quinta-feira, 15 de março de 2012

DV - Cena III ( Primeiro Ato)


Cena 3 – Primeiro Ato

Deixe-me ser sua cura

Quando Donna voltou a si, tinha o olhar enevoado. O peito subia e descia em movimento sem qualquer ritmo, a respiração saindo aos arquejos. Piscou os olhos para recuperar a nitidez da visão. Ela estava deitada de bruços numa cama de metal enferrujada, os lençóis sujos dos fluídos das relações que tiveram, o lugar reincidia a sexo e o odor salgado do suor. Sua boca, coberta por um pedaço de fita isolante.
Atrás dela o homem a fitava com olhos que refletiam a loucura interna de um homem. Olhos estes repletos de luxúria e de um sentimento que só alguém que vagou pelas sombras compreenderia.
Ela o olhou de soslaio. E surpresa se remexeu na cama, rebolando as nádegas. Ele teve outra ereção, o membro rijo tocando entre as nádegas dela. Pressionando o orifício anal.
 – Relaxe. Esta é minha oferta. Meu prazer pelo seu prazer. – a voz do homem agora era a voz do destino, suave e indiferente. Rudemente ele enrolou os fios de cabelo da moça no seu punho, forçando sua nuca para trás.
A pele alva do pescoço dela ficou à mostra, ela estava indefesa ao ataque do predador. Ele podia ver as veias arroxeadas dela pulsando na pele fina, sua língua libidinosa sugou a carne macia. Ela emitiu um gargarejo indistinto, sufocado pela fita isolante que apertava sua boca.
Só percebeu o quanto estava úmida novamente naquela cama, quando o membro lascivo dele a penetrou selvagemmente. Sua carne se afastando para acomodar aquele corpo estranho. Suas bolas roçando nas nádegas fartas da moça.
Donna nunca imaginou sentir tanta dor no prazer. Ou encontrar tanto prazer na dor.
A sala retangular em que se encontravam não tinha janelas. A parede longa na frente da cama era quase inteiramente recoberta com espelhos.
Nos espelhos diante de seus olhos ela fitava sua imagem refletida. A cena era surpreendemente pitoresca, uma cena caseira de algum filme pornô de seus irmãos. Seu corpo completamente submisso aos prazeres que esse homem lhe proporcionava. Os cotovelos apoiados no colchão sujo e manchado, as pernas afastadas sem a mínima resistência, a intimidade exposta e livre para posições mais ousadas.
O corpo dele tinha proporções perfeitas, cada músculo parecia ter sido esculpido no mármore mais puro. Ele movimentava os quadris em movimentos indecorosos, possuindo sucessivamente a fenda diante dele, os grandes lábios inchados beijando seu membro, o clitóris duro e intumescido.
Donna deu um grito de dor quando a mão pesada dele atingiu sua bunda, uma vez e depois várias vezes seguidas. Ele esfolava sua pele com as palmadas e mesmo assim ela sentia-se mais perto de outro orgasmo naquela noite.
– Goza, vadia! Goza no meu pau. – com a fria determinação, o homem continuou a penetrar a vítima presa à cama.
Ele saiu bruscamente e novamente arrematou com uma força sobre-humana aquele corpo. O movimento era tão rápido que dessa vez Donna quase não sentiu dor. Só o líquido de seu orgasmo causando uma sensação de frescor por entre as coxas.
Ele tirou a fita isolante dos lábios inchados da moça. O homem voltou a ficar de frente para sua vítima. Donna percebeu uma coisa estranha. As mãos dele estavam cobertas por luvas igualmente presas. E ele vestia algo que parecia ser um jaleco de trabalho comum.
– É aqui que terminam todos os nossos pontos em comum. – ela soltou um som agoniado, a garganta comprimida incapaz de gritar, pedir por socorro, talvez por misericórdia. Ele era um demônio. E o pior possível. – Fique calma. É melhor assim, você já sofreu o bastante. Não vou mais permitir que esses homens lhe façam mal novamente. Você é muito importante para mim. Eu te amo.
Com um movimento fluído enfiou uma mão no bolso do jaleco e, quando a retirou segurava uma seringa que brilhava sinistramente. Com o mesmo movimento fluído, plantou a agulha numa coxa da moça.
