segunda-feira, 19 de março de 2012

Point Pleasant - Capítulo 5


Obs: Não recomendado para menores de 18 anos: cenas de sexo, investigação policial e ete cetera.

Previously in Point Pleasant
– Quer ouvir algo assustador? – disse Edward, virando-se para o amigo. – Você está certo.
Edward recusou-se a abrandar as palavras e deixou que pairassem no silêncio que se seguiu.
– O que vai fazer? - Jacob já sabia da resposta antes mesmo que fosse dita.
– Nada. Apenas ajudá-la.
Ambos giraram nos pés ao som de uma aproximação sutil. Bella estava parada ali. A princípio ela não se mexeu. Edward atravessou o corredor, puxou-a para seus braços, comprimiu o rosto de Bella contra seu peito. Não queria ver aqueles olhos dominados pelo medo. Mas podia senti-la tremer, o que era quase tão inquietante.
Jacob os deixou a sós. A partir do momento que escolheu ficar calado, se tornou tão cúmplice quanto Edward.
“Estamos quites, Edward.”– pensou no instante em que um tremor percorreu seu corpo.

[...]


 
Capítulo 5 – No cair da noite
 
“A noite cai como um véu, ocultando toda a luz e expondo as trevas.”
 
Mike Newton fitava a parede de concreto pintada de azul a sua frente. Ele esperava, as mãos nos bolsos do moletom, um pé encostado na cadeira, os olhos semicerrados, o queixo projetado para frente. A sala era um perfeito quadrado, apenas a distância da mesa o separava do oficial que o iria interrogar.

A raiva borbulhava dentro de si como um purgante. Ele era inocente das acusações. Amava Jessica. Ninguém poderia lhe roubar o que tiveram, ela o amava.
Ao seu lado, Carmichael, o advogado contratado por seu pai indicava o que ele deveria dizer. Depois de uma eternidade, ouviu-se um leve movimento. O advogado parou de falar quando a porta foi aberta.
A princípio Mike não se mexeu. Houve uma fração de segundos em que pensou em Jessica, que não a conhecia. Se ela estivesse escondendo dele alguma coisa, isso explicaria o medo em seus olhos. O guarda fechou a porta, permanecendo no corredor.
Agora estava Rosalie West, o sonho de consumo de todo adolescente de Twin Peaks. Mike permaneceu calado, não era tão estúpido ao ponto de gracejar com a bela mulher, principalmente porque outro homem a acompanhava. Devia ser o tal agente do FBI.
– Mike, foi informado de seus direitos constitucionais? – disse Emmett, pondo a pasta na mesa.
– Sim – disse Mike rispidamente.
– Mike – o advogado chamou sua atenção.
– Sim, senhor. – disse entredentes, fitando Emmett com ar superior.
– Você matou Jessica? – Emmett disse categórico.
– Não! Eu amava!
– Você a viu ontem?
– Sim, ela passou em minha casa rapidamente. – Mike hesitou por vários segundos. – Disse que havia discutido com Maida.
– Vocês brigavam muito? – Emmett pegou um pequeno papel na pasta.
– Se brigávamos, se cantávamos ou transávamos todos os dias... Que diferença isso faz? Eu não a matei!
Rose riu ironicamente. Até rindo, ela era deslumbrante.
– Calado, Mike. Nós fazemos as perguntas e você responde, simples e objetivamente.
– Mike, você usa drogas?
– Do que meu cliente está sendo acusado? – o advogado interveio.
– Não, eu não faço uso. – Mike disse.
– Reconhece essa foto? – no centro da mesa Emmett colocou a foto sobre o olhar de Mike. – É sua moto? Em que dia foi tirada?
– Não fui quem tirei... – Mike parecia absorto.
– Sabia que Jessica mantinha um romance secreto? Tem ideia de quem possa ser? – Rose fitava o rosto de Emmett confusa. Qual era seu plano?
– Não... –Mike disse para si mesmo. Indiferente às perguntas de Emmett. – Ela não me traiu. Me amava.
Emmett continuou a estudar o rosto de Mike, depois do que pareceu o Rose um tempo desnecessariamente longo.
– Tudo bem, pode ir... Está livre.
Mike deixou escapar um som de comemoração. Deixando imediatamente a pequena sala.
– Ele não é seu homem, Rose.
Ela franziu o rosto, engoliu em seco e disse:
– Como pode ter tanta certeza? Obviamente mentiu quanto às drogas, e eu te disse que era Shane o dono da moto. – Rose cerrou os punhos frustrada.
– Eu sei. –isso provocou mais ira em Rose, não esperava que ele concordasse. – Isso indica que ele é inocente, digo dos assassinatos. Ele faz uso de drogas. Se ele fosse Sangria não perderia a oportunidade de culpar a Shane. Porém, a dor de cotovelo falou mais alto, ele vai atrás de Shane para acertar as contas. Temos que ficar de olho nesse menino, ele nos levará a Shane. Façamos o mesmo procedimento com o outro garoto, Benjamin.
– Você é persuasivo. – Rose saiu chamando Ben.

[...]
 
Mike aguardava impaciente por Ben no corredor. A cabeça encostada no concreto, os dedos brincando com um isqueiro de titânio.
A porta logo se abriu, e Bem saiu. O rosto cansado e assustado.
– Estou liberado. – Bem disse entre uma lufada de ar. – Shane tinha um caso com Jessica.
–Brilhante, gênio. Viu a foto?
– Sim, mas não disse nada...
– Ótimo, vamos acertas as contas com o motoqueiro. Ele me deve algumas explicações.
– Red House. – disseram em uníssono.
Mike e Ben saíram para o nevoeiro que se formava com a chegada da noite em Twin Peaks.

[...]
 
