
– O que
está dizendo?
– Havia
coisas em que ela estava envolvida... Coisas em que se envolveu, e achou que
você a odiaria por isso. – as mãos de Alice estavam frias. – Ela disse: Há
coisas sobre mim. Nem mesmo a Alice me conhece.
Incapaz de
pensar muito a respeito, porém, ela disse:
– Eu a
conhecia. Melhor do que ela pensava.
– Ela
disse algo sobre drogas, um esquema de Mike.
– Meu
deus! – Alice deu um soluço alto.
– É por
isso que eu tinha que ver você.
– Acha que
ele seria capaz?
– Não sei.
Tudo isso faz um sentido terrível. O fato de ter morrido, de alguém tê-la
matado. Não consigo explicar. – Shane enfiou as mãos nos cabelos, arrancando
alguns fios da raiz. – Não sabia em que acreditar na noite passada. Na maior
parte do tempo, o que ela dizia não sentido. Não consegui acalmá-la. Foi
difícil mantê-la na moto. Chegamos no farol entre a Little Bear e a 21, ela pôs
as mãos ao redor do meu pescoço e gritou que me amava. Olhei-a nos olhos. Eles
estavam límpidos, como se fosse Jessica de novo. Ela estava triste. Parecia tão
desesperada. Em seguida, ela correu. Deixei-a ir e ela morreu.
Shane
soltou um suspiro, aspirou fundo. Os olhos transbordavam umidade.
– Está
tudo bem. Não foi sua culpa. Você não vai ser preso, eu prometo. – Shane viu algo
imergir da imensidão que eram os olhos de Alice. – Há um lugar que precisamos
ir...
– Alice!–
um grito irrompeu pelos sons furtivos de conversas.
No
instante seguinte, Jared convergiu em sua frente. A fisionomia furiosa, as
narinas dilatadas, os punhos cerrados com as articulações pronunciadas.
– Onda
estava esse tempo todo? – apontou um dedo acusatório em sua direção.
Jared
finalmente deixava a máscara cair. Todo o cavalheirismo, e altruísmo que sempre
tratou Alice, era apenas uma fachada para algo muito pior, que agora vinha à
tona.
Vindo de
uma das famílias de maior prestígio de Twin Peaks, sobrinho de Peter Packard.
Jared era muito respeitado entre os garotos do colégio, e cobiçado pelas
garotas. Alice sempre teve a impressão, que ele era o cérebro, e Mike e Bem,
seus braços torpes.
Ela se
arrependia por ter se deixado envolver pelo galanteio de Shane. E sua beleza.
– Não
começa, Jared! – Alice elevou o tom de voz, e várias pessoas olharam aflitas. O
conflito prestes a explodir.
– Mike e
Ben estavam em apuros. Eles são meus melhores amigos. Precisavam de mim. E eu
precisava de minha namorada, que fica rondando com um motoqueiro de quinta como
uma vadia!
Shane
levantou em um átimo de segundos, a cadeira caindo aos seus pés.
– Lava
essa boca para falar dela!
– Eu falo
como quiser, ela é minha namorada!
– Não,
Shane! – Alice se colocou entre a linha de tiro, a mão tocando o peito dos dois
rapazes. – Jared, cai fora daqui! Jessica era minha melhor amiga, também. Ela
tinha razão... Eu tenho dedo podre para escolher namorado.
A
expressão de Jared suavizou, as maças do rosto relaxaram. Alice teve medo do
sorriso que ameaçava espalhar pelos lábios dele.
– Ok, eu
vou embora – ajeitou o moletom usado pelos jogadores do time. – Mas, você vai
junto!
O
movimento que a puxou foi tão repentino que ela não teve tempo de gritar.
Sentiu dois braços de ferro, fechando-se como um cinto. Aterrorizada, virou
para trás, e ouviu um silvo de dor. Mike e Ben se materializaram, e ambos
atacavam Shane com golpes sujos.