Ela sentiu um lampejo de dor e, imediatamente, o alívio da escuridão.
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Swan andava em círculos pelo apartamento, os pés descalços para não provocar ruídos que pudessem despertar sua irmã. Jasper apenas foi embora quando Alice estava em sono profundo. E jurou voltar de manhã para começarem o trabalho.
Ela levou os polegares em direção às têmporas fazendo movimentos circulares. Sua mandíbula parecia em chamas. A dor se espalhando como o fogo lascivo por todos os ossos de sua face. Já havia tomado uma boa dose de paracetamol, o sabor azedo incrustado em sua língua. E mesmo assim a dor persistia, como um lembrete desagradável de Edward. A todo instante piscando em sua mente, como um outdoor.
Sabe por que está doendo?
Porque não para de pensar nele. Ele conseguiu cutucar a caixinha de Pandora, ou melhor, os seus sentimentos.
Bella socou a lateral de sua cabeça em uma tentativa inútil de calar sua própria consciência. Como se estivesse em uma disputa interna, o golpe foi revertido contra ela própria. Mordeu os lábios tentando não ganir como um cachorro.
Sentou-se no sofá, a cabeça comprimida pelas almofadas. Deixou-se ser embalada pela penumbra da sala, o som dos carros no asfalto como uma leve sinfonia de ninar. Então houve o primeiro som.
Toc...
Swan fechou as pálpebras com força. E novamente.
Toc...
Finalmente Swan se ergueu, as pestanas pesadas pelo efeito tardio dos analgésicos. Praticamente arrastou os pés até a porta, nem se incomodou em acender a luz. A dor agora a fazia ter alucinações, duelar consigo mesma, ouvir sons em sua porta pela madrugada. Quem a visitaria a essa hora da madrugada? Alice dormia tranquilamente no quarto. Jasper foi embora e devia estar no sono dos justos.
Girou a maçaneta lentamente, suas forças se esvaindo com a dormência provocada pela medicação em sua corrente sanguínea.
Assim que abriu a porta, Swan foi assaltada por um beijo rude. Lábios macios comprimindo os seus, estava tão fraca que não resistiu. O hálito tinha um teor alcoólico, fazendo com que as pernas de Swan fraquejassem. Estava embriagada com aquela língua que a penetrava. A fúria com que buscou aquele beijo foi a resposta a sua pergunta anterior.
Era Edward.
Os lábios úmidos dele deslizaram até sua orelha, o ar quente acariciando sua nuca. Os pêlos se eriçando.
– Eu sei tudo. Sei porque me trata dessa maneira. Deixe-me ser sua cura.
A última coisa que prendeu a atenção de Swan foram duas esmeraldas. Duas jóias brilhando na escuridão de seus pensamentos, dois oceanos tentando levar o vazio de seu peito com marés violentas.
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Rosalie caminhava em passos seguros pelo corredor do Departamento Policial, seus saltos estalavam no piso liso. Na sua mão direita havia uma maleta de couro que ela segurava pela alça. Suas pernas à mostra pela saia preta colada às suas curvas, acentuando as nádegas. Usava um blazer cinza, blusa e echarpe de cetim, os cabelos louros sedosos presos em um coque. Alguns fios escorriam como seda pelo seu rosto, emoldurando seus olhos azuis turquesa.
Durante todo o circuito até a sala de reuniões da polícia, a loura estonteante não passou despercebida. Os homens esperavam o agente do FBI designado para comandar a investigação e captura do Dragão Vermelho. Quando a mulher entrou na sala, a luz do sol que infiltrava pelas persianas atingiu seu rosto, os policiais arfaram com a beleza dela.
A luz do sol desenhava suas feições, os lábios rubros como um fruto pecaminoso, os olhos de oceano tinham um brilho astuto. A temperatura do ambiente subiu.
– Bom dia, senhores. – ela se encaminhou com o andar fluindo como uma dança sensual de suas pernas até a cadeira que ficava ao centro da mesa redonda.
O leve burburinho dos comentários se interrompeu. Jacob estava sentado na extremidade esquerda da mesa comprida. Ele disse com sua voz forte despertando a atenção da bela mulher.
