sexta-feira, 16 de março de 2012

WS — Capítulo 2


Capítulo 2 - Cólera

"O encontro de duas personalidades assemelha-se ao contato de duas substâncias químicas: se alguma reação ocorre, ambos sofrem uma transformação."

Bella P.O.V
 
Consultório da Drª. Hart, New York
 
Uma mulher na meia-idade fitava-me por cima da armação de tartaruga, que lhe conferia um ar indulgente e acalentador. Os olhos eram de tom de azul desbotado, era como ver refletido minha loucura interna naquele olhar. Os óculos escorregavam pelo nariz germânico, um pequeno caroço os sustentava. Devia ser obra de alguma travessura infantil. O cabelo ruivo acentuado por grossas mechas de vermelho, em determinadas situações quando o sol tocava seus cabelos pareciam em chamas.
Ela cruzava as pernas em uma atitude casual. Porém o ato foi calculado, uma mostra de posso me sentir mais à vontade. Respirei fundo, inspirando e soltando ar três vezes.
Olhei para meu all star cinzas à essa altura pretos pelo uso constante, odiava vestir roupas de grifes patrocinadas por estilistas. Não havia nada de mim naquelas roupas, cruzei minhas pernas no sofá laranja-abóbora em que estava.
– Relaxe, Bella – Drª. Hart disse enquanto ajeitava os cabelos em um coque despojado, o volume caía pelos laterais de seu rosto. As mechas brincando em sua pele.
Revirei os olhos por baixo do boné azul-marinho gasto dos Yankees, presente de Natal do meu irmão mais velho. Havia tempo que não me dispusia dessa sensação, não sabia mais seu significado...
Sentir-me relaxada enquanto uma maldita ninfomaníaca e drogada controla meus atos, e principalmente constrói barreiras em minha própria mente. Agindo como se minha vida fosse um campo de batalha para suas experiências auto-destrutivas.
– Bella, confesso que me surpreendeu com sua visita inesperada. Nossa consulta estava agendada para a próxima sexta. – essa era nossa relação, ela não perguntava o essencial. Apenas trivialidades a fim de dispersar minha mente.
– Esse tratamento não está funcionando! Vim aqui dizer que é a última vez que me vera... – não havia raiva ou fúria em meu tom, apenas decepção. Meus esforços foram inúteis.
– Bella? E o longo caminho que percorremos? – Drª. Hart agitou-se em sua pequena poltrona. As mãos indo lentamente para o colo, uma atitude que revela que não devo ter receio dela.
– Você também não me entende – em um movimento desesperado joguei a cabeça entre os joelhos, encolhendo-me.
– Me ajude a entender, sou paga para isso
– Hoje eu acordei na cama de um homem que nunca vi na vida. Fizemos sexo a noite inteira em um quarto imundo, sem falar as drogas que devo ter consumido. E o pior foi ouvir da boca desse homem o que eu havia feito, a forma como agi. Uma puta que deita com qualquer um, isso que eu sou! E nem são as minhas escolhas! – parei um instante tomando fôlego necessário, uma raiva comprimia meu tórax. – Iris domina minha vida. Quer dizer, agora é a vida dela. E eu sou uma espectadora , só sirvo para recolher a roupa suja dela.
Despejei tudo, nem me importei se ela havia assimilado.
– O que Melanie acha disso tudo? – suspirei, não estava no clima para metodologia.
– A Melanie mataria Iris com as próprias mãos se fosse possível – senti a presença de Mel naquele momento.
Como se sustentasse meus ombros. O peso de minha dor igualmente dividido entre nós, porém ela era forte, destemida. – Tem que haver um fim.
– Iris está aí? Posso falar com ela?
Drª. Hart fitou-me decidida, certamente encorajando-me.
– Você quem pediu... – fechou os olhos, a claridade esvaindo-se.
Tremi involuntariamente quando a escuridão bloqueou meus sentidos.