Tudo isso aconteceu
e um ritmo atordoante.
– Para,
Jared! – Alice começa a tentar se soltar selvagemente. – Vai matá-lo!
– Acabem
com ele... – Jared ria, os olhos com um brilho lunático.
Alice
virou a cabeça de lado. Seu pai estava de pé, na contraluz, e viu tudo que
tinha acontecido.
Edward
jogou-se com tanta fúria sobre Jared e esbofeteou tão violentamente que o
deixou com a boca e o nariz sangrando.
– Seu
desgraçado! Que estava fazendo com minha filha? – gotas de sangue pingavam do
nariz de Jared sobre o moletom, quando Edward o erguia.
– Suma
daqui!
Antes que
expulsasse Jared, Edward sofre um ataque violento pelos flancos. Mike o golpeou
no estômago, o ar sumiu de seus pulmões.
– Parem
com isso! – Alice chorava enquanto observava os confrontos. Shane acertou o joelho
no nariz de Ben. Mike e seu pai se atracavam no chão.
As pessoas
horrorizadas saiam levando suas famílias. O som de pratos quebrando, cadeiras
relinchando no piso de madeira.
– Leve ela
daqui! – Jared se recompunha enxugando o nariz ensanguentado.
Alice
reconheceu mais dois jogadores e amigos de Jared. Ele era um covarde só agia
com a cavalaria.
–Ninguém
vai leva-la! – Bella surgiu, a expressão não restavam dúvidas de suas palavras.
Mas, seu tamanho era quase insignificante como o de Alice.
Um dos garotos
segurou o braço de Alice violentamente. Tinha um sorriso de escárnio enquanto
devolvia o olhar de Bella. Ela se moveu tão veloz, que o outro, não a viu
chegar. O punho atingiu o rosto derrubando-o no chão. Ela sorriu e nos seus
olhos havia uma luz de triunfo.
Mais um
dos brutamontes apareceu, envolvendo o pescoço de Bella com o braço direito.
–Covarde!
– um objeto de vidro disforme se espatifou em cacos na cabeça do rapaz. Um
filete de sangue escorrendo do corte que se formou em sua testa.
As duas mulheres
ficaram imóveis, uma olhou a outra em busca de algum sinal de perigo.
– Oi, sou
Chelsea e acabei de te salvar. – Bella retribuiu com um leve aceno.
–Edward...
– ela sibilou virando o corpo bruscamente na direção, onde Edward estava pouco.
Ela reconheceu
Alec dando um chute na virilha de Mike. Edward permanecia intacto, sem nenhum
ferimento sério, apenas um longo rasgo em sua camisa. O peito forte à mostra, a
pele clara sobre a linha de músculos.
– Tudo bem
com vocês? – Chelsea roubou as palavras de Bella.
– Sim,
acho que sim. – Edward passava as mãos nos cabelos, contabilizando o prejuízo
naquela parte do Red House.
–Desculpa,
cunhadinho. Tive que usar uma de suas garrafas de vodka.
– Depois
você paga, Chelsea. – ela mostrou a língua, indo na direção de Alec.
Edward deu
uma leve cambaleada, quando Bella colidiu contra seu corpo. As mãos segurando
seu rosto, analisando cada linha.
– Você
está bem? – ela perguntou em um fio de voz.
– Claro
que sim. Aonde aprendeu a dar socos como aquele?
– Eu
pensei que pudesse ajudar.
– Foi
incrível! – Alec disse. – Chegamos bem a tempo da diversão... O que aconteceu
aqui?
– Jared e
sua turminha – Edward olhou em volta. Shane e Alice não estavam em nenhum
lugar. – Cadê a Alice?
– Vocês
estão presos. – Hank entrou no campo de visão de todos. Bella soltou um gemido
de terror.
– O que
fizemos? – Edward disse ultrajado.