– E a senhorita é? - ele recostou-se na cadeira. O gesto deu uma ampla visão de seu físico. Era um homem atraente, alto, com uma frieza necessária que condizia com seu trabalho na polícia. No entanto, aqueles olhos transpareciam exatamente o contrário, eram vivos com uma fúria que admirou a mulher. Olhando em seus olhos, Rosalie concluiu que não era um idiota.
– Sou Rosalie West, agente especial do FBI. Fui designada pela sede de Washington não só para colaborar no caso do assassino em série Dragão Vermelho, mas para comandar a investigação. - E o senhor é?
Jacob e ela se estudaram um segundo, fazendo suas respectivas avaliações.
– Sou o detetive Jacob Black da Divisão de Homicídios. Eu chefiava esse caso. E mesmo com a sua chegada, não pense que vou abandonar a investigação facilmente.
Rosalie riu. E o som encheu o lugar como um arranjo de uma orquestra.
– Não pediria o contrário, detetive. Vamos nos dar bem.
Rosalie teve a impressão de que se precisasse Jacob se jogaria no mar sem hesitar para salvar uma pessoa.
O restante dos policiais lançava olhares invejosos e enraivecidos em direção à Jacob, que os ignorava. Os olhos castanhos estavam presos na janela, admirando a paisagem externa. Ele só via grandes órbitas banhadas no mais tentador tom de chocolate. Swan era a razão de seus pensamentos mais inquietantes. E os mais luxuriantes também. Desde a morte de sua esposa, mulheres eram mais nada do que casos passageiros. Nenhuma se comparava ao espírito tempestuoso de Leah. Nenhuma emanava uma sensualidade natural em cada movimento fluído como sua esposa. Até que Swan apareceu...
– Agente West – a voz do delegado de Homicídios da Polícia de Chicago adentrou a sala. Sam Uley era um homem alto, bronzeado, de têmporas grisalhas.
– Sam Uley – Rosalie descruzou as pernas, dando vislumbres de suas coxas torneadas. Levantando-se em uma postura altiva, disse. – Agora podemos começar.
Finalmente, com a ajuda de uma grande televisão de plasma acoplada a CPU de um computador, as imagens apareceram na tela. A primeira coisa que viram foi o rosto sereno de Donna Hayward.
– Essa é a mais nova vítima do Dragão Vermelho: Donna Hayward, uma estudante promissora de Literatura.
Os presentes viraram-se para olhar para ela. Novamente a agente do FBI mudou de slide. O rosto antes corado e saudável, adornado com os cabelos volumosos e brilhantes da garota, fora distorcido em um rosto descorado, os lábios cianóticos, os cabelos negros volumosos, antes brilhantes, agora emplastados com seu próprio sangue.
Com os olhos esbugalhados de horror viram a próxima imagem. A região lombar da moça totalmente desfigurada pelos diversos cortes profundos, criando a imagem de um grande dragão. As costas coberta pelo que seria a longa cauda da figura mitológica, com diversas escamas estendendo-se até as nádegas da mulher. Era como se vissem a morte em pessoa, dançando ao redor da jovem, apreciando sua dor e terror, levando-a consigo para a eternidade. Havia sangue por todo o lado. No chão de alvenaria, no colchão mofado, nas paredes.
Rosalie virou-se para todos os homens, apertou um botão e a tela foi tomada pela escuridão do inferno.
– Senhores, acabamos de ver mais um trabalho primordial de Belzebu. Esse homem talvez seja um louco de pedra, mas tem uma lucidez e uma astúcia sobre-humanas.
– Grandíssimo filho da puta! – Jacob sibilou entre dentes.
Rosalie arqueou a sobrancelha em sua direção. Jacob fez um sinal, como quem pede desculpa.
– Obrigada pela manifestação, detetive.
– O que pretende fazer agora? - Rosalie sentiu-se chamada às falas pelo delegado.
– Não temos nada. O resultado da autópsia irá revelar absolutamente o que todos já sabem. Portanto, a única coisa a se fazer é se atolar nessa merda até os cotovelos. É a única maneira de ir à frente nessa investigação. Que venha o touro, senhores. Adoro usar vermelho.