Iris P.O.V

Olhei em volta, a claridade que vinha da janela fizeram minhas pupilas dilatarem.
Estava em uma pequena sala, com grandes janelas que iam do chão até o teto. As cores claras davam amplitude ao lugar, havia duas poltronas de couro e um pequeno divã laranja horroroso, no qual estava sentada.
As paredes beges exibiam diversos diplomas dessa médica inútil. Até Bella tinha consciência que nada podia ser feito contra mim. A idéia me causou uma rodada de risos histéricos.
– Qual a graça, Bella?
– O caroço no seu nariz, doutora. Já ouviu falar em rinoplastia? – vislumbrei o embaraço dela. Ao mesmo tempo em que se recompunha em sua serenidade falsa. – Não sou Bella.
– Iris então? – ela fazia anotações em sua caderneta. Sinal de nervosismo, escondendo-se atrás de objetos para não encarar dadas atitudes.
– Isso mesmo – assenti, olhando curiosa o consultório aonde Bella vinha se consultar sempre que eu adormecia. – Sempre fiquei curiosa em ver o lugar aonde Bella acreditava se curar.
– Acha que não existe cura? – seus olhos encaravam-me com superioridade.
– Claro que sim. Existem vários casos de pessoa que estacionam a doença – por um breve segundo sua boca se abrir, surpresa. Em seguida fez uma anotação a caneta deslizando frenética. – Sou uma vadia, Drª. Hart. Não burra!
– Acredita que Bella poderia estacionar a doença? – ri internamente, nem ela mesmo confiava em seus métodos. Patética!
– Como disse Hart... Não sou burra, acha que deixarei Bella livre para se tratar? Isso significaria minha aniquilação. Eu sou a melhor parte dela. Viver como Bella é que deveria ser crime.
– Então quer dizer que prejudica seu tratamento?
– Hart, tudo que eu disser aqui, permanecerá sob o sigilo médico-paciente? – ela assentiu contra-feita.
– Pois então... Tenho alguns segredinhos a confidenciar – mordi os lábios. Ao recordar das lembranças, minha intimidade molhou-se. Cruzei as pernas, uma pontada no ventre. – Como acha que Bella reagiria se soubesse que eu já transei com o irmão dela. Ou melhor, ele me traçou como uma cadelinha, não podíamos nos dar o belo prazer de uma gravidez incestuosa. Já imaginou engravidar a própria irmã?
– Meu Deus! – ela arfou, as mãos sendo levadas a boca. Aposto que os pacientes que ela brincou de tratar nunca revelaram um passado tão nefesto.
– A sociedade é tão puritana, duas pessoas em busca de prazer. Sem falar Darius... O melhor amigo dela, que transa comigo sempre que fica com as bolas roxas.
– Bella sabe disso?
– Aí que está nossa diferença. Ela é fraca e estúpida demais para fazer o que é preciso. Sou muito mais forte que ela, o mundo é assim, Hart. Ou você devora eles primeiros, ou te comerão como virgenzinha ridícula! Não preciso me esconder atrás de lésbicas para me defender...
– Está falando de quem?
– Melanie. Quem mais chupa o rabo da Bella, e vai atrás dela como uma cachorrinha no cio? Bella não entra em minha mente, mas isso não impedi que eu tenha domínio sobre ela. Pronto, cansei... Estou com uma ressaca horrível, vou deixar vocês a sós. Ahh, peça a Bella o número do cirurgião. É por minha conta! – sorri cinicamente ao gesticular para seu nariz.