– Me
referi a esses arruaceiros. Rosalie estava certa quanto ao humor instável
desses moleques. – levantou Jared pelas abas do moletom, o virando rudemente contra
o chão para algemá-lo. – Não se preocupe, Rosalie e o agente McCarthy estão
seguindo Shane. Ele está com Alice.
[...]
A floresta
estava viva com o gelo derretendo, as gotas caindo por toda a parte, diferentes
seções da orquestra da natureza, cada uma com seu ritmo e tom, mas numa total
harmonia.
O homem
fechou os olhos, ele gosta de ouvir a floresta borbulhando em sons de outras
formas de vida. A floresta é seu refúgio, seu esconderijo secreto, que exclui
os homens.
Homens.
Não há
espaço para sonhos, nunca houve, nunca haverá. Nos velhos tempos, ele podia
sonhar, quando conseguia escapulir para longe dos cuidados obsessivos daquele
homem que queria o fazer homem. Enquanto ele só desejava ser menino. Quando
desejava correr e não marchar.
Sente um
aperto no coração. Ele estaria orgulhoso, afinal, suas sementes nefastas
criaram raízes perpétuas no coração frágil de um homem forte.
O homem
sente pensa de si mesmo e do mundo. Em seus olhos escorrem lágrimas amargas,
como fel que circula em suas veias. As lágrimas significam o lamento pelo sol
de antigamente, pelos poucos lampejos de um verão passado num sopro, pelos
únicos momentos felizes que pôde recordar, tão distantes na memória que parece
que nunca existiram.
E assim os
pensamentos do homem fervilhavam ao longo da noite.
Seus pés
marcavam seu próprio percurso, seguiu o caminho oposto ao da trilha. Não havia
nada estranho ali. Ele conhecia cada palmo das flores. Era segura. Era eterna.
As árvores
eram altas ali; pinheiros Douglas cobertos de musgos, abetos de um verde
profundo, plátanos imponentes. A neve mais escassa nos pontos em que os galhos
projetavam-se pelo solo. Havia uma quantidade surpreendente de galhos
derrubados pelo peso do gelo, as árvores não pareciam piores por isso.
Enquanto
seus pés afundavam na neve espessa e fofa, o homem pensava que muitas pessoas
viam o perigo entre as sombras das árvores. Nunca temeu os fantasmas que
aterrorizavam as lendas.
O
verdadeiro perigo habitava dentro de si, ele era o assassino que assolava a
pequena e pacata cidade de Twin Peaks.
O homem
sorri. Pobres e estúpidos cães. Eles corriam em círculos, apenas em busca de
seus próprios rabos. Sempre o seguiria, a batalha constante, o conflito sempre
estaria ali.
– Venha,
Shane. – uma voz no ar chegou até seus ouvidos treinados.
O homem
segue a voz, que se propagava entre os ecos da floresta. O casal não o podia
ver, seu corpo tinha tanta substância quanto de um fantasma. E mesmo que o
visse, nada adiantaria. Estariam mortos, antes mesmo que o chamasse pelos cães.
A menina é
belíssima, os grandes olhos verdes tinham seu próprio farol; brilhavam como
duas estrelas em uma noite fria, linda demais. O garoto que a acompanhava
estava na idade de se descobrir um homem. A fera que existia em seu peito ainda
adormecida. Talvez nunca descobrisse como ser um homem... Não, hoje não.
Os dois
invadiram seu santuário, mantinham segredos entre as árvores mudas.
Haverá
outra noite. E muitas outras noites ainda. Todos seriam exterminados, todos os
inimigos que planejavam em silêncio. O mundo estava infestado deles. Ele pode
dar um fim nisso, pode destruir aquele covil de serpentes que á vida dos
homens.
Ele
observa os dois sem querer saber se iria destruir suas existências corruptas e
fadá-las às trevas eternas.
A treva
significa escuridão. A escuridão significa noite. E a noite significa que a
caçada ainda não terminou.