Agora, com o sol desaparecendo por trás das árvores. Edward acelerou a picape ao máximo possível nas ruas que voltavam a ficar congeladas. A atenção indispensável era uma pausa oportuna em seus pensamentos, que variavam entre Bella e o quase pânico de descobrir que houve outro assassinato. Dessa vez Jessica, melhor amiga de sua filha.
Atento ao sol que despencava para o horizonte, ele continuou a avançar. Graça a sua visão periférica notou que Bella o fitava.
– Me deixe na rodoviária... – ele freou o carro bruscamente. Os pneus guinchando.
– Ficou maluca? – ele fez a pergunta com rispidez. Houve uma pausa, seguida por uma resposta em tom gentil.
– Estou dificultando as coisas para você. É óbvio que está preocupado com sua filha.
– E a solução miraculosa é ir embora? – era irônico justamente ele dizer essas palavras. Todos esses anos desde a morte de Lizzie, ele fugiu de si mesmo, das recordações... De sua própria filha.
– Edward, sabe que é o melhor. Minha presença somente complicará sua vida. – Bella recostou-se no banco. Não sabia para que lado levar a conversa, na verdade tinha consciência que mais longe de Edward seria o mais sensato.
Ela estava assustada, era como se soubesse que algo terrível espreitava nas margens de sua mente, como ter um sonho revelador e no dia seguinte não se recordar.
Edward deixou escapar um silvo. Deveria estar com raiva.
– Fique, por favor. Pelo menos até que esteja melhor. – gentilmente acariciou o rosto dela. – De forma alguma quis te pressionar pelo que houve mais cedo.
Bella sorriu, mesmo que não tivesse memória Edward Cullen não era como os outros homens.
– Somos adultos, Edward. Se transamos, foi porque te desejei da mesma maneira. – Bella manteve o tom de voz firme, a todo custo tentando não fraquejar diante dele.
Edward não gostou da forma como ela descreveu o momento de paixão que compartilharam.
– Me deixe ir. – ela se empertigou na porta. Pronta para saltar a qualquer represália dele.
Ele a ignorou. Puxando sua mão, os dedos entrelaçados; os de Edward eram mais masculinos e longos, mas se entrelaçavam com tanta perfeição.
– Por favor. – os olhos com o verde mais profundo que Bella já viu.
Na verdade seus olhos adquiriam essa tonalidade verde-escuro durante o sexo. Ela engoliu em seco, a mente sendo levada para a cena erótica de mais cedo, ambos ligados completamente. Edward mantinha a mesma linha de pensamentos. O calor estendendo-se por todo seu corpo.
Ele segurou o rosto dela entre as mãos. Passou o polegar pelos lábios dela, o hálito roçando em seu rosto, esquentando suas bochechas. Era uma mulher sensual. A boca de Edward fez um leve gracejo contra os lábios de Bella, arrancando-lhe um gemido baixo.
Ele disse, com a voz mais baixa, mais gentil, mais sensual:
– Vou considerar como um “sim”.
Ela encostou o nariz no ponto quente sob a orelha de Edward. Ela deixou o nariz onde estava.
– Não sabe onde está se metendo... – frase recheada de duplo sentido. Com essa mulher a mente de Edward não funcionava.
Antes, até mesmo com Lizzie, o cérebro sobressaía aos desejos da carne. Porém, com Bella não havia espaço para pensamentos, indagações.
Bella deu um beijo no ponto em que antes estivera seu nariz. Passou a língua pelo mesmo ponto, além da sombra da barba. A pele era surpreendentemente macia.
Edward não disse nada. Aquilo era um desafio, e tinha a sensação que Bella sabia muito sobre desafios. O que tinha vontade de fazer, ela fazia. Ela não protestou quando ele a abaixou para o banco. Estava absorvida demais, a beijar seu queixo, para protestar.
Ele deixou escapar um suspiro irregular, quando uma das mãos de Bella acariciou seu volume, na virilha. Edward a fitou no mesmo instante tinha as faces coradas, a respiração trêmula. Ele estendeu as mãos por baixo dela e levantou-a.
Ele a segurou pelo queixo.
–Preciso ligar para minha filha.
Ela maneou com a cabeça.
– Qual sua resposta?
– Eu fico – um sorriso torto contraiu o rosto de Edward, as ruguinhas encolhendo ao redor dos olhos.
– Espero que tenha consciência que isso pode nos consumir.
– Um preço justo – ele compreendia, no final de contas.
Novamente ligou o motor, deixou esquentar por um ou dois minutos, e partiu em seguida. Quando chegou ao ponto exato da estrada em que a recepção começa, parou, ligou o pisca-alerta e telefonou para Jasper.
– Edward– Jasper respondeu no outro lado da linha.
– Alice está com você?
– Claro, eu a busquei na escola. – relaxou o corpo aliviado. Não vinha sendo um bom pai.– Aonde se meteu a tarde inteira? Alice comentou algo sobre Alec... O que ele aprontou?
Edward não respondeu de imediato, tinha que pensar em uma coisa de cada vez.
– Está tudo sob controle – Bella o olhou curiosa. – Pode levar Alice até o Red House?
– Agora? Ela está dormindo, Edward. Chegou muito abalada. Deixe-a passar a noite aqui em casa, vai ser melhor.
– Tem razão. Diga-lhe que a amo. Obrigado, Jasper.
– Fique tranquilo. Ela estará segura.
Edward passou a mão pelos cabelos, os fios totalmente desgrenhados, mais do que o habitual, com toda certeza refletindo sua falta de controle em relação a mulher misteriosa ao seu lado.
– Aonde vamos? – ela gostou de fazer uso do plural. Era perigoso, algo dizia para si. Porém, o perigo sempre a atraiu.
–Trabalhar. Vou te apresentar ao seu novo emprego... – guiou a picape em direção ao Red House.
Red House havia se tornado uma tradição nas noites dos cidadãos de Twin Peaks. Antigamente havia pertencido a uma velha excêntrica chamada Annette Senior, á mais tempo do que qualquer um pudesse lembrar, a não ser, os mais antigos habitantes.
Os anos de glória ultrapassados, fadado ao esquecimento e a lamentável destruição. Com uma analogia de si mesmo. Edward restaurou Red House.
As fileiras de bancos foram substituídas por mesas e cadeiras. Também fora instalado um novo sistema de som. A não ser por um reforço nas escoras, o pequeno palco não mudara. Nem a estufa, que irradiava um calor bem vindo, no frio. O lugar ainda recendia a madeira de estábulo antiga.
O número de abertura daquela noite seria um garoto que tocava guitarra acústica. Red House era dono de uma atmosfera familiar, diferente do Castle, que fica aos extremos de Blackcat.
Bella acompanhava o entusiasmo com que Edward administrava o estabelecimento. O muro que ele ergueu por alguns momentos totalmente dissipado.
– Está cansada? – observou preocupado a fisionomia de Bella. A procura de algum sinal de exaustão pelas emoções do dia. Ela parecia feliz.
–Definitivamente não. É lindo! – Bella sacudiu a cabeça com absoluta convicção – Quando começo?
– Agora mesmo – sussurrou Edward, jovial. Com um sorriso, ela o abraçou.
Bella sentia um lado novo crescendo dentro de si. Edward afastou-a para fitá-la nos olhos.
– Estou feliz que tenha ficado.
O sorriso de Bella se desvaneceu. Os olhos se tornaram tristes.
– Não se envolva. Somente por um tempo.
Edward não sabia explicar a tristeza que ameaçava virá-lo do avesso. A raiva era mais fácil de suportar do que a tristeza, o que o levava a se esconder por trás dela todos esses anos. Bella mantinha segredos. O que era motivo para sentir raiva. Mas, dessa vez lamentava que ela não se sentisse como ele. Ansiando sua companhia. Era como se sentia agora.
Jacob tinha razão, estava muito envolvido. Estava apaixonado.