Bella P.O.V

Drª. Hart olhava-me boquiaberta.
– Ela é uma vadia, não é? – afundei na poltrona. Meus tênis sujos no carpete felpudo.
– Um tanto peculiar... Como era sua relação com seu irmão? – houve uma súbita pausa.
– Ela disse algo sobre minha família? – percebi que Drª. Hart ficou na defensiva.
– Na verdade não. Você nunca fala deles.
– Não há o que falar, bom... Meu pai morreu quando era pequena, ele sofreu um acidente de carro. Foi um choque para minha mãe, afinal ele era saudável como um cavalo. A alegria da casa, nossas vidas mudaram radicalmente. Os credores não perdoaram a viúva, minha mãe teve que começar a trabalhar em um supermercado.
– E o seu irmão? – franzi a testa, minha família nunca foi o ponto crucial de nossos diálogos.
– James? Ele sempre foi muito inteligente, popular na escola. Nunca tivemos muita intimidade, achava que ele se envergonhava de mim. – sorri relembrando as caretas que James fazia com meus moletons surrados.
– E como sua família reagia a sua doença?
– Minha mãe nunca entendeu, achava que era promiscuidade. Meu irmão ficou aliviado de não ter que lidar mais comigo quando saí de casa, ela me tratava com muita frieza após um incidente. Afinal, quem pode culpá-lo?
– O que aconteceu? – inconscientemente ela se aproximou mais.
– Certa vez tivemos uma festa em nossa casa, os jogadores do time de futebol. Acho que foi demais para Iris, no outro dia amanheci no quarto de meu irmão. Eu havia dormido com um dos seus colegas, James não me olhou nos olhos por dias, foi o fim de qualquer diálogo.
– Entendo, sinto muito. Bella, receio que você não deva interromper a terapia.
– Quem sabe se eu usasse alguma medicação? Algum psicotrópico? Algo que pudesse retardá-la?
– Bella, o uso das drogas não irá lhe dar auto-controle. Será como um vício, irá te manter forte e estável por algum tempo, mas logo ela adquira resistência. As dosagem terá que aumentar e no final será prisioneira de mais um vício. Me deixe tentar uma unificação entre vocês, tratar os sintomas separadamente para assegurar a sua integridada, e reconectá-la às duas diferentes identidades, levando assim a estabelecer uma única identidade.
– Tudo bem... – Não havia como negar aquilo. Eu estava cansada de ser dominado por emoções, e ali estava a minha única chance de voltar a ser quem era. – Posso ir agora?
– Claro, te vejo na semana que vem? – assenti, enquanto ela abria a porta gentilmente para mim.
Darius aguardava pacientemente na recepção, podia notar os olhares cobiçosos da secretária da Drª.Hart em sua direção. Ele não esboçou interesse algum, visto que ela debruçava sobre a mesa a blusa exibindo os seios fartos recém adquiridos por próteses de silicone.
Darius era um homem atraente, na verdade a única pessoa que conhecia e compreendia minha doença. Havia se tornado meu porto-seguro, a pessoa mais próxima de uma família.
– Vamos, Bells? – ele afagou minhas bochechas. Não havia malícia em seus carinhos comigo.
Primeiro porque éramos amigos, ele nunca tentaria algo.
Segundo porque não me sentia atraída por homem algum, meu corpo adquiriu repulsa pelo ato sexual em si.
– Prefiro ir sozinha, se não se importa. – mordi os lábios. – Queria passear em frente ao parque...
– Bells, e se algum paparazzi te flagrar?
– Bom, Iris Luna se vestiria dessa forma? – dei uma pirueta. Ele arqueou as sobrancelhas notando meus jeans velhos e rasgados com um certo ar vintage, cabelos presos em um rabo de cavalo, sem qualquer resquício de maquiagem.
– Isso não diz nada. Está mais linda do que nunca, mas tudo bem... Esteja no apartamento até às 15h. Não se esqueça...
– Que temos um evento importante! – imitei sua voz.
Ele riu, depositando um beijo em meu rosto. Estremeci com a aproximação, ele me olhou angustiado.