--x--
N/A:
Esse capítulo arrebentou
com meus dedos. Um frio da peste e eu lá digitando, meus pais não aguentavam
mais ouvir os meus tlec tlec tlec...
Enfim, esse capítulo foi um dos meus favoritos até agora. Simplesmente porque me realizei escrevendo finalmente uma narrativa do Sangria.
Eu sou uma fã de romance-policial, e esse final abalou minhas estruturas. Sangria tem a mente totalmente perturbada, porém ele nem é um assassino nojento, asqueroso. Ele é inteligente, muito inteligente e sabe o momento certo. Olhem as dicas...
Quanto as outras personagens, eu adoroooooooooo!!! Emmett( by Gica Cullen), eu fico suspirando quando a mente brilhante dele trabalha. E garanto que não sou só eu... Rose está ficando caidinha... kkkkkk
Ops... Não revelo mais nada, só para o próximo capítulo. Quem sabe não teremos um beijinho. O que acham?
E o Shane? Meu garoto-problema número 1!!! Te Amoo amor. Vem que se a Alice não quiser. Eu quero!
Bom, tenho muito prazer em dizer que teremos a estréia da notinha de uma leitora que mi inspira minha Gêmea (Mariana Correia) Linda demais! Eu amo essa menina!
E a notinha da minha beta estupenda, ri alto com sua nota Gih, seus TOC's foram um aprendizado e tanto.
Comentem muito, por favor.
Enfim, esse capítulo foi um dos meus favoritos até agora. Simplesmente porque me realizei escrevendo finalmente uma narrativa do Sangria.
Eu sou uma fã de romance-policial, e esse final abalou minhas estruturas. Sangria tem a mente totalmente perturbada, porém ele nem é um assassino nojento, asqueroso. Ele é inteligente, muito inteligente e sabe o momento certo. Olhem as dicas...
Quanto as outras personagens, eu adoroooooooooo!!! Emmett( by Gica Cullen), eu fico suspirando quando a mente brilhante dele trabalha. E garanto que não sou só eu... Rose está ficando caidinha... kkkkkk
Ops... Não revelo mais nada, só para o próximo capítulo. Quem sabe não teremos um beijinho. O que acham?
E o Shane? Meu garoto-problema número 1!!! Te Amoo amor. Vem que se a Alice não quiser. Eu quero!
Bom, tenho muito prazer em dizer que teremos a estréia da notinha de uma leitora que mi inspira minha Gêmea (Mariana Correia) Linda demais! Eu amo essa menina!
E a notinha da minha beta estupenda, ri alto com sua nota Gih, seus TOC's foram um aprendizado e tanto.
Comentem muito, por favor.
Um grande beijo!
Gica´s POV
Uau... Uau... Uau!!! ( Suspira com este final tenso e sente medo por sua suspeita)
Hellow Corujinhas e Ninas lindas, que acompanham PP, tudo bem com vocês?
No cair da noite, este titulo caiu super bem neste capitulo, incrivel!!!
Confesso que este capitulo me surpreendeu demais! A Fefe abordou de tudo nele, não é mesmo?
Eu amei o interrogatório e jeito de Mike, apesar de não gostar dele, ate que esta legal em PP. Sem contar que Rose e Emm,saõ tudo de bom!
Fiquei tensa com a situação Padrinho(jazz) X Afilhada(Alice) ! o.O meu paaaai!!! Sinistro! Mas, quem pode mandar no coração? Se tiver alguém que saiba, me add no msn!! Quero saber!!
Voltando a PP, adorei o lance do (exloboviralata) Dr. Jacob! Até que gostei viu, achei ele um cara muito legal, responsável e ... diário de galera! Ele tem podre do Jasper guardado e agora, do Ed! Fala serio!! Como o ED pôde ter virado um dono de boteco (abandonando a medicina) e o Jake ex-underdog, vira um medico conceituado e totalmente reservado? Correndo atrás da autora com um chineloooo! Fefeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee....