[...]

Shane avistou a residência de Jasper West. Parou ali, deixando sua moto em ponto morto. Ergueu os braços, olhando para o relógio de pulso, estava apenas cinco minutos atrasado Será que Alice desistirá?
Tentou se controlar respirando fundo, devagar; tentou se distrair, tentou olhar para qualquer outro lugar que não fosse à janela do quarto de Alice. Os bordos estavam absolutamente imóveis, parecendo sentir frio demais para sequer estremecer. Eram espaçados com todo o cuidado.
Se a temperatura estava caindo, ele não sentia. Vestia roupas adequadas para aguentar o vento cortante que os motociclistas eram vitimados. Preocupou-se instantaneamente com Alice. Se ela vestirá roupas quentes, tão pequena frágil temia por ela.
Sua cintura foi adornada por um abraço quente, o aroma de girassol e rosas. Nesse instante sentiu um fluxo de prazer.
–Alice... – ele se virou para recebê-la em seu ninho protetor.
Ele podia ver que Alice estivera chorando, os olhos injetados de tristeza.
– Me tira daqui – ela pediu em um tom de súplica, os lábios tremendo levemente.
– Vamos– ele estendeu a mão. Na qual Alice apoiou-se como uma tábua de salvação.
Shane tentou a toda custo refrear o impulso de abraça-la, e perguntar o que houve.
Na garupa, Alice estava apertando-o com tanta força, que Shane lamentou que a jaqueta de couro o impedisse de sentir o calor dela estendendo-se por seu corpo.
Jasper estava subindo as escadas até o quarto de Alice, recordando-se de quando ela era pequena. E podia colocá-la em sua cama, e fazendo ninar com conto de fadas. Poderia ser doentio, mas a desejava em sua cama. Como sua mulher.
Os cabelos espalhados de forma gloriosa nos travesseiros, o corpo nu, em uma dança suave contra o seu. Os seios redondos virginais com os mamilos róseos apontando. As linhas sensuais da intimidade exposta. Jasper impediu o fluxo de pensamentos, antes que tivesse uma ereção poderosa.
Era incrível a semelhança de Alice com a mãe. Quando ela nasceu acalentou a esperança que talvez ela fosse um pedacinho seu e de Elizabeth preservado. A felicidade durou pouco tempo, os olhos de Alice eram a exata cópia dos de Edward. Jasper nunca pensou ou desejou ter um filho, mas com Elizabeth era diferente. Como seria se aquela criança tivesse sobrevivido? Ou até mesmo se engravidasse Alice, como a sociedade veria sua união com a afilhada?
Alguém se interporia na relação dos dois? Edward nunca permitiria tal infâmia. Era incrível que após todos esses anos não tivesse descoberto a verdade... Jacob mantinha sua palavra, era um homem de honra.
Atravessou o corredor em passos ininterruptos, ansiosa por fitar o rosto de seu pequeno anjo. O quarto precedia um perfume de rosas com sutis notas de girassol. Seu coração galopava como um garanhão prestes a correr. Seus olhos percorreram a cama, estava vazia, apenas um emaranhado de lençóis.
Rapidamente olhou a porta da suíte, estava aberta. E não havia visto-a descer, a menos que o tivesse visto com Charlotte. Impossível.
A brisa gélida transcorreu pelo quarto, a janela aberta. Ouviu o ronronar mecânico de um motor robusto. Foi até a janela, exasperado. Alice na garupa da moto de Shane Marshall.
“Desgraçado” amaldiçoou todas as gerações de Marshall.
Ficou alguns instantes parado, planejando o que faria quando tivesse esse garoto em suas mãos. Tinha certeza de uma coisa, depois que o fizesse pagar todos os diabos do inferno fariam o sinal da cruz antes de arrastar seu corpo ao inferno.

[...]