Abaixei o rosto, enfiando as mãos nos bolsos e saí em direção à rua. 

Narrador P.O.V

Darius acompanhou a saída da linda mulher que se apaixonou desde a primeira vez em que a viu em uma cidadezinha no interior do Texas. Após esses anos, ele nunca conseguiu dispersar as sombras nos olhos dela. Ele nunca ousou declarar seus sentimentos, Bella confiou nele, confidenciando sua doença.
Ele se moldou ao que Bella necessitava naquele momento, um amigo, um protetor. No entanto nunca foi o suficiente para abafara paixão que sentia em relação a ela. A desejava ardentemente... Isso se refletiu em Iris, embora sejam duas pessoas completamente distintas foi a forma de ficar perto de sua Bella. Odiava-se internamente por fazer isso com ela, mas não podia refrear seus instintos.
Seu único consolo era saber que Bella nunca se entregaria a um homem. No bolso direito de sua calça o celular vibrou, apalpou os bolsos pegando o pequeno objeto retangular nas mãos.
– Fala Jorge! – reconheceu o número de Jorge, ele era o chefe da segurança de Bella. – Conseguiu alguém?
– Na verdade sim. É um grande amigo meu, estudamos juntos no colegial. Extremamente discreto e muito responsável.
– Certo, mas prefiro ver com meus próprios olhos. – tudo que dizia respeito a Bella, dizia respeito particularmente a Darius. Depois do incidente de cedo, achou melhor contratar um segurança particular afim de poder conter os excessos de Iris. Alguém que pudesse ficar em seu encalço vinte e quatro horas e não houvesse problema em trabalhar de madrugada.
– Sem problemas. Ele chegou de Forks hoje. Vou contatá-lo...
– Okay, Jorge. Faça isso.
Darius desligou o aparelho, ele olhou para o belo corpo a sua frente. A bela secretária ajeitava a pequena mesa no centro, claro que uma atitude planejada com o propósito de mostrar seu corpo excitante. Uma bela mulher embora vulgar um tanto artificial com cabelos tingidos em louro platinado, os seios saltando pela blusa apertada e decotada, a saia curta mostrando pernas levemente bronzeadas.
Darius reprimiu seu tesão, não seria muito bem visto se envolver com essa mulher, apesar que devia ser uma vadia na cama.
Imaginou a boca carnuda dela lambendo seu pau, sugando o líquido que escorria por ele. Foi tirado de seus pensamento eróticos pela voz da Drª.Hart.
– Darius, posso conversar com você? – ela gesticulou para a porta de seu consultório. Deixando claro que o assunto era particular.
Os olhos de Helen brilharam curiosos.
– Claro – ele disse simplesmente. – Algum problema com Bella?
– Você realmente quer que ela manifeste algum controle sobre as outras personalidades?
– Claro. É o que mais quero, fui eu que a incentivei a buscar tratamento. Qual o propósito disso?
– Tive uma conversa interessante com Iris. – Darius sentiu o sangue ferver. Essa mulher atormentava a todo instante.
– O que a vadia disse? – ele tamborilou os dedos irritado.
– Que você e ela mantém um caso. Já imaginou como isso prejudicaria Bella? Ela confia em você!
– Eu sei disso, e pode ter certeza que minha culpa só duplica a cada dia.
– Pare com isso antes que seja tarde demais. Existem segredos que envolvem elas que se virem a tona, comprometerão seriamente o tratamento de Bella, assim como sua integridade mental.
– O quer dizer com isso? – ele comprimiu os lábios, pronto para fazer perguntas inacabáveis.
– Ética profissional. Não posso dizer nada. Já acabamos.
Ele levantou-se e saiu elegantemente pela sala, por sob a armação Jennifer Hart fitou a bunda de Darius. Ela compreendia muito bem, porque as mulheres tinham dificuldade em se manterem firmes diante do ar imponente desse homem.
“Merda de ética profissional”, praguejou baixo. Corpo tomado de tesão por ele. Bella realmente tinha sérios problemas, ao não notar a atração que esse ele exercia sob o corpo feminino.