Bem, eu prestei muita atenção neste cap, e achei muito convicto o lance do Quil Eu não sei, mas desconfio dele , NA FLORESTA!! O.O
Seconcordam comigo,vamos investigar,ninas!! Kkkkkk
Continuando com o lance policial, o que foi o Emmett?? Kkkkk (odeio acento quente da bunda alheia!! U.u) Ameeeeeeeeeeeeeeeeeei Fefe, eu ri demais!! Por que será?? (Faz cara q não sabe de nada) kkkkkkkkkkkkkkk
E por ultimo, SuperBella entra no meio da briga e derruba umcara!! Sinistro! Ela tem super poderes? Não não ... eu so me empolguei, mas que foi genial, isso foi, ainda mais pra uma magrelacomo ela(nemtocominvejadapegada do EdMan]
P.s So estava presente o Hank, onde foi parar o Quil? Na floresta, babies! Eu tô investigando! U.u
Bem, como sempre, eu falei demais, e nem sei quem me acompanha emPP, MAS .... eu sou assim, falo pelos cotovelos!
Beijos pra todas, e até o próximo cap de PP, a fic que vai mexer com você
Fefe, minha serelepe, estou sem palavras, você arras amore, e eu amo PP, não pq você é uma das minhas Bests, mas pq tu ESCREVE BEM!
Teamo
Gica Coruja MOR.
Por. Mari Correia
' Heey leitoras lindas,
Meu nome é Mariana Correia (@MarianaCorreia_) e a exatamente uma semana eu recebi um convite lindo-lindo da Julie me chamando para escrever uma notinha para PP... Como recusar algo tão legal assim? Eu não quero nem saber, aceitei na hora e agora eu tenho a honra de escrever algo para uma das minhas fanfics favoritas !
Mas sem mais lenga-lenga sobre a minha sorte, eu quero muuito saber o que vocês acharam do capítulo ! Acredito que estou mais curiosa sobre a opinião de vocês do que a Julie, hihi' !
Acredito que até esse ponto da Fic, o capítulo mais legal que eu li foi esse !
Mostrou quem são os mal-caráter de Twin Peaks (Jared e seus seguidores idiotas) e esse capítulo também se aprofundou um pouco mais na relação pai e filha entre o Ed e a Alice, e eu adorei esse abraço cheio de sentimentos (foi realmente o meu momento preferido até agora) !
Adorei esse novo personagem, John, quem não concorda que ele é um fofo e super bem humorado? Tirou um pouco a tensão do capítulo e ainda por cima é um bobo .
Own, o Ed e a Bella são um casal muito... Estranho. Eu adoro casais estranhamente fofos então adoro eles. E odeio o Jasper (apenas em PP, ok?) ! Desculpem-me mas na minha opinião ele é um traidor, e foi muito feio isso tudo que ele fez com o Ed... E ainda por cima se apaixona pela filha do próprio... Vê se pode menina !? hihi'
Tenho tantas coisas para falar sobre o capítulo e os personagens, como... Esse Emmet é um lindo e as manias dele são tão diferentes que o tornam um personagem muito original, outro lado completamente diferento do Emmet que eu tenho certeza que ninguém imaginava ! E a Rose? Muito DIVA ela, em. Quero saber o que esse Royce fez com ela ! E independentemente do que seja, espero que o Emmet arrebente a cara dele ! ¬¬'
Bem, também adorei a aparição do Alec e da Chelsea, espero que ele faça as pazes com o nosso lindo-lindo (Ed) .
Benhê, e esse final com o POV do Sangria? Deeus, foi como uma revelação só que não revelou nada ! hihi'
Essa 'menina belíssima' de 'grandes olhos verdes' seria nossa Alice ? Sangria ficará obcecado por ela ? Espero que não...
Beem, acho que me empolguei um pouco com essa 'notinha' e só queria dizer que esse capítulo está mais do que aprovado.
Espero que tenham gostado ! Vocês são lindas.
xoxo '
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