Após a maratona de interrogatórios, Rosalie e Emmett seguiram para o gabinete. Rose olhou para o relógio, havia convocado seus oficiais para uma reunião que definiria as coordenações da investigação.
Abriu a porta e seus melhores oficiais, aguardavam, todos em diferentes máscaras de estresse e preocupação.
– Certo, todos aqui... – Rose percorreu os olhos pelos rostos conhecidos. Hank, Quil, Andy e o desprezível, Goldman. – Esse é o agente McCarthy, de agora em diante ele chefiara as investigações. Portanto, veja bem, eu exijo respeito a ele.
Emmett se surpreendeu, e por um momento desejou nunca ser o causador da ira de Rose.
– Esses são Hank, Quil, Andy e Goldman – Rosalie dizia gesticulando para cada policial em sua sala.
– Obrigado pela introdução, Rose – disse Emmett gentilmente.
Hank pousou os olhos em Emmett. Ele não disse nada, mas incomodou-se com a intimidade entre os dois. Rosalie nunca foi dada a esse tipo de simpatia.
– Alguma novidade, Rose? – Goldman ironizou.
– Você é Goldman, certo? - Emmett foi em sua direção estendendo uma mão de dedos grandes e fortes, reservando para ele um sorriso aberto. –Ouvi muitas coisas a seu respeito, esposa adorável.
Goldman enfrentou o aperto vigoroso de Emmett, e teve a impressão de que se quisesse, poderia esmagar seus dedos. Goldman conclui que ele era o tipo de sujeito que não esquecia uma ofensa. Hank mudou a percepção que tinha sobre o agente. Emmett merecia sua simpatia, um rival à altura.
Roselie ignorou a tensão masculina, sentando em sua cadeira de couro. Andy indicou a cadeira onde estava sentado á pouco tempo para Emmett.
– Não, obrigado – Emmett olhou o assento, tinha uma mania que não o deixava sentar em cadeiras usadas á pouco tempo por outras pessoas.
O assento quente o incomodava profundamente. Emmett fitou os lábios de Rose contraindo, como se segurasse o riso. Ela era observadora.
Todos pareciam filhos do silêncio, certamente preparando suas mentes para o que devia ser o caso de suas vidas.
–Desconhecemos totalmente o motivo dos crimes. Obviamente, não foram meros assassinatos ao acaso, as vítimas não foram saqueadas. E também, não há uma ligação conclusiva entre as vítimas. – Emmett percorreu os olhos pelas fichas em suas mãos, Rose notou que ele era capaz de atrair atenção para o que dizia– Os primeiros assassinatos foram de usuários de drogas, e um motoqueiro. A primeira conclusão que poderíamos tirar, seria algum traficante cobrando dívidas, talvez alguma inimizade. Claro que o cenário mudou, pois a próxima vítima foi Carlisle Cullen, médico conceituado. Diretor do hospital estadual. E claro, a nossa vítima mais recente Jessica Stanley. Conseguem visualizar o elemento em comum entre todos os assassinatos?
Deu uma olhada ao redor para se certificar de que todos os presentes o acompanhavam.
– A carnificina, sua assinatura pessoal – Andy pensou alto, ainda com receio de se manifestar. Emmett mostrou uma expressão de dúvida.
– Não. Isso nos mostra que os assassinatos foram cometidos pela mesma pessoa. Um serial killer.
Rose apoiou as costas no espaldar da cadeira.
– O único elemento que consigo assimilar, é que todos os corpos foram encontrados na floresta.
Emmett não podia deixar de admirá-la. Rosalie era dona de um cérebro e de um corpo de primeira linha. Todos os olhares masculinos voltados em sua direção, alguns admirados e outros cobiçosos. Emmett podia incluir nas duas categorias.
–Brilhante! Independente da cena do crime, os corpos sempre foram encontrados na floresta. Trata-se de um ritual que, para ele, tem algum significado preciso que nós desconhecemos.
–Montaremos uma guarda na floresta? – disse Goldman irritado.
– Não seria de nenhuma serventia. Não leu as fichas, Goldman? – Rosalie jogou a pasta em seu colo. – O assassinato de Carlisle, foi cometido em sua própria casa, e o local do assassinato da vítima Jason Raymond é desconhecido até hoje. A partir do momento que percebesse nosso esquema. Ele não teria problema algum, em encontrar outro lugar para desovar os corpos.
– Não se deve subestimar um homem assim – Andy interveio.
– Algo que me intriga é aquele papel escrito: O fogo caminha comigo. O que significa? – Quil era extremamente calado, dificilmente se manifestava, porém suas palavras foram precisas.
– É um pedido... – Emmett resolveu dar voz a seus pensamentos. Por um instante, fez-se silêncio. A seu modo, cada um dos cinco pensava no que tinha sido dito. – Ele está pedindo para ser parado. Para o pegarmos se formos capazes, ele não vai parar. No entanto, alguma parte de si, pede socorro. Esse papel é seu pedido.
– Hank, você tem extrema habilidade em farejar os rastros – Rose disse. – Acha que pode ter algum significado?
– Talvez uma música, trecho de algum livro, poema. Não sei ao certo. É o que me vem á cabeça.
– E os suspeitos? – Andy perguntou.
– Mike e Bem, tem álibis, nas horas em que o crime ocorreu. Mas, temos alguém que precisamos encontrar: Shane Marshall.
Quando terminou, Emmett passou os olhos pelos presentes. Rosalie levantou-se da cadeira. Foi o sinal de que a reunião podia ser dada como encerrada.
– Você fica, Goldman. – Rosalie virou as costas.
Um a um, saíram da sala. Emmett gostaria de ficar ao lado de Rose, mas saiu para evitar um confronto. Houve um silêncio intimidador.
Goldman a olhava satisfeito com que via. Teve vontade de dizer que gostaria das pernas dela ao redor de seu pescoço.
– Vou ser o mais breve possível. Meu tempo é muito precioso para desperdiçar com um merda como você.
– Sua...
– Cala a boca! Se é que tem amor por seu rosto desprezível. Cala a porra da sua boca! – ela se encaminhou para perto de Harry Goldman. O rosto de feições marcadas, o nariz quebrado de inúmeras brigas a qual tinha protagonizado. Tinha uma compleição maciça. Por nenhum momento Rosalie se intimidou. – Coitada de Stacy, qualquer dia o marido poderá voltar para casa com os dentes quebrados e sem uma das mãos, que sempre se levantaram para agredi-la.
– Isso é alguma espécie de ameaça?
– Não, é uma promessa. Ouse levantar a mão para ela novamente, e eu juro que não restará nada no meio de suas pernas que possa usar.
Goldman sorriu, mas não havia humor em sua atitude. O teor era maquiavélico.
– Já sei, isso tudo é carência de levar umas boas palmadas? – Hank empurrou Rose com violência contra a parede.
Os braços em cada lado de sua cabeça para não lhe dar opção, além de fitar os olhos doentios de Goldman.
– Não se preocupe. Royce logo voltará para casa. Ele está louco de saudades de sua bonequinha.
Rose impediu que seus pensamentos a levassem ao passado. Aquele homem era um maníaco e mereceu o destino que teve, pena que não durasse para sempre. Rápida como um raio, Rose acertou um chutem suas partes baixas.
Roselie ouviu claramente o curdo gemido de dor.
– Dê este recado ao Royce. Não sou mais a mulher dele.

[...]