Edward P.O.V

5th Avenue, New York
– Pai é aqui que vamos morar? – Sara fitava surpresa a magnitude dos prédios.
Várias edificações luxuosas, uma grande quantidade de pessoas andando pelas calçadas e atravessando as ruas. Algumas vestidas impecavelmente com ternos, outras mais despojadas, todas compenetradas no ritmo alucinante da cidade.
A quantidade era dez vezes mais do que estávamos habituados em Forks. As meninas acostumadas a calmaria do Solar, Sarah não pareceu se importar, encantada com as vitrines coloridas, os anúncios com neon. Porém Sophie permaneceu quieta a viagem inteira, nem mesmo deixá-la andar no banco da frente ao meu lado em nossa velha Bonanza, pareceu surtir efeito em seu humor.
Afastei com o dedo um fio que escapava de sua trança. O vento brincando com algumas mechas.
– Quer comer, Soph? – ela negou com a cabeça.
– Olha que o monstro vai começar a roncar – fiz cócegas em sua barriga, ela soltou uma risada tímida.
– Eu quero tomar café! – Sarah falou com certa importância.
– Claro, meu amor. Como uma mocinha... – olhei para seu rostinho pelo retrovisor. Um enorme sorriso brotou, esticando as bochechas rechonchudas.
– Que tal aquela lanchonete? Tem um parque lindo ao lado, assim vocês brincam no balanço – indiquei com a cabeça, para uma lanchonete com um letreiro rosa indicando West Girl’s.
Sarah bateu as palmas empolgada, tinha tanto da Tia em si. Estacionei a caminhonete em uma vaga livre. As rodas sujas pela estrada de terra na saída do Solar, a pintura enferrujada. Os dias de glória da caminhonete pareciam longínquos.
– Não é a mesma coisa... Quero o Solar. – Sophie balbuciava. Imediatamente a peguei entre meus braços, olhando em seus olhos verdes.
– Eu sei filhinha. Escuta é só por um tempo... Papai está fazendo o melhor que pode, me perdoa, bebê – enxuguei duas lágrimas escorrendo como bolinhas de gude. – Quer tomar café como a Sarah?
– Calma Soph... depois a gente vai brincar no parquinho! – ela pegava a mãozinha pequenina da irmã.
Sophie pareceu acalmar por um momento, partia meu coração o que estava fazendo as duas. Sophie era mais calma que a irmã, não muito dada a aproximações de outras pessoas. Eu sabia o que essa mudança significou para ela.
Segurei as mãos dela, Era tudo muito diferente do que foi em Forks. Onde as crianças andavam livremente nas ruas calmas.
O sino tocou como costume para anunciar novos clientes. Sarah escolheu uma mesa perto da vitrine, com certeza querendo acompanhar o movimento.
Tocava uma música calma, havia um ar aconchegante na lanchonete. Algo que me lembrava a simplicidade de Forks, as paredes pintadas em pêssego, vários retratos de pessoas abraçadas comemorando ocasiões especiais. Notei que todas foram tiradas aqui. O cheiro da comida lembrava uma bela refeição preparada por Dona Esme, o lugar era sem dúvida familiar. As mesas eram quadradas com toalhas rendadas, os bancos estofados em tom pêssego combinando com o resto do ambiemte.
As garçonetes exibiam um sorriso acolhedor nos rostos, muito difícil de se encontrar em cidades grandes. Todas vestiam um uniforme rosa com pequenos tons de lilás.
– Olá, Boa tarde! O que vão querer essas duas princesinhas? – uma moça com belos cabelos platinados dirigiu-se a Sarah e Sophie.
Sarah olhou a admirada, Sophie esboçou um sorriso.
– Nossa, você é igualzinha a Cinderela... Não é papai?
Sem dúvida Rosalie era uma mulher encantadora, feições delicadas e femininas. Dona de olhos azuis-piscina modelados por cílios espessos, lábios delineados por um batom rosa. Um corpo atraente sob o uniforme de garçonete.
– Claro minha filha – ela sorriu em minha direção. Sabia muito bem o que diria Alice se estivesse aqui, “As meninas precisam de uma mãe” ignorei sua voz, assim como ignoraria o desejo pronunciando-se no meio de minhas pernas.
– O vão querer? – ela tirou uma pequena caderneta do avental amarrado em seus quadris fartos.
– CAFÉ!!! – as duas gritaram atraindo a atenção de todos. Ri constrangido com a animação delas.
Ela arqueou a sobrancelha em minha direção, assenti a ela.
– Vai ter que fazer hora extra para conseguir esgotar essas baixinhas.
– Trabalho em período integral! Pai solteiro... – não sei ao certo o que deu para confidenciar isso a ela, mas pareceu animá-la.
– Que desperdício...
– O que é esse cheiro tão delicioso? – tentei mudar de assunto.
– As tortas caseiras da vovó. Aqui tudo que servimos é caseiro
– Bom, vou querer experimentar as tortas da vovó...
– West! A propósito sou Rosalie West, e você estranho?
– Como sabe que sou estranho? – falei em um tom desafiador.
– Bom, eu conheço todos os clientes que passam por aqui, praticamente cresci nesta lanchonete. Eu não me esqueceria de você. – ela corou absurdamente.
– Papai... – Sarah puxava a manga de minha camiseta.
– O que foi, anjo? – a olhei preocupado. Notando a ausência de Sophie.
– Cadê sua irmã?
– Lá fora, olha papai! – pelo vidro tive um vislumbre de uma cabeleira acobreada correndo em um direção a rua movimentada.
Forcei minhas pernas entorpecidas a correrem, abri a porta com fúria não me importando nas pessoas que esbarrei pelo caminho.
– SOPHIE! – gritei exasperado.
Ela olhou para trás, retendo o terror em meu olhar. Um carro vinha em sua direção, não iria conseguir brecar a tempo. De repente tudo aconteceu rápido demais para meus olhos registrarem.
Um vulto acelerado passou sibilando por minha filha, um barulho enorme de colisão reincidiu pela pista. Os carros brecando bruscamente, e alguns se jogando para o lado afim de desviar do impacto.
Minhas pernas fraquejaram. Fechei os olhos, as lágrimas descendo.
– Papai! – ouvi o choro de minha Sophie.
Com um sopro de vida, pulei sobre o capô de alguns veículos atravessando a avenida. Minha filha estava enroscada nos braços de uma mulher.
– Sophie! – disse, ao som de minha voz a mulher levantou o rosto.
Tudo que meus olhos fitavam eram um mar colérico de chocolate. Meu coração bateu revoltado em meu peito, querendo e pedindo desesperadamente que explicasse o por quê dessa reação. Não lhe dei importância, nesse momento via a mulher mais linda que meus olhos ousaram tocar.

Continua...

--x--

N/A:

AHHHHHHHHHHHHHHHHHHH! Mais um capítulo. sinto muito pela demora, e o prometo que o próximo será bem maior e extremamente detalhado.

Sem falar que Edward apareceu na vida conturbada de Bella. Qual serão as consequências desse encontro?


Preparem o coração, pois vamos a um ritmo alucinante. Próximo capítulo aviso que será extremamente hot!


Uiiii!


Já disse que amo o Darius?


Beijos a todas que comentarem e por favor divulguem! Espero recomendações!


Em especial para a minhas filhotes Juuh, Mikka e Nathy A.


Quero agradecer a N que inspira sempre. A B, te amo cachorra!


A minha amante delícia maravilhosa, Rafa! E a Gih, amiga perfeita!


Um grande beijo!


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