terça-feira, 13 de março de 2012

Lost Girl — Capítulo 1


Capítulo 1 – Pequeno Marginal

Estarei aqui por toda minha desgraçada existência. Até meu corpo apodrecer de dentro para fora em um último esgar.

Quando despertou, seu primeiro impulso foi alisar o abdômen, algo estava absurdamente errado. A superfície era plana, a pele perfeitamente lisa. Pousou a mão suavemente no ventre, estava vazio. Nada restava mais dentro dela, e estremeceu com a lembrança dolorosa que foi retirá-la.
 A névoa provocada pelo coquetel de analgésicos dificultava sua visão. Quando consegui focalizar todo o quarto, viu seu psicólogo sentando impassível numa poltroninha encostada na parede diante da cama, os cabelos penteados para trás, os olhos azuis que a miravam inexpressivos por trás dos óculos de aro de ouro.
Ela percebeu, como num sonho, que estava num quarto de hospital, a luz esverdeada filtrando-se através das venezianas.
Um ramo de flores, na mesa, essas certamente foram presente dele. Era o único que tinha conhecimento de seu paradeiro, e o porque se afastou de todos.
Alguns tubos intravenosos saíam de seu braço, o monótono bipe de uma unidade de monitoramento se fazia presente no fundo de cada pensamento. Tudo girava, tentou falar, mas a voz não saía de dentro dela.
O homem com armações elegantes se aproximou, pousando o rosto no seu e a mão. Ainda não estava imune ao toque dele. Foi mergulhando lentamente no lugar de onde tinha imergido. As seguintes palavras foram as últimas lembranças que registrou do momento:
– Acredite é melhor para todos nós. Ela nunca saberá de sua existência, e você a esquecerá.
Desde então tudo foi escuridão.
==
Espelho sobre espelho, olhos sobre olhos.
Estranhamente indiferente, ela deparou-se com o rosto pálido e os olhos dolorosos, as mesmas feições que a perseguiam durantes longos dezessete anos. Ou talvez, fossem as rachaduras no espelho que deformassem suas feições. Bella limitou-se a prender o cabelo em um coque frouxo. Em seguida puxou o velho boné azul marinho sujo, alguns fios escorregavam pelas laterais. Ajeitou as abas, a sombra encobrindo boa parte de seus olhos castanhos.
Voltou para o quarto e acendeu a luz. Seu dormitório era um cubículo minúsculo, as paredes mal rebocadas com algumas falhas na pintura. O lugar tinha um espaço funcional para uma cama, uma escrivaninha encostada na parede de, um armário com um trilho para pendurar roupas. Com apenas uma pequena janela, diante dela estava Nova Iorque, pavimentada em concreto e indiferença.
Na cama de ferro armada, com o colchão furado estavam as roupas que usou na noite passada, uma saia curta feita de couro. A meia-calça rasgada nas laterais, um corpete rendado com um decote profundo que ressaltava seus seios, ou melhor, os espremia até que não coubessem mais no pequeno pedaço de pano e saltassem. Ela ignorou as vestes, pegando entre o amontoado de roupas uma calça jeans puída nos joelhos, uma regata branca com decote nadador. E um velho par de tênis gastos. Tinha uma predileção por aqueles calçados em específico.
Bella não mantinha nenhuma foto pelo quarto, quaisquer lembranças do passado não remetiam sensações bem vindas. Os fantasmas estavam ali, alguns deles – talvez todos -, mas por ora estavam quietos. Ficaram mais alguns minutos lá, os pensamentos contidos.
Enfim, ergueu-se. Bastou atravessar o corredor para adentrar a cozinha, Gianna segurava uma xícara trincada com café fumegante. Os cabelos desgrenhados, a raiz escura pronunciada pelo tom louro que desbotava no comprimento.. A maquiagem desgastada e borrada a fazia parecer uma caricatura da noite passada – o rímel que escorreu e marcou abaixo de seus olhos igual uma tarja preta que acentuava suas olheiras.
– Pensei que você fosse um dos caras de ontem à noite – Bella alteou as sobrancelhas delicadas, ironicamente.
– E você parece com uma daquelas prostitutas de ontem à noite. Peraí, você é uma delas... – Bella teve o prazer de fitar os lábios de Gianna ficarem rígidos de raiva.
Ela odiava ser rotulada de prostituta. Essas mulheres vendiam o corpo para propiciar o prazer aos seus clientes. No caso de Gianna, ela sentia um prazer absurdo ao ser dominada por estranhos, e o dinheiro era uma conseqüência aceitável.
– O que aconteceu ontem à noite com você?
– Nada. – Bella se virou de costas a figura patética da amiga.
– Aqueles homens estavam dispostos a pagar um bom dinheiro por nós ‘duas’.
– Me poupe, Gianna. Você fala como se tivesse sido um sacrifício transar com aqueles dois brutamontes – Bella bebericou o café, o líquido mal chegou ao seu estômago e lhe provocou náuseas terríveis. Ela jogou a cabeça dentro da pia, deixando a bile amarga de aspecto rançoso descer com a corrente de água que vinha da torneira.