Continua no Próximo Ato...

--x--

N/A: 

Finalmente, eu postei. E Dessa vez com a narração do trabalho minucioso do Dragão vermelho. Esse capítulo vai fundir com os seus neurônios.
Esse sem dúvida é um dos meus favoritos, pois finalmente soltei meu lado malévolo. HAHAHA E temos a apresentação de uma pergonagem NEW!
Agente especial Rosalie West. Ela chegou para abalar. E não temam, ela não vai ter rolo com o Jacob. kkkkkk viu beta?
E esse final de Ed e Bella? "Eu sei de tudo" Me arrepiou toda. UIII
Amore, venho fazer um pedido de coração. Postei uma história nova O Pacto, ela segue a minha linha infalível de romance-policial. Dessa vez ambientada na Irlanda, e com um Pacto que une seis adolescentes problemáticos.
Um foi morto. E o utro acusado de um homicídio. Muito segredos por trás desse Pacto que os une. Que tal?
Obrigada desde já pelo apoio e carinho.
Um beijão enorme!
Amo todos vocês, cada um.
PS.: Beta você é dumal! Te Amo Passione!

N/B:

Gente do céu!!!!! O que esse homem agindo, heim??Que loucuraaaaaaaa!!!
OMG, Paixão assim você me deixa em cólicas.
Sério. Estou cada vez mais fascinada por esse maluco. E acho que vou precisar de um psiquiatra após essa história acabar. Fato!
Eu não sei defini-lo. E nem quero imaginar, de fato, quem ele possa ser. Vou deixar minha autora linda e maravilhosa me deixar mais surtada para saber a cada capítulo. Mas, vocês podem e devem comentar à vontade...rsrsrs. Mas, que Donna teve um pouco do céu e inferno com ele. Isso ela teve. E tenho que admitir que a forma selvagem que ele a possuiu me deixou excitada. Oh, estou surtando.
E Edward invadindo o apartamento de Swan durante a madrugada. E beijando-a com loucura. Ainda mais despejando que sabe de tudo? aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah...tudo o quê? Nem me perguntem. rsrsrsrsr
Rosalie...Rosalie....poderosa, hã? Vamos combinar que essa mulher exala poder e competência. Mas, não tenho tanta certeza sobre a não idiotice do Detetive Black....kkkkkkk...ok, parei.
E PQP...esse Dragão Vermelho está me enlouquecendo. Ele oscila entre a loucura, inteligência e crueldade de uma forma brilhante. E lá estou eu elogiando o maluco de novo. Culpa da autora. Mas, a descrição do que ele faz com as vítimas te faz visualizar ele trabalhando nelas e isso é nojento e atraente ao mesmo.
Vamos, Rosalie...cace, ache e enfie suas garras nesse Dragão.
Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah *surto básico*
OMG...mais um capítulo fodástico de DV. Gente, façam a alegria de nossa autora linda, comentem bastante. Deem seus palpites para quem é esse assassino que me seduz! Ok, surto da beta encerrado.
Paixão, te amo demaiis!
Beijão, gente. Até o próximo capítulo.

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