Red House estava apinhado de pessoas. Todos os cidadãos pareciam desesperados em manter a rotina, alguns queriam ocupar a mente com o único motivo de esquecer os acontecimentos sórdidos daquela manhã.
Rapidamente, Bella pegou o ritmo de Red House, ninguém esboçou surpresa com a forasteira. Talvez todos achassem que Edward permanecera tempo demais sem uma companheira. O estabelecimento precisava de uma mão feminina que o gerenciasse. E uma mulher que fizesse o proprietário se sentir como homem novamente.
Edward a observava de longe, ela servia as mesas com bastante carisma, ganhando sorrisos gentis e acenos de cabeça satisfeitos.
O melhor de tudo, na opinião de Bella, era o aroma dos biscoitos com lascas de chocolate, servidos no instante em que saíam do forno. Ela achava inacreditável que Edward conseguisse manter Red House, na mais perfeita ordem e harmonia, com apenas a ajuda de John, uma espécie de barman e faz tudo.
Um rapaz simpático e muito extrovertido, ao qual em pouco tempo batizou Bella com o apelido carinhoso de Bells.
– Pare um pouco, Bells. Agora eu sirvo as mesas. Se sente no bar, que já vai começar a apresentação. – Bella sorriu.
John facilmente assumiu o lugar de irmão mais novo. Ela bagunçou os cabelos dele com a ponta dos dedos.
A multidão aquietou-se quando o rapazinho começou a tocar. Devia ter uns quinze anos, mas seus dedos dançavam na guitarra. Infelizmente, seu repertório era limitado. A apresentação acabou em quinze minutos e as conversas paralelas recomeçaram.
– Quer ir para casa? – sussurrou Edward em seu ouvido.
A proximidade de Edward provocou ondulações de calor, que viajaram tão profundo que ela estremeceu.
– Casa?– em um arranjo fadado ao fracasso, Bella tentou parece zombeteira.
– Aonde pensou que dormiria? – ele comprimiu seu corpo nas costas de Bella. – Meu colchão é suficientemente grande para nós dois.
Ela parecia chocada de uma forma total e cômica. Ela ficou apavorada. Mas não podia mantê-lo fora, mesmo que sua vida dependesse disso.
Ela se virou, o corpo roçando propositalmente em partes de Edward que despertaram no mesmo instante. Uma coisa foi se avolumando em sua mente quanto mais Edward sustentava seu olhar. O que havia feio mais cedo era particular. Fora sensual e excitante. Bella queria fazer de novo. E queria muito. Mas não ali. Ou pelo menos era que sua mente tentava pregar.
Ele enfiou as mãos por baixo da blusa de Bella, buscando um contato mais íntimo. Fez isso com extrema gentileza, as mãos grandes formando conchas nos seios de Bella. Sua respiração era acelerada, mas ele parecia ter pleno controle.
O balcão de madeira envelhecida ocultava boa parte de seus corpos.
–Relaxa, não dá para nos verem – uma mão percorria a curvatura das costas de Bella. Enquanto a outra, permanecia em seu seio, beliscando o pequeno mamilo.
A parte superior da coluna de Bella relaxou e seus braços enlaçaram-no pelo pescoço com mais vontade do que necessidade. Subitamente, ela decidiu não se importar com mais nada. Podia morrer de culpa pela manhã, mas queira fazer... Agora.
Arrancou pequenos gemidos ao fazer um caminho sôfrego pelo abdômen de Edward até a cintura do jeans, enfiou a mão ali. Edward teve uma ereção ao sentir as mãos delicadas de Bella envolverem sedutoramente seu membro. Os movimentos eram lentos, apenas instigando o calor de ambos os corpos. Para depois aumentar a intensidade mais e mais. Como um meio de se esquivar dos pequenos pensamentos assustadores.
Ele mordiscou o pescoço de Bella, abafando um gemido de prazer, havia alcançado o orgasmo. Todo o corpo tremendo com força. Pegou o rosto dela entre as mãos e beijou-o. Ela se regozijava por proporcionar prazer a ele. Edward ainda não estava satisfeito, queria dar a ela o mesmo presente.
Passou as mãos pelas pernas de Bella, subindo até abrir o zíper da calça dela. Afastou a calcinha, suspirando ao encontrar a fenda molhada.
– Teve um orgasmo... – a voz dele se tornara rouca.
Ela ficou envergonhada. O sorriso de Edward foi extremamente sensual.
– Ainda nem comecei...
Penetrou um dedo causando uma contração em seu ventre.
–Chefinho, tenho uma dúvida. – Bella se afastou de Edward, ofegando.
John notou uma atmosfera carregada, arrependeu-se da intromissão. Ele ruborizou, cobrindo os olhos teatralmente.
–Procurem um quarto. Aqui é um ambiente familiar.
Bella no mesmo instante saiu de trás do balcão, procurando algo para fazer. Edward o fuzilou com o olhar.
–Moleque! – sibilou. – Vai trabalhar! Olha quem fala... Se eu contar ao pai da Daisy, o que vocês fazem no meu estoque.
John fez uma careta constrangida.
– O certo seria o que eu não faço com a Daisy no seu estoque.
Edward soltou diversos xingamentos para John que ria descaradamente, de certa maneira nunca tinha visto o patrão tão bem humorado.
[...]

Mesmo com a viseira do capacete bloqueando sua visão, Alice não desviava os olhos dos pinheiros à frente.
Shane continuou acelerando, logo Red House não parecia tão distante. Após alguns minutos, ele estacionou a moto. Alice fitou momentaneamente a família de seu pai, desde pequena sempre viu o bar, como um rival. Roubando o afeto e atenção de seu pai.
O lugar era feito de troncos encantador em sua rusticidade, pintados em vermelho. A lenha estava empilhada à esquerda, sob a saliência de um telhado. O que não impedira que a neve fosse soprada para cobri-la.
– Venha, precisamos conversar. – Alice pegou a mão de Shane. Um gesto tão comum entre os dois.
– Têm certeza?
– Não se preocupe, meu pai está aqui – Alice notou pela forma que pronunciou a palavra pai, que tudo que mais necessitava era o carinho de Edward. – Tem uma parte reservada no Red House, a gente fica lá...
– Tudo bem – em um ímpeto puxou Alice para seus braços. Seu queixo sobre a cabeça dela, tão pequena.
Ansiosa por abrigo, Alice levou pela entrada dos fundos. Avistou o interruptor na parede e o acionou, estavam no estoque. Atravessou o lugar, com suas inúmeras prateleiras com mantimentos. Adentraram na cozinha, seus corpos de animaram com o calor do fogo. Uma fornalha de biscoitos prestes a sair, de longe, sabia que Edward havia preparado esta, em especial. As gotas de baunilha nos pequenos cookies, assinatura pessoal de Edward.
A porta vaivém que usavam para separa a cozinha do bar balançou bruscamente. Edward acabara de entrar.
– Alice– disse surpreso. Não se incomodou que Shane envolvesse a cintura de Alice protetoramente com o braço. Gostava do rapaz, muito melhor que Jared Dowey.
– Papai!– Alice descarregou todas as emoções contidas naquele abraço.
Edward a amparou, os braços fortes adornando a silhueta da filha. Como costumava fazer quando era criança, ele a levantou do chão.
As lágrimas vieram nesse momento, ela não as conteve. Com as mãos apertando a camisa do pai, chorou por Jessica e Angela. Chorou por sua própria família, em como Edward perdeu a infância da filha, alheio em seu próprio turbilhão de pesares. Chorou por si mesma, por tudo que teve de aguentar. E chorou por coisas pelas quais sabia que não deveria derramar quaisquer lágrimas – coisas como sua autocompaixão, pois nunca Jasper poderia amá-la como mulher – mas, também não resistiu a emoção.
Chorou até as lágrimas esgotarem.
Edward esperou pacientemente, certo que em grande parte era o culpado.
– Me desculpe – ela enxugou os olhos com a manga do casaco. Os olhos verdes límpidos novamente.
– Eu te amo, minha filha.
– Eu também, papai.
A porta vaivém guinchou, John entrou.
–Chefinho, os biscoitos? – novamente se envergonhou de atrapalhar outra atmosfera de carinho e afeto.
– John – Edward o repreendeu.
– Tudo bem, pai – afagou com a mão aberta a face do pai. A ponta dos dedos acompanhando as linhas de expressão, que o deixavam mais másculo e bonito. –Vou ficar lá atrás com o Shane.
–Edward. – Shane lançou um leve aceno de cabeça.
– Tudo bem, filho?
Uma linha rígida se formava no rosto de Shane.
– Não totalmente – Shane disse entre uma lufada de ar. – Com licença.
Shane e Alice foram em direção à área reservada. Geralmente casais usavam esse espaço por ter uma divisória de madeira. Ao passar entre as mesas, Alice franziu o cenho. Uma linda moça servia os clientes, mas não foi isso que chateou ela. E sim, o fato dela usar suas roupas. Para isso ter acontecido, era porque ela estava em sua casa. Há hipóteses de ser um envolvimento de Alec era nula, pois ele nunca trairia Chelsea.
Dispersou esses pensamentos por enquanto. Shane pegou as mãos de Alice em cima da mesa, as levando para o rosto. Aspirou o perfume que vinha de seu pulso.
– Eu vou ser preso – em outra ocasião soaria como uma piada de mau gosto. Os tempos de paz se foram.
– Por quê? – Alice tentava enxergar através das sombras que se formavam nas íris castanhas de Shane.
– Não tenho um álibi. Eu estava com ela.
– O que aconteceu na noite passada?
– Foi como um pesadelo. Ela parecia uma pessoa diferente. – um calafrio percorreu a espinha de Shane. As lembranças da noite passada não o deixaram dormir.
– O que está dizendo?
– Havia coisas em que ela estava envolvida... Coisas em que se envolveu, e achou que você a odiaria por isso. – as mãos de Alice estavam frias. – Ela disse: Há coisas sobre mim. Nem mesmo a Alice me conhece.
Incapaz de pensar muito a respeito, porém, ela disse:
– Eu a conhecia. Melhor do que ela pensava.
– Ela disse algo sobre drogas, um esquema de Mike.
– Meu deus! – Alice deu um soluço alto.
– É por isso que eu tinha que ver você.
– Acha que ele seria capaz?
– Não sei. Tudo isso faz um sentido terrível. O fato de ter morrido, de alguém tê-la matado. Não consigo explicar. – Shane enfiou as mãos nos cabelos, arrancando alguns fios da raiz. – Não sabia em que acreditar na noite passada. Na maior parte do tempo, o que ela dizia não sentido. Não consegui acalmá-la. Foi difícil mantê-la na moto. Chegamos no farol entre a Little Bear e a 21, ela pôs as mãos ao redor do meu pescoço e gritou que me amava. Olhei-a nos olhos. Eles estavam límpidos, como se fosse Jessica de novo. Ela estava triste. Parecia tão desesperada. Em seguida, ela correu. Deixei-a ir e ela morreu.
Shane soltou um suspiro, aspirou fundo. Os olhos transbordavam umidade.
– Está tudo bem. Não foi sua culpa. Você não vai ser preso, eu prometo. – Shane viu algo imergir da imensidão que eram os olhos de Alice. – Há um lugar que precisamos ir...
– Alice!– um grito irrompeu pelos sons furtivos de conversas.
No instante seguinte, Jared convergiu em sua frente. A fisionomia furiosa, as narinas dilatadas, os punhos cerrados com as articulações pronunciadas.
– Onda estava esse tempo todo? – apontou um dedo acusatório em sua direção.
Jared finalmente deixava a máscara cair. Todo o cavalheirismo, e altruísmo que sempre tratou Alice, era apenas uma fachada para algo muito pior, que agora vinha à tona.
Vindo de uma das famílias de maior prestígio de Twin Peaks, sobrinho de Peter Packard. Jared era muito respeitado entre os garotos do colégio, e cobiçado pelas garotas. Alice sempre teve a impressão, que ele era o cérebro, e Mike e Bem, seus braços torpes.
Ela se arrependia por ter se deixado envolver pelo galanteio de Shane. E sua beleza.
– Não começa, Jared! – Alice elevou o tom de voz, e várias pessoas olharam aflitas. O conflito prestes a explodir.
– Mike e Ben estavam em apuros. Eles são meus melhores amigos. Precisavam de mim. E eu precisava de minha namorada, que fica rondando com um motoqueiro de quinta como uma vadia!
Shane levantou em um átimo de segundos, a cadeira caindo aos seus pés.
– Lava essa boca para falar dela!
– Eu falo como quiser, ela é minha namorada!
– Não, Shane! – Alice se colocou entre a linha de tiro, a mão tocando o peito dos dois rapazes. – Jared, cai fora daqui! Jessica era minha melhor amiga, também. Ela tinha razão... Eu tenho dedo podre para escolher namorado.
A expressão de Jared suavizou, as maças do rosto relaxaram. Alice teve medo do sorriso que ameaçava espalhar pelos lábios dele.
– Ok, eu vou embora – ajeitou o moletom usado pelos jogadores do time. – Mas, você vai junto!
O movimento que a puxou foi tão repentino que ela não teve tempo de gritar. Sentiu dois braços de ferro, fechando-se como um cinto. Aterrorizada, virou para trás, e ouviu um silvo de dor. Mike e Ben se materializaram, e ambos atacavam Shane com golpes sujos.
Tudo isso aconteceu e um ritmo atordoante.
– Para, Jared! – Alice começa a tentar se soltar selvagemente. – Vai matá-lo!
– Acabem com ele... – Jared ria, os olhos com um brilho lunático.
Alice virou a cabeça de lado. Seu pai estava de pé, na contraluz, e viu tudo que tinha acontecido.
Edward jogou-se com tanta fúria sobre Jared e esbofeteou tão violentamente que o deixou com a boca e o nariz sangrando.
– Seu desgraçado! Que estava fazendo com minha filha? – gotas de sangue pingavam do nariz de Jared sobre o moletom, quando Edward o erguia.
– Suma daqui!
Antes que expulsasse Jared, Edward sofre um ataque violento pelos flancos. Mike o golpeou no estômago, o ar sumiu de seus pulmões.
– Parem com isso! – Alice chorava enquanto observava os confrontos. Shane acertou o joelho no nariz de Ben. Mike e seu pai se atracavam no chão.
As pessoas horrorizadas saiam levando suas famílias. O som de pratos quebrando, cadeiras relinchando no piso de madeira.
– Leve ela daqui! – Jared se recompunha enxugando o nariz ensanguentado.
Alice reconheceu mais dois jogadores e amigos de Jared. Ele era um covarde só agia com a cavalaria.
–Ninguém vai leva-la! – Bella surgiu, a expressão não restavam dúvidas de suas palavras. Mas, seu tamanho era quase insignificante como o de Alice.
Um dos garotos segurou o braço de Alice violentamente. Tinha um sorriso de escárnio enquanto devolvia o olhar de Bella. Ela se moveu tão veloz, que o outro, não a viu chegar. O punho atingiu o rosto derrubando-o no chão. Ela sorriu e nos seus olhos havia uma luz de triunfo.
Mais um dos brutamontes apareceu, envolvendo o pescoço de Bella com o braço direito.
–Covarde! – um objeto de vidro disforme se espatifou em cacos na cabeça do rapaz. Um filete de sangue escorrendo do corte que se formou em sua testa.
As duas mulheres ficaram imóveis, uma olhou a outra em busca de algum sinal de perigo.
– Oi, sou Chelsea e acabei de te salvar. – Bella retribuiu com um leve aceno.
–Edward... – ela sibilou virando o corpo bruscamente na direção, onde Edward estava pouco.
Ela reconheceu Alec dando um chute na virilha de Mike. Edward permanecia intacto, sem nenhum ferimento sério, apenas um longo rasgo em sua camisa. O peito forte à mostra, a pele clara sobre a linha de músculos.
– Tudo bem com vocês? – Chelsea roubou as palavras de Bella.
– Sim, acho que sim. – Edward passava as mãos nos cabelos, contabilizando o prejuízo naquela parte do Red House.
–Desculpa, cunhadinho. Tive que usar uma de suas garrafas de vodka.
– Depois você paga, Chelsea. – ela mostrou a língua, indo na direção de Alec.
Edward deu uma leve cambaleada, quando Bella colidiu contra seu corpo. As mãos segurando seu rosto, analisando cada linha.
– Você está bem? – ela perguntou em um fio de voz.
– Claro que sim. Aonde aprendeu a dar socos como aquele?
– Eu pensei que pudesse ajudar.
– Foi incrível! – Alec disse. – Chegamos bem a tempo da diversão... O que aconteceu aqui?
– Jared e sua turminha – Edward olhou em volta. Shane e Alice não estavam em nenhum lugar. – Cadê a Alice?
– Vocês estão presos. – Hank entrou no campo de visão de todos. Bella soltou um gemido de terror.
– O que fizemos? – Edward disse ultrajado.
– Me referi a esses arruaceiros. Rosalie estava certa quanto ao humor instável desses moleques. – levantou Jared pelas abas do moletom, o virando rudemente contra o chão para algemá-lo. – Não se preocupe, Rosalie e o agente McCarthy estão seguindo Shane. Ele está com Alice.

[...]

A floresta estava viva com o gelo derretendo, as gotas caindo por toda a parte, diferentes seções da orquestra da natureza, cada uma com seu ritmo e tom, mas numa total harmonia.
O homem fechou os olhos, ele gosta de ouvir a floresta borbulhando em sons de outras formas de vida. A floresta é seu refúgio, seu esconderijo secreto, que exclui os homens.
Homens.
Não há espaço para sonhos, nunca houve, nunca haverá. Nos velhos tempos, ele podia sonhar, quando conseguia escapulir para longe dos cuidados obsessivos daquele homem que queria o fazer homem. Enquanto ele só desejava ser menino. Quando desejava correr e não marchar.
Sente um aperto no coração. Ele estaria orgulhoso, afinal, suas sementes nefastas criaram raízes perpétuas no coração frágil de um homem forte.
O homem sente pensa de si mesmo e do mundo. Em seus olhos escorrem lágrimas amargas, como fel que circula em suas veias. As lágrimas significam o lamento pelo sol de antigamente, pelos poucos lampejos de um verão passado num sopro, pelos únicos momentos felizes que pôde recordar, tão distantes na memória que parece que nunca existiram.
E assim os pensamentos do homem fervilhavam ao longo da noite.
Seus pés marcavam seu próprio percurso, seguiu o caminho oposto ao da trilha. Não havia nada estranho ali. Ele conhecia cada palmo das flores. Era segura. Era eterna.
As árvores eram altas ali; pinheiros Douglas cobertos de musgos, abetos de um verde profundo, plátanos imponentes. A neve mais escassa nos pontos em que os galhos projetavam-se pelo solo. Havia uma quantidade surpreendente de galhos derrubados pelo peso do gelo, as árvores não pareciam piores por isso.
Enquanto seus pés afundavam na neve espessa e fofa, o homem pensava que muitas pessoas viam o perigo entre as sombras das árvores. Nunca temeu os fantasmas que aterrorizavam as lendas.
O verdadeiro perigo habitava dentro de si, ele era o assassino que assolava a pequena e pacata cidade de Twin Peaks.
O homem sorri. Pobres e estúpidos cães. Eles corriam em círculos, apenas em busca de seus próprios rabos. Sempre o seguiria, a batalha constante, o conflito sempre estaria ali.
– Venha, Shane. – uma voz no ar chegou até seus ouvidos treinados.
O homem segue a voz, que se propagava entre os ecos da floresta. O casal não o podia ver, seu corpo tinha tanta substância quanto de um fantasma. E mesmo que o visse, nada adiantaria. Estariam mortos, antes mesmo que o chamasse pelos cães.
A menina é belíssima, os grandes olhos verdes tinham seu próprio farol; brilhavam como duas estrelas em uma noite fria, linda demais. O garoto que a acompanhava estava na idade de se descobrir um homem. A fera que existia em seu peito ainda adormecida. Talvez nunca descobrisse como ser um homem... Não, hoje não.
Os dois invadiram seu santuário, mantinham segredos entre as árvores mudas.
Haverá outra noite. E muitas outras noites ainda. Todos seriam exterminados, todos os inimigos que planejavam em silêncio. O mundo estava infestado deles. Ele pode dar um fim nisso, pode destruir aquele covil de serpentes que á vida dos homens.
Ele observa os dois sem querer saber se iria destruir suas existências corruptas e fadá-las às trevas eternas.
A treva significa escuridão. A escuridão significa noite. E a noite significa que a caçada ainda não terminou.

--x--

N/A:

Esse capítulo arrebentou com meus dedos. Um frio da peste e eu lá digitando, meus pais não aguentavam mais ouvir os meus tlec tlec tlec...
Enfim, esse capítulo foi um dos meus favoritos até agora. Simplesmente porque me realizei escrevendo finalmente uma narrativa do Sangria.
Eu sou uma fã de romance-policial, e esse final abalou minhas estruturas. Sangria tem a mente totalmente perturbada, porém ele nem é um assassino nojento, asqueroso. Ele é inteligente, muito inteligente e sabe o momento certo. Olhem as dicas...
Quanto as outras personagens, eu adoroooooooooo!!! Emmett( by Gica Cullen), eu fico suspirando quando a mente brilhante dele trabalha. E garanto que não sou só eu... Rose está ficando caidinha... kkkkkk
Ops... Não revelo mais nada, só para o próximo capítulo. Quem sabe não teremos um beijinho. O que acham?
E o Shane? Meu garoto-problema número 1!!! Te Amoo amor. Vem que se a Alice não quiser. Eu quero!
Bom, tenho muito prazer em dizer que teremos a estréia da notinha de uma leitora que mi inspira minha Gêmea (Mariana Correia) Linda demais! Eu amo essa menina!
E a notinha da minha beta estupenda, ri alto com sua nota Gih, seus TOC's foram um aprendizado e tanto.
Comentem muito, por favor.
Um grande beijo!
















Gica´s POV

Uau... Uau... Uau!!! ( Suspira com este final tenso e sente medo por sua suspeita)
Hellow Corujinhas e Ninas lindas, que acompanham PP, tudo bem com vocês?
No cair da noite, este titulo caiu super bem neste capitulo, incrivel!!!
Confesso que este capitulo me surpreendeu demais! A Fefe abordou de tudo nele, não é mesmo?
Eu amei o interrogatório e jeito de Mike, apesar de não gostar dele, ate que esta legal em PP. Sem contar que Rose e Emm,saõ tudo de bom!
Fiquei tensa com a situação Padrinho(jazz) X Afilhada(Alice) ! o.O meu paaaai!!! Sinistro! Mas, quem pode mandar no coração? Se tiver alguém que saiba, me add no msn!! Quero saber!!
Voltando a PP, adorei o lance do (exloboviralata) Dr. Jacob! Até que gostei viu, achei ele um cara muito legal, responsável e ... diário de galera! Ele tem podre do Jasper guardado e agora, do Ed! Fala serio!! Como o ED pôde ter virado um dono de boteco (abandonando a medicina) e o Jake ex-underdog, vira um medico conceituado e totalmente reservado? Correndo atrás da autora com um chineloooo! Fefeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee....
Bem, eu prestei muita atenção neste cap, e achei muito convicto o lance do Quil Eu não sei, mas desconfio dele , NA FLORESTA!! O.O
Seconcordam comigo,vamos investigar,ninas!! Kkkkkk
Continuando com o lance policial, o que foi o Emmett?? Kkkkk (odeio acento quente da bunda alheia!! U.u) Ameeeeeeeeeeeeeeeeeei Fefe, eu ri demais!! Por que será?? (Faz cara q não sabe de nada) kkkkkkkkkkkkkkk
E por ultimo, SuperBella entra no meio da briga e derruba umcara!! Sinistro! Ela tem super poderes? Não não ... eu so me empolguei, mas que foi genial, isso foi, ainda mais pra uma magrelacomo ela(nemtocominvejadapegada do EdMan]
P.s So estava presente o Hank, onde foi parar o Quil? Na floresta, babies! Eu tô investigando! U.u
Bem, como sempre, eu falei demais, e nem sei quem me acompanha emPP, MAS .... eu sou assim, falo pelos cotovelos!
Beijos pra todas, e até o próximo cap de PP, a fic que vai mexer com você
Fefe, minha serelepe, estou sem palavras, você arras amore, e eu amo PP, não pq você é uma das minhas Bests, mas pq tu ESCREVE BEM!
Teamo
Gica Coruja MOR.

Por. Mari Correia

' Heey leitoras lindas,
Meu nome é Mariana Correia (@MarianaCorreia_) e a exatamente uma semana eu recebi um convite lindo-lindo da Julie me chamando para escrever uma notinha para PP... Como recusar algo tão legal assim? Eu não quero nem saber, aceitei na hora e agora eu tenho a honra de escrever algo para uma das minhas fanfics favoritas !
Mas sem mais lenga-lenga sobre a minha sorte, eu quero muuito saber o que vocês acharam do capítulo ! Acredito que estou mais curiosa sobre a opinião de vocês do que a Julie, hihi' !
Acredito que até esse ponto da Fic, o capítulo mais legal que eu li foi esse !
Mostrou quem são os mal-caráter de Twin Peaks (Jared e seus seguidores idiotas) e esse capítulo também se aprofundou um pouco mais na relação pai e filha entre o Ed e a Alice, e eu adorei esse abraço cheio de sentimentos (foi realmente o meu momento preferido até agora) !
Adorei esse novo personagem, John, quem não concorda que ele é um fofo e super bem humorado? Tirou um pouco a tensão do capítulo e ainda por cima é um bobo .
Own, o Ed e a Bella são um casal muito... Estranho. Eu adoro casais estranhamente fofos então adoro eles. E odeio o Jasper (apenas em PP, ok?) ! Desculpem-me mas na minha opinião ele é um traidor, e foi muito feio isso tudo que ele fez com o Ed... E ainda por cima se apaixona pela filha do próprio... Vê se pode menina !? hihi'
Tenho tantas coisas para falar sobre o capítulo e os personagens, como... Esse Emmet é um lindo e as manias dele são tão diferentes que o tornam um personagem muito original, outro lado completamente diferento do Emmet que eu tenho certeza que ninguém imaginava ! E a Rose? Muito DIVA ela, em. Quero saber o que esse Royce fez com ela ! E independentemente do que seja, espero que o Emmet arrebente a cara dele ! ¬¬'
Bem, também adorei a aparição do Alec e da Chelsea, espero que ele faça as pazes com o nosso lindo-lindo (Ed) .
Benhê, e esse final com o POV do Sangria? Deeus, foi como uma revelação só que não revelou nada ! hihi'
Essa 'menina belíssima' de 'grandes olhos verdes' seria nossa Alice ? Sangria ficará obcecado por ela ? Espero que não...
Beem, acho que me empolguei um pouco com essa 'notinha' e só queria dizer que esse capítulo está mais do que aprovado.
Espero que tenham gostado ! Vocês são lindas.
xoxo '













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