– Que coisa horrível!
Gianna teve sua revanche, observando o mal estar de Bella com ar vitorioso.
– O problema não é meu café. E sim, a maldita cocaína que está acabando com seu paladar.
Apesar do enjôo Bella sentiu o ímpeto de rir descaradamente, o sermão de Gianna era pra lá de irônico. Uma nota cômica no seu dia. Justo ela, uma mulher que abria as pernas com a leve menção da palavra homem.
– O papel de Madre Tereza não lhe serve muito bem, principalmente com essa sujeirinha no cantinho da boca – Gianna constrangida esfregou o polegar nos lábios – não havia nada.
– Vai se foder, drogada dos infernos!
– Puta.
– Cheiradora de talco.
– Sugadora de excrementos humanos.
Ambas trocaram olhares pelo canto do olho, em seguida tiveram uma rodada histérica de risadas.
– Você é boa garota. Muito boa. Agora só me diz, como vai completar sua parte no aluguel? – Gianna era dona de várias facetas, no entanto havia um tom sério em sua voz. Realmente se preocupava com a menina a sua frente. – Preciso ser avisada com antecedência se vou ter que nos salvar da ruína, ao prestar meus favores aquele saco murcho do Feliz. Afinal, a garotinha resolveu cultivar escrúpulos e não se deitar com estranhos.
– Se é isso que te aflige, eu presto os serviços ao bola murcha. Porém minha parte estará entregue nas suas mãos essa tarde.
– Aonde vai arranjar o dinheiro?
– Não interessa. É money que você quer? – Bella gesticulou com o dedo um cifrão. – Então se preocupe com seus problemas.
– Bella, pára com isso. Se não tiver o dinheiro...
– Por todo meu tempo de vida, nunca contei ou precisei de ajuda de ninguém. E pode ter certeza que não será agora que essa estimativa mudará.
Aquilo era o mais perto que Gianna chegaria do passado de Bella. Ficou quieta, não queria arriscar com mais conversa. E correr o risco que a garota entrasse naquele colapso de novo.
Às vezes Bella desaparecia. Esses desaparecimentos podiam levar horas ou dias. No mês passado ela ficara uma semana sumida, e num final de tarde quando estava a beira de chamar a polícia. Gianna finalmente percebeu que não sabia nada sobre a garota, nem ao menos o nome completo, se é que Isabella era o verdadeiro.
E no dia seguinte pela manhã encontrara Bella sentava confortavelmente no sofá. Os lábios dela tinham tremido com a vontade de gritar: Onde diabos você estava? Mas já fizera essa pergunta antes e só recebera como resposta, algo mais atormentador ainda. No mesmo lugar que estive desde o dia em que nasci, no inferno. Aí ela ria como se estivesse se sentindo especialmente bem.
– Vou indo... – Bella encerrou a conversa indo em direção a porta, normalmente a presença de outras pessoas não lhe incomodava.
O problema era que a fissura estava começando. Uma fissurinha. Palavras de sabedoria de Mike Newton, aquele eminente sábio e tremendo maluco.
Todo mundo falava de fissura, tinha dito Mike, mas antes de chegar lá você tem que ter uma fissurinha.
E Ben muito doido, tinha rido loucamente, pois sabia muito bem do que Mike estava falando. Bella porém, não dera mais que um sorriso.
Até certo ponto, a fissurinha é pior do que a própria fissura do droga, disse Mike. Pelo menos na fissura você SABE que vai vomitar. SABE que vai tremer, SABE que vai suar até ficar com a sensação de estar se afogando. A fissurinha é mais ou menos o tormento da espera.
Bella jamais conhecera alguém como ele. Mike se lembrava de tudo que já vira, ouvira e lera, A extensão de seu conhecimento era incrível. Mas como acontecia com os grandes gênios e sábios, ele estava anos a frente dos demais. Incompreendido por natureza, um pé se estabelecia no conhecimento e outro em sua loucura interna. Ela se lembrou de ter perguntado a Mike como se dizia quando um cara se picava levava um calor. Você diz que o cara foi fissurado, Mike respondera prontamente, e logo ficara com cara de espanto, como fica uma pessoa quando disse foi muito engraçado do que achou que iria ser. Eles se olharam e de repente estavam urrando de rir agarrando o braço um do outro. Fissurado, muito engraçado, não tão engraçado agora.
Giana tentou morder a língua, mas as palavras já haviam saído.
– Por acaso vai se drogar?
– A urina não é a única coisa que o ser humano é incapaz de controlar. Sua língua é a outra exceção.
Gianna observou o corpo magro e miúdo de Bella saindo pela porta do apartamento, vestindo um moletom grande que caía nos joelhos. Era uma menina muito bonita. Só que infelizmente ela foi dominada por vários demônios. E esses demônios se chamavam drogas.


À primeira vista Nova Iorque veio como uma coisa selvagem. De arranha-céus e arrogância. A luz batendo entre os prédios que se estendiam a perder de vista, o vidro de um milhão de janelas de Manhattan, e gente, muita gente, gente demais para enxergar alguém como indivíduo. A cidade de Nova Iorque, o coração dos Estados Unidos, suas ruas tumultuadas, os motoristas apoiados na buzina. As ruas eram como veias, suas avenidas como artérias. Um milhão de pessoas falavam e diziam, todas ao mesmo tempo, mas só vendo a si mesmos. Ali estava um lugar em que se podia ser alguém num cruzamento, e ninguém quando atravessava a rua.
Era uma cidade que tirava o fôlego, os letreiros e outdoors com cores e mensagens resplandecentes. Bella atravessou as ruas apinhadas de gente, de carros colados com a traseira uns dos outros. Ela obrigava as pernas a manterem um ritmo rápido, que tinham um único objetivo: por fim a dor física. Ela dobrou a esquina no alto de uma rua, as paredes de tijolo muito paralelas dando um pequeno espaço.
Naquele beco era como se todas as coisas que foram construídas desmoronassem em segundos. Não tinha sensação mais apaziguadora para ela. Simplesmente se ver demolida no fundo do poço juntando os fragmentos de sim. Era algo que Bella crescerá fazendo. Viver no limite, fazia parte de sua consistência. Ela gostava da explosão, da pólvora.
Estarei aqui por toda minha desgraçada existência. Até meu corpo apodrecer de dentro para fora em um último esgar. Como uma velha xamã, ela lia as manchas da borra de café de seu destino. Ela sabia qual era seu fim desde que irrompeu pelo ventre de sua mãe.
– Bella – a voz de Ben transpassou entre as paredes de tijolos sujos e pichados. – Já sei o que veio procurar... – os ecos do vício dificultando as palavras de repercutirem lívidas, se tornando em um conjunto de sílabas sem viço.
Mike estava com os pés apoiados na parede áspera, a costa recostada rente a superfície vertical.
– Vocês têm? – instintivamente Bella correu com o dedo pelo sete centímetros de carne macia na curva macia na curva interior do cotovelo sentindo as picadas.
– O pó do diabo?
– Sim meu tremendo grande irmão viciado.
– Gosto de você, Bella. Por isso fazemos bom negócio, mas infelizmente o pó está escasso.
– Por favor, Ben... Sabe que depois eu vou te pagar..
– Bella, não é esse o problema. Sabe que depois um oba oba quita suas dívidas – Ben deu uma piscadela com o olho direito. Se seu corpo não estivesse tão trêmulo, e ela não refreasse o impulso de vomitar.
Nervosismo, garantiu a si mesma. Só nervosismo. Tudo fazendo parte da fissurinha, irmãzinha.
Enfim, ela teria rido. Um som estridente vindo do fundo de qualquer profundeza de seu corpo. Ben e Mike nunca tocariam em seu corpo, ficavam absurdamente satisfeitos como crianças no natal só por fitar Bella jogando X-Box em trajes mínimos. Dando uma vasta gama de imagens para futuras sessões de masturbações.
– O pó parece que perdeu o efeito no mercado, então...
– Heroína... – ela completou derrotada. Seu corpo não se habituara a heroína, a relativa resistência geralmente era motivo para ovação. Mas, dados os tempos de secas era um fato lastimável.
– Esse vício ainda vai acabar com minha vida – Mike manifestou-se, o garoto tinha a testa suada e os olhos vidrados. – Ontem eu li em alguma revista médica. O que causa a dependência da heroína é o engrossamento não natural da ramificação nervosa do aglomerado de tendões na base da nossa espinha dorsal.
Ali estava o grande oráculo e eminente viciado.
– Ou seja, quer uma rápida cura? – perguntara Ben a Mike, que debilmente assentiu ao amigo. – Quebre sua espinha, Mike. Suas pernas param de trabalhar, assim como o seu pau, mas você também pára imediatamente de precisar de pico.
Bella não tinha achado isso engraçado. Na realidade, Mike também não tinha achado engraçado. Quando o único meio rápido de se livrar do vício era romper sua medula acima daquele feixe de nervos, era um vício realmente pesado. Pesado como um macaco empoleirado, no seu ombro. Não um mico, não um macaquinho engraçadinho que servia de mascote; um grande, velho e mau babuíno com as nádegas vermelhas e fedorentas.
– Dá para o gasto. Pode ir soltando, irmão – Bella precisava desesperadamente de sua dose letárgica de estupidez.
No meio segundo antes de fazê-lo, no meio segundo em que virou para a rua, viu aqueles olhos verdes... Eram olhos frios, precisos. Um homem de compleição grande vestido impecavelmente em um terno de corte elegante. Ele caminhava pelas ruas de Nova Iorque totalmente suspenso no ritmo alucinante da metrópole. O celular colado ao rosto, totalmente alheio ao mundo a sua volta, talvez não totalmente, por um momento fugaz ele a fitou. Bella podia sentir ele quase penetrando em sua mente, vendo atrvés de seus olhos.
Bella exaltava em júbilo. Agora tudo vai ficar bem, irmãzinha. Se existisse alguma justiça ou sorte nesse mundo. Ele seria a chave do meu cofrinho no banco. E finalmente poderia pagar um dos caras legais, que iriam me deixar uma parada para passar o final de semana – o pó, com certeza-, e consequentemente quitar a parte do aluguel.
Lançou um olhar desesperado aos dois paspalhos nos delírios da heroína.
– Preciso que me batam – Bella disse afoita, chacoalhando o braço de Ben, e chutando a perna mole de Mike jogada num lugar do beco.
– Ficou maluca?
– Vai logo cacete! – Bella empurrou Ben contra a parede.- Por favor, vão salvar minha pele.
Mike respirou fundo ao seu lado, um arquejo.
– Algum de vocês batam! E batam pra valer logo de primeira vez.
Ela sentiu o ar se mover e apertou os olhos. Houve uma chicotada e um baque, e então o impacto do golpe se dissipou, e ela começou a senti-lo.
– Ai ai – Bella gritou histérica. Lágrimas brotaram em seus olhos. A cabeça ressonando. Vibrando após o golpe.
– Bella? Sinto muito. O que foi que eu fiz? – Mike choramingava. A mão dele tocou o queixo dela, virando a cabeça. – Ahhh – ele gemeu, aflito. – Eu acabei com metade do seu rosto.
– Seus delinqüentes! O que estão fazendo? – como havia previsto, uma voz sacudiu as estruturas do beco – forte e grave.
– Vão embora, agora – Bella sibilou entredentes.
Os dois levaram a sério o aviso de Bella, pois no segundo seguinte estava completamente sozinha naquele beco fedorento.
Ela estava lutando contra a náusea, tentando se equilibrar mas o corpo cedeu caindo com um baque no chão úmido. A dor não era muito forte – ou talvez, ela já não pudesse senti-la tanto assim. Muitos tipos diferentes de dor muita próximas. Ela deitou o rosto no concreto gelado, anestesiando a dor no lado machucado. Podia sentir a pele esticando com o inchaço.
Bella viu de soslaio um par de sapatos sociais lustrosos cintilando a luz, aproximando-se. Seus braços a puxaram para o peito. Uma lufada de ar soprou o rosto de Bella – o teror de menta e tabaco. Ela abriu os olhos, ficando atordoada com a proximidade.
Ele tinha um nariz longo e fino. E queixo pronunciadamente quadrado. Os lábios finos contraídos em duas linhas que davam a impressão de cólera. Mesmo com a falta de iluminação natural do beco, os olhos claros brilhavam. Era impossível não fitar aqueles olhos absurdamente verdes, Bella achou que nunca tinha visto uma cor tão nítida. Alguns fios de seu cabelo ruivo caíam em sua testa. Ele os ajeitou em um gesto casual, no entanto exalando virilidade.
Foco, Bella se repreendeu mentalmente.
– Garoto... – disse ele devagar. – Você está bem?
Por um momento ela não soube o que dizer. Ele estava crente que ela fosse um moleque, em grande parte por causa do moletom largo que achatava sua silhueta e o boné que escondia suas feições delicadas.Sem falar a estatura pequena.
– Fui tão descuidado – ela resmungou. – Esses dois garotos me arrastaram até aqui, e depois roubaram minhas compras. Eu resisti, e eles me bateram. Bateram. Minha mãe vai ficar uma fera.
A confusão lhe pareceu parte do choque. Ele não olhou com suspeita. Só com preocupação.
– Calma, menino... Eu pago outras compras para você. Quanto foi? – o homem tirava uma carteira preta de couro da frente do paletó. Bella viu sua chance, era agora ou AGORA.
Bella levantou o braço simulando que iria dar um golpe no rosto do homem, ele foi mais rápido, bloqueando com o antebraço. Ela sorriu, e girou a perna em um movimento fluído e lhe acertou a virilha. Ele se ajoelhou no chão, uivando baixo de dor.
– Seu marginal! – ele gritou olhando com fúria, o corpo de Bella estremeceu.
– Desculpa... Você supera, provavelmente não vai pintar com seu instrumento hoje. Isso que dá prestar ajuda a estranhos, estamos em Nova Iorque, otário. Valeu!
Em seguida ela correu, o mais rápido que suas pernas foram capazes. O suficiente para se distanciar daquele beco, e daquele homem. Dentro do bolso do moletom a carteira pesava um pouco pela quantidade de verdinhas. Talvez no fundo sentisse remorso, ele estava ajudando sem pedir nada em troca. Ela reprimiu todo o sentimento de culpa, afinal a bondade não lhe daria uma casa para morar, e muito menos sua droga.

Continua...

--x--

 N/A:

Eu sou muito inquieta, e não resisti e aqui está o primeiro capítulo da minha fissurinha.
O próximo capítulo será a "visão" dos acontecimentos pelo Edward, claro que a narrativa continua em terceira pessoa. Não sei escrever em P.O.V's. No entanto será focada no Edward.
O que acharam?
Eu tive que fazer uma pesquisa sobre drogas. E a fissura é a crise de abstinência, quando o dependente fica fixo na idéia que precisa e precisa.
Espero que tenham gostado, e por favor comentem!
Um beijão enorme!
PS.: Capítulo dois será postado nessa semana.


Nenhum comentário:

Postar um